10.8.09

A festa B52 dos DA

No dia 3 de Outubro de 2008 publiquei um post dedicado aos “Dias Atlânticos” onde recuperei os sons de uma reportagem realizada em directo pela Miróbriga.

"Num destes dias, descobri uma cassete velhinha com alguns excertos de uma reportagem em directo realizada durante a festa dedicada ao B52. Ao bombardeiro norte-americano e à bebida que Luís Lucas trouxera da Noruega.
Mais tarde, o barman Luís Lucas acabou por realizar e apresentar comigo o programa de rádio “Café Rock”. A reportagem foi realizada em conjunto com dois grandes amigos, João Paulo Borges e João Paulo Lourenço. Não me recordo o motivo, mas a gravação consta, basicamente, das minhas intervenções, o que lamento! Este excerto é resultado de uma emissão completamente em directo, inclusivamente, a música que foi escutada era a que estava a ser passada na discoteca. Por falar em música, apesar de datada reparem bem nas escolhas, a dedo, que JAP realizou - um dos proprietários e DJ de excelência. Como lembrança aqui fica o áudio gravado da reportagem realizada no meio do barulho que se pode imaginar..."

Daqui deixo um abraço ao João Paulo Borges, João Paulo Lourenço e Luís Lucas. Felizmente, tive oportunidade de rever o JPL e o LL na recente festa de dia 31 de Julho. Curiosamente os assuntos em atraso eram tantos que nem me recordei de lhes referir esta gravação.

Para quando uma nova festa?

Clicar para escutar a gravação.

9.8.09

Nova época em Belém

Hoje foi a apresentação do Belenenses aos seus sócios e o minuto de homenagem a Raul Solnado foi sentido e emocionado. Gostei de vários jogadores e da atitude lutadora da equipa. O maior destaque da tarde vai para Fredy que apontou os dois golos da vitória contra o Libolo de Angola (2-1) e promete vir a ser a revelação da época na Liga principal do futebol português. Uma última palavra para os amigos que voltei a encontrar nas bancadas do Restelo.

8.8.09

Um génio de todos os tempos

Não consigo identificar as minhas primeiras memórias do humor na televisão, porém, em 1975, nos tempos do “Sr. Feliz e Sr. Contente”, não perdia um segundo que fosse destas personagens. Fazia esperas televisivas e ansiava pelo momento do início da actuação de Nicolau Breyner e Herman José. Residia na casa onde nasci, na Rua das Lojas, em Santiago do Cacém. Passara pouco tempo da revolução de Abril e estávamos nos tempos da televisão a preto e branco. A qualidade de recepção da RTP1, o único canal de conseguíamos apanhar, era razoável, mas, a RTP2 só mesmo mais tarde e com recurso a amplificadores de sinal. Tudo girava em torno do primeiro canal da RTP e o humor marcava presença regular.

Não faço ideia de quando entrou Raul Solnado na minha vida. É daquelas personalidades que existiam desde sempre e nos deixam marcas e recordações únicas. Quando as Selecções do Reader's Digest lançou a colecção “Super Estrelas da Música Portuguesa” juntou como brinde um álbum com sketchs, suponho que apresentados no histórico “Zip-Zip” (1969). Mesmo com presença constante na televisão e com o sucesso de “A visita da Cornélia” (1977), é desse disco e conjunto de rábulas que me recordo sempre que se fala em Raul Solnado. Houve uma fase em que sabia de cor e salteado alguns desses sketchs e brindava a minha família com alguns momentos de “espectáculo”. Nesse particular, o “Concerto de Violino” era um dos meus preferidos, em que até as inflexões vocais tentava imitar.

Raul Solnado tinha um tipo de humor variado e que conseguia fazer rir às bandeiras despregadas, sem necessidade de recurso a brejeirices vulgares. A argúcia necessária para fazer passar textos na época da censura só pode ter incentivado a sua imaginação e capacidade criativa. O seu humor primava pela inteligência, por uma apurada habilidade de caricaturar a nossa sociedade e por superiores padrões estéticos e artísticos.

