26.5.07

Banco de Ensaio nº 27
Trabalhadores do Comércio – Iblussom

Trabalhadores do Comércio – IblussomIblussom é uma borbulha. Uma borbulha bem biba.

Quando escrevemos sobre um grupo de pessoas que gosta mesmo do que faz corremos o risco de contágio por essa satisfação alheia. Os Trabalhadores do Comércio são um caso exemplar de um grupo de amigos que respira ao mesmo ritmo da música que toca e que somente atinge a felicidade no palco, em estúdio ou na garagem, mas com a vantagem de não necessitar que essa música sirva para pagar as contas da electricidade ou para amortizar as prestações do automóvel.

A verdade é que, tirando o álbum de estreia, “Trip’s à moda do Porto” – que incluía o clássico “Chamem a Polícia” e editado em pleno boom do rock português (1981) –, os seus discos nunca estiveram no lote dos meus preferidos. Ao invés dos “sérios” Arte & Ofício (de onde vieram Sérgio Castro e Álvaro Azevedo), os Trabalhadores do Comércio apostavam mais no gozo da chalaça com pronúncia portuense. Preferia, sem qualquer hesitação, os primeiros e estaria na linha da frente da bilheteira se, por mero acaso, existisse um concerto de regresso dos Arte & Ofício.

Mesmo assim, na minha condição de indivíduo interessado na mmp, fui acompanhando a carreira dos Trabalhadores do Comércio e ficando surpreendido com alguns anunciados “regressos ao activo”. O último dos quais ocorreu no ano passado e foi motivado pelos dois espectáculos de comemoração dos 25 anos da Febre de Sábado de manhã. A experiência (que testemunhei no palco e lá atrás nos bastidores) correu tão, mas tão bem, que Sérgio Castro e demais rapaziada não poderiam abdicar de “novo regresso”.

Como terão compreendido, confesso que foi com pouco entusiasmo que comecei a audição do novíssimo “Iblussom” (“Evolução” à moda do Porto e editado 17 anos após o anterior longa-duração), até porque o álbum é duplo e a um CD de originais se soma um segundo CD, onde se recuperam canções antigas com novas roupagens. Quando um grupo aposta num formato destes é, normalmente, sinónimo de colocação de um disco de inéditos de forma discreta no meio de um conjunto de êxitos garantidos, fazendo render o “best of” como peixe do passado.

Chegado a este ponto da minha escrita, tenho de admitir a surpresa positiva que senti ao longo da audição de “Iblussom”. O novo disco, sobretudo o CD de inéditos, merece ser bem escutado – e, de preferência, com o volume elevado porque isto é mesmo os Trabalhadores do Comércio em formato “evolução”.
A abertura de “Iblussom” junta o novo ao antigo e “Binde ber istu” é uma festa de sons em que a referência central se chama James Brown. Esta música é uma composição de Sérgio Castro e António Garcez, figura mítica do rock lusitano e antigo elemento dos Arte & Ofício ou dos Roxigénio. Mais à frente, a parceria repete-se em “Cordàbida”.
O tema título, “Iblussom”, é um blues intemporal com participação especial de Rui Veloso, numa das suas melhores prestações dos últimos 20 anos. A canção seguinte, “Ardenmus olhus”, em dueto com Berg e com uma sublime presença das Vozes da Rádio, foca a ardente questão dos fogos florestais, constituindo um dos momentos mais intensos e surpreendentes do álbum, que faz pairar no ar a pergunta de quando sairá uma versão menos longa para promoção radiofónica. De surpresa em surpresa, caímos em “Lucinda”, “Ispáncame” ou numa canção “Loucu”, que não me importaria que fosse infinita dado o manancial de portas em aberto que faz questão de deixar para discos futuros. Pelo meio, ainda existe tempo para temas com o mesmo potencial que elevou “Chamem a Polícia” a clássico. Se editadas em 1981, canções como a do baixista Miguel Cerdeira, “Bares Citadinus” (a letra é dele em parceria com Teresa Macedo), ou do antes “pequenino” João Luís Médicis, “Ganda nagóciu”, teriam feito as delícias daqueles tempos.

Em “Iblussom”, a música não está agarrada a uma única corrente, optando por deambular, com um à vontade extremo, entre diversos estilos. Mesmo ao nível das vocalizações se nota a democracia (anarquia?) reinante em todo o disco. Além dos convidados especiais, Rui Veloso, Berg, Vozes da Rádio, Diana Basto e Orlando Mesquita (dos King Fischer Band), a voz principal tanto é de Sérgio Castro como de João Luís Médicis e até Álvaro Azevedo aparece como vocalista num tema escondido.
Fosse um projecto “lá de fora do estrangeiro” e classificaria o disco como sendo de rock alternativo e independente com alguns temas comercialmente fortes e adequados a um público mainstream. Felizmente, desta vez o projecto em apreço é português e afirmo exactamente isso mesmo.

Literariamente, Sérgio Castro permanece um portuense bem disposto, que, mesmo em questões mais sérias como a do tema forte, “Ardenmus olhus”, utiliza sabiamente a sua escrita característica. Musicalmente, o disco tem a força de uma locomotiva, pois, assistimos a uma fusão, sem que se gere confusão, de tudo aquilo que cada um dos membros andou a escutar ao longo dos últimos 17 anos e que transportou para os Trabalhadores do Comércio do século XXI. Muita gente que não conheça o projecto pode sentir-se baralhada. Afinal, qual dos dois CD’s é o “best of”?


Banco de ensaio nº 27 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 26/05/2007

Site: www.trabalhadoresdocomercio.org
Blogue: iblussom.blogspot.com

22.5.07

Tudo começa às cinco

O meu amigo Bruno Gonçalves Pereira (com quem colaboro no Atlântico da Miróbriga) abandona as tarefas menos visiveis e vai passar a ser o responsável pela emissão diária na Antena 1 a partir das 5 da manhã. Um desafio estimulante (e merecido) num horário que prepara o arranque das manhãs da rádio e que inclui uma recta final de emissão já com auditório significativo.

Mais detalhes.

Bruno Gonçalves Pereira, John Watts e Luís Silva do Ó

21.5.07

Banco de Ensaio nº 26
Jesse Sykes & the Sweet Hereafter - Like, Love, Lust & the Open Halls of the Soul

Jesse Sykes & the Sweet Hereafter - Like, Love, Lust & the Open Halls of the Soul“Like, Love, Lust & the Open Halls of the Soul” foi editado em Fevereiro deste ano e é o novo trabalho de Jesse Sykes. Com influências estéticas e musicais muito country este disco foi uma interessante surpresa.
LLL, o single, é mais um excelente tema mainstream para ser descoberto pelas rádios nacionais.


Banco de ensaio nº 26 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 19/05/2007

Site: www.jessesykes.com
MySpace: www.myspace.com/jessesykes

17.5.07

Vou ao Jamor

A corrida aos bilhetes para a Final da Taça de Portugal entre o Belenenses e o Sporting iniciou-se ontem. Hoje, por volta das 13 horas, consegui adquirir o meu e o do meu pai.


14.5.07

Banco de Ensaio nº 25
John Mayall and the Bluesbreakers - In the Palace of the King

John Mayall and the Bluesbreakers - In the Palace of the King“Os escravos podem ser julgados, vendidos, alugados, avaliados, sentenciados como sendo bens móveis na mão dos seus senhores e donos, ou dos seus carrascos, administradores e procuradores, qualquer que seja a finalidade, construção ou propósito.”
Código Civil da Carolina do Sul, século XIX

“Para conhecer a essência do Rock’n’Roll, temos de partir desta realidade.
Vindos de África e transportados em condições inacreditáveis, chegaram, à América, mais de dois milhões de escravos, entre 1680 e 1786.
Estes escravos trouxeram consigo a música e a tradição dos seus antepassados e seria este o embrião para o surgimento da música afro-americana, que havia de transformar o mundo musical do século XX.
Os Blues nascem nas canções de trabalho dos escravos, não podendo ser uma música alegre e feliz.
São músicas tristes, melancólicas e sofredoras, mas, simultaneamente, imaginativas, tanto na forma como no conteúdo.
Após a abolição da escravatura, as canções de trabalho perdem significado e os Blues destacam-se.
Retratam episódios concretos da existência humana: a vida, a morte, o ódio, o amor, o medo, a solidão, a angústia, o ciúme... percorrem sons pungentes, soltam gritos da alma, que ecoam e sublinham quotidianos e emoções, que lhes dão força e que lhes dão voz...
Música negra na sua origem, os Blues não são exclusivo de uma raça, sendo comungada por muitos brancos que lutaram e morreram ao lado dos negros, em prol de ideais comuns de liberdade.
Quem não entender os Blues, nunca poderá entender o Jazz nem o Rock!”
In “O rock nasceu do sangue