Depois de, em 1964, ter fundado (e pago) o Teatro Villaret, Solnado envolveu-se, com sucesso, na luta pela criação e abertura da “Casa do Artista”, obra de grande fôlego que conseguiu levar a bom porto e da qual era Director.

Ainda nesta última madrugada, coloquei um DVD com um documentário sobre a vida de Beatriz Costa. Nele surgia Raul Solnado evocando a memória desse símbolo feminino português do século XX. Hoje, acordo e leio a notícia sobre a sua morte. Com o seu desaparecimento físico, Portugal fica mais pobre e adivinham-se merecidas homenagens nos próximos tempos. Provavelmente, amanhã, estarei presente numa dessas homenagens, num local que Raul Solnado tantas vezes frequentou e que nos liga aos dois. Refiro-me ao Estádio do Restelo, pois, tanto eu como ele somos adeptos do Belenenses.

A pergunta que deixo no ar é simples. Depois de uma vida inteira dedicada à arte de representar, para quando um Teatro com o seu nome?

4.8.09

Pedras preciosas em Santiago

5 DE AGOSTO NA IGREJA MATRIZ

Todas as iniciativas em que se envolva José António Falcão têm um carimbo de qualidade que lhes conferem estatuto de imprescindíveis. Quem esteja no litoral alentejano não pode perder este acontecimento.


(clicar para aumentar)

3.8.09

A noite atlântica

Só quem viveu sabe o que foi. E quem viveu de forma intensa as noites dos Dias Atlânticos não deixou de estar presente nesta festa. Vieram um pouco de todo o lado, sem hesitações e com o apelo forte de um chamamento. Foram em vasto número aqueles que não conseguiram resistir ao charme viciante da recordação das melhores noites de sempre por terras do litoral alentejano.

A maioria dos mais assíduos antigos clientes chegaram cedo como se quisessem confirmar que existia mesmo uma festa e que não estariam a sonhar. “Belisquem-me para ter a certeza de que é verdade” era uma expressão que se sentia em muitos dos olhares daqueles que já lá estavam quando entrei. Cheguei cedo. Nem era meia-noite quando abordei o parque de estacionamento dos Dias Atlânticos. Os carros começavam a acumular-se e, depois de uns instantes de hesitação, optei por fazer tudo como antigamente. Perdi mais uns minutos que custaram a passar e deixei a viatura perto da casa de um amigo meu. Na generalidade, as pessoas começaram a chegar à discoteca bastante cedo. O facto de terem existido diversos jantares de grupo fez com que muita gente preferisse ir directa do restaurante para a celebração.

Os reencontros com amigos foram uma constante e a noite só teve o defeito de não se ter esticado mais horas, mais dias, mais noites. Logo à entrada, alguns colegas do liceu e um abraço ao antigo porteiro Velez, com quem recordei algumas histórias no meio de largos sorrisos. Pouco depois, e ainda fora da discoteca, foi a vez de um grande abraço a Luís Lucas, meu grande amigo de muitas noites nos Dias e de várias tardes, no estúdio da Miróbriga, na condução do programa “Café Rock”. Falámos das festas, das coberturas em directo pela rádio… até que um calafrio me percorreu a espinha quando o Lucas me perguntou pelo saudoso Fernando Calado.

Finalmente, entrei na discoteca. Parei para duas conversas com Zé Dado e Paulo Chaves, enquanto a casa começava a encher. Fui abordado por uma antiga cliente dos Dias que visitara o meu blogue. Entre palavras repletas de simpatia passámos em revista as noites que marcaram o início dos anos 90 na nossa região. Entretanto, sou abraçado por outro antigo colega de secundária. Na cabine dos DJ’s estavam Zé Alexandre, Luís Sambado e Miguel Fino. Mais tarde, vi Tiago Rito, um dos homens que fundou os Dias Atlânticos, certamente agradado com a adesão popular.