Quando, em Setembro de 2003, escrevi este texto no blogue Canal Maldito, fi-lo inspirado nos pioneiros dos blues, incluindo o pai dos blues britânicos. Ao escutarmos os excelentes discos que John Mayall continua a gravar, somos envolvidos pelos blues puros e, se fecharmos os olhos, poderemos viver histórias actuais e outras que retratam sofrimento e trabalhos forçados em campos de algodão. O seu novo e excelente álbum, “In The Palace Of The King” é dedicado a Freddie King, um bluesmen que é uma referência para John Mayall. Sim, porque mesmo as lendas têm admiração por outros mitos musicais. O novo trabalho é altamente recomendável e não se nota o peso da idade em John Mayall. Apesar de contar com mais de 70 anos, as digressões anuais permanecem (como nos bons velhos tempos, em digressão, a sua casa é um autocarro bem equipado) e, da última vez que passou por Portugal, tive a felicidade de estar presente.

“Profissional e com grande humildade (pediu luz para ver o público, dialogou, sorriu imenso e cedeu, mesmo, autógrafos no decurso do encore!), John Mayall arrasou, esquecendo e fazendo esquecer a sua idade.
Foi um monstro do principio ao fim; uma lenda viva.
Saí arrepiado da Aula Magna.”
In “Sem carga de trabalho


Banco de ensaio nº 25 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 12/05/2007

Site: www.johnmayall.com



Vídeos de Freddie King
Have You Ever Loved A Woman, Suécia, 1973


Goin' Down

13.5.07

Jesus, uma estrela em Belém

Último jogo no Restelo para o fantástico e inesperado campeonato que o Belenenses tem feito na 1ª Liga deste ano. O resultado final terminou com uma vitória azul por duas bolas a zero e cada vez é maior o número de adeptos presentes. A uma jornada do fim permanecemos em luta pelo 4º lugar (o 5º já está garantido) e estaremos na Final da Taça de Portugal. Dady, o nosso goleador, mantém-se na corrida à "Bola de Prata" encontrando-se a um golo do sportinguista Liedson. Além disso, no próximo ano regressaremos às competições europeias, marcando presença na UEFA. O principal responsável por esta surpresa chama-se Jorge Jesus e é treinador de futebol.

Um agradecimento e abraço especial ao João Pela. Sem ele teria visto os últimos encontros com pior visibilidade!

Imagem do pontapé de saída no encontro entre o Belenenses e o Marítimo.

Existem guarda-redes que marcam épocas e gerações. Não sei se o Imperador azul Marco Aurélio teve hoje o último jogo oficial com a camisola do Belenenses. Foi efusivamente aplaudido ao longo de todo o encontro e recebeu um banho de carinho no final da partida. Se não ficar no próximo ano iremos sentir saudades das suas defesas e da sua presença entre os postes.

7.5.07

Banco de Ensaio nº 24
Mêlée - Devils & Angels

Mêlée - Devils & AngelsAproxima-se a emissão número 25 e o “Banco de ensaio” permanece no ar, a divulgar os novos discos que são editados um pouco por todo o lado. O trabalho tem sido muito cativante e, no outro dia, recebi o elogio que mais ambicionaria receber. Foi-me dito que se notava que gosto de fazer o espaço. De facto, assim é.
Apesar de, pessoalmente, preferir outros álbuns divulgados recentemente, para esta semana seleccionei um projecto que faria as delicias dos portugueses, se fosse por cá editado e passasse na rádio. “Devils & Angels” é um excelente álbum pop, numa linha new-wave, com refrões simples, melodiosos e inspirados.


Banco de ensaio nº 24 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 05/05/2007

Site: www.meleerocks.com
MySpace: myspace.com/meleerocks

5.5.07

Férias públicas

A minha pequena semana de férias foi desvendada por quem a partilhou.

Invasão de privacidade em Fragmentos&Crónicas.