Consegui percorrer uns dois metros no espaço de meia-hora. Nada mau porque ainda me mexia com grande à-vontade e era simples pedir uma bebida. Em má hora não o fiz porque, em breve, estaria uns 30 minutos numa afável espera para ser atendido. Os preços eram simpáticos e o consumo mínimo exigido também era acessível.

A casa esteve apinhada, o ambiente foi fantástico, a música – após um início com 3 ou 4 músicas que me fizeram tremer (nunca fui fã de ABBA) – avançou, rapidamente, para a coerência e qualidade a que estávamos habituados. Além dos êxitos de massas, por lá passaram coisas tão boas como “E=MC2” dos Big Audio Dynamite (a banda de Mick Jones dos Clash) que me fizeram dar uns passos mais largos de dança numa pista forçosamente pequena para tanta gente. Tal como Miguel Camanho (DJ de tantas e tão boas noites em Sines) me dizia numa das dezenas de reencontros que tive, “isto são músicas que já só escutamos ou em casa ou no carro”, numa alusão às opções musicais que os bares e discotecas vão teimando em manter. Curiosamente, as músicas do “pum-pum” não são muito consideradas nem valorizadas pela população que responde aos rigorosos estudos realizados pelas grandes cadeias de rádio. Ou seja, e a menos que a população que é aleatoriamente contactada para colaborar nos estudos de opinião seja diametralmente oposta aos clientes dos estabelecimentos de diversão nocturna, alguma coisa permanece uma gigantesca incógnita no que concerne às músicas que passam nestes locais. Enfim, ontem, tivemos, nos antigos Dias Atlânticos, uma noite em cheio e com uma animação de louvar.

Os anos passam e nada permanece igual. O local é o mesmo, mas muita coisa sucedeu desde que os Dias Atlânticos fecharam as portas. O recinto já conheceu épocas mais gloriosas e mais condizentes com a sua história. A organização da festa fez o que pôde para minorar alguma natural decadência. As colunas foram alugadas. As luzes eram sofríveis. Porém, quem faz o sucesso de uma festa são as pessoas. E aquelas pessoas estavam-se nas tintas para o acessório. O importante era a emoção e o sentimento que as rodeava. O balanço da noite revivalista que decorreu nos Dias Atlânticos só pode resumir-se a uma palavra: sucesso.

Já não estava com o Lucas há muitos anos e, durante a noite, foi possível irmos recordando aspectos e histórias dos tempos dos Dias Atlânticos. Num momento em que estávamos a olhar para o ambiente que se vivia, Lucas comentava que os Dias tinham sido uma discoteca marcante. De facto, somente uma discoteca que tivesse marcado uma geração poderia reunir tanta gente. Reencontros à parte, também tive oportunidade de conhecer pessoas novas que eram antigos clientes dos Dias, incluindo, Carmen Botelho, que em boa hora concebeu o cartaz/convite da iniciativa.

Após um sucesso como este, toda a gente aguarda para ver o que se seguirá. Dentro do formato “Dias Atlânticos”, muita coisa pode fazer sentido, porém, em matéria de revivalismo puro e duro, uma ou duas festas por ano já seria muito bom.

Esta foi uma rara e magnífica noite atlântica.








Visita recomendada ao blogue Santo_André_Ontem_Hoje_Amanhã

2.8.09

Rita Redshoes + Daniel Bacelar

Rita Redshoes convidou Daniel Bacelar para um dueto na noite de ontem. "Lonesome Town" correu tão bem que ainda houve direito a "I've Got A Feeling", ambas canções de Ricky Nelson. Este espectáculo decorreu nos Jardins em Belém integrado no Festival dos Oceanos.

Melhor do que falar sobre o acontecimento é mostrar o que sucedeu em palco.

Para quando uma colaboração semelhante em disco?