Restaurante "Bem Haja" em Nelas:

30.4.07

Banco de Ensaio nº 23
Anaïs Mitchell - The Brightness

Nem sempre os melhores trabalhos entram nos tops de vendas e se tornam conhecidos do grande público. Este segundo álbum na carreira de Anaïs Mitchell é um daqueles discos que nos conquistam progressivamente. Numa linha folk alternativa, “The Brightness” tem marcado presença assídua no meu leitor de CD’s e acredito que por lá permaneça durante os próximos tempos. O timbre vocal é único. Se puderem, escutem “The Brightness” na íntegra.


Banco de ensaio nº 23 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 28/04/2007

Site: www.anaismitchell.com
MySpace: myspace.com/anaismitchell

29.4.07

Goleada de Cabral Ferreira

Ficou confirmada a percepção que publiquei no meu texto anterior e que tanta polémica levantou nos blogues “Futuro Belenenses” e “Canto Azul ao Sul”.
Cabral Ferreira goleou os adversários na noite eleitoral de ontem, ficando com mais do dobro dos votos do segundo classificado, Gouveia da Veiga. Isto, apesar de ter obtido uma vitória com uma percentagem inferior à eleição de 2005 (67,4% na altura, contra 62,5% de agora). Todavia, mesmo assim, viu aumentar o número de votos de 6567 para 7103, nas mais concorridas eleições dos últimos tempos. Votaram 2130 associados e mais não o fizeram porque existem regras que impossibilitam a participação de sócios com menos de um ano.

No dia seguinte ao desta eleição, espero que o desejo que expressei na minha crónica “O Belém somos nós” se concretize. Precisamos de um clube unido e que inclua em vez de excluir. E precisamos de ver quem participou ou apoiou as listas B e C a deitar para trás das costas rivalidades e a assumir a sua dedicação ao clube da cruz de Cristo.

A convite de João Pela, fiz para o “Futuro Belenenses” uma pequena cobertura da noite eleitoral de ontem. Fomos os primeiros a mostrar resultados da decisiva mesa 1 e isso deixa-nos felizes. Somente uma observação para reflexão futura. Fará sentido que os sócios presentes no Pavilhão não tenham tido oportunidade de tomar conhecimento dos resultados parciais, sobretudo quando a equipa de reportagem da Rádio Sesimbra (parabéns pela cobertura) divulgava, de forma privilegiada, números atrás de números?

Como pequeno brinde, ficam aqui umas curtas imagens de Cabral Ferreira, numa primeira reacção, para a Rádio Sesimbra, acerca da sua vitória eleitoral.


Além dos parabéns a Cabral Ferreira pela vitória e de um cumprimento a Gouveia da Veiga pela excelente campanha eleitoral que realizou, gostaria de enviar um abraço a todos aqueles com quem contactei nestes últimos dias de vida azul, nomeadamente, Henrique R., Telmo Carvalho, Marques da Silva, Luís Oliveira, Luís Lacerda, Luciano Rodrigues, Miguel Amaral, Miguel Barreiros, Pedro Lourenço, F. Valente, Paulo Jesus, João Pela, entre outros.

24.4.07

O Belém somos nós

O Direito a ter Opinião

O processo eleitoral no Belenenses e as diversas posições assumidas pelos comentadores que surgem na blogosfera são deveras inquietantes. De um lado, irrompem cidadãos, associados do clube, com as suas visões do que constituirá o melhor para o futuro do emblema do seu coração. Do outro lado, aparecem cidadãos que não dão o rosto e que assinam de forma anónima. A esmagadora maioria daqueles que não assumem a autoria das suas opiniões diabolizam o presidente e candidato Cabral Ferreira, ofendendo e atacando o seu carácter e o seu nome. Pouco ou nada se discute de essencial quando toca a assumir divergências com o actual líder azul. Pessoalmente, apreciaria um debate de ideias e um confronto entre projectos e meios para os efectivar. Infelizmente, o comum dos leitores destes fóruns, somente se preocupa com uma verborreia anárquica e inconsequente, desprezando qualquer argumentação lúcida ou válida. Posso não ter a certeza da direcção que o Belenenses deve trilhar, mas sei que este caminho, sem rumo, apenas pode prejudicar e jamais beneficiar. Ofensas e ataques avulsos não contribuem para unir uma família cada vez mais pequena, não servem para ampliar a dimensão do nosso clube, nem para fortalecer um crescimento urgente e necessário, crescimento esse unanimemente reconhecido em todas as latitudes do pensamento azul.
Temos de saber respeitar quem pensa diferente e urge sabermos argumentar e não jogar para cima da mesa frases ofensivas e desprovidas de substrato. Quando olho para o dia de amanhã, procuro adivinhar um Belém em que as diversas forças em presença não regateiem esforços, mesmo que os dividendos não sejam desfrutados pelo promotor da iniciativa. Quando uma ideia concretizada represente uma mais valia para o clube, deve ser realizada com o maior dos empenhamentos, ainda que se deteste o presidente da direcção desse momento. O importante é a instituição e não as pessoas que passam pela instituição.


Por um Belém a Sério

Sendo a instituição o que mais importa nestas e em todas as eleições devemos incentivar os diversos candidatos derrotados a colaborarem no dia seguinte. As eleições para os órgãos sociais de um clube não são semelhantes às eleições para a assembleia da república, mas são idênticas às eleições para a liderança de um partido político. Entre partidos diferentes existem vencedores, derrotados, governo e oposição. Num partido político, depois das propostas internas diferentes, existe, habitualmente, um trabalho conjunto entre vencedores e derrotados, pois, caso contrário, assistiríamos a cisões constantes e permanentes, assim como, ao surgimento exponencial de novos partidos. Num clube, após eleições, deve existir liderança (aquela que, democraticamente, sair do voto dos associados e em que todos deviam ser iguais) e colaboração com todos aqueles que possam constituir uma valia para a instituição. Darmo-nos ao luxo de desperdiçar potenciais investidores ou algumas fantásticas ideias que sempre surgem nestas ocasiões é uma aberração.
Tive o privilégio de ler os projectos de todos os candidatos e julgo muitos dos contributos interessantes, porém, considero irrealista assumir que queremos o Rossio sem que antes tenhamos estruturas para conquistar a Betesga. Em nenhum dos projectos li algo absolutamente espantoso, nem fiquei muito surpreendido com nenhuma das propostas. Creio, mesmo, que a esmagadora maioria dos associados votaria, se fosse possível, em todos os projectos em simultâneo. Vou mais longe ao acreditar que os próprios candidatos de uma lista concordam com a maioria das propostas alheias. E é bom se assim for porque mostra um pensamento superior comum, em prol dos interesses azuis, que é transversal às três candidaturas.
Naturalmente que cada uma considera ter o melhor projecto e as melhores pessoas para o levar por diante. Tomara que quem ganhe consiga realizar, no seu mandato, 50% das ideias plasmadas no programa. Contudo, acharia muito melhor que, além desses 50%, se pudessem agregar outros 50% vindos dos programas dos candidatos derrotados e com a colaboração dos próprios.


Desconhecimento e certezas

Desconheço a situação económica e a situação financeira do clube (são coisas diferentes) e da SAD (igualmente diferentes), mas, tenho a certeza de que todos os candidatos concordarão que é duplamente importante estar (ou vencer) a final da Taça de Portugal e ter conseguido marcar presença na Taça UEFA. E que o activo da nossa equipa de futebol profissional é neste final de temporada substancialmente superior ao que valia no início da época. Não basta criticar e apontar aspectos negativos. Fosse eu candidato e já teria publicamente felicitado o presidente Cabral Ferreira por esses feitos, pois, não poderia conceber que reconhecer o mérito do opositor fosse fragilizar a minha candidatura. Se pensasse assim, não teria a certeza de ser o melhor e todos os candidatos devem acreditar nas suas qualidades e potencialidades.
Gostaria que, destas eleições, saísse um vencedor chamado Belenenses porque esse é o único em quem devemos votar em todos os momentos. Todavia, o nome do vencedor é conhecido.


A Campanha Acabou

A frase não é minha, mas ecoou pelas bancadas do Restelo no jogo da meia-final. Com o futebol a ter este ano uma prestação dourada, não houve possibilidade objectiva de decorrer uma campanha eleitoral justa e imparcial entre as partes. Além dos disparates de retirar jornais de circulação ou de suprir serviços informativos, talvez a única possibilidade objectiva das alternativas fosse – por absurdo – suspender os jogos oficiais (campeonato e taça) a partir de Fevereiro ou adiar as eleições para momentos menos azuis. Desta forma e com estes resultados desportivos, não existem condições reais para um resultado diferente daquele que vai acontecer. Cabral Ferreira vai ganhar por uma goleada. E não, não sou um “vendido” nem me pagaram nenhuma viagem. Apenas faço por utilizar os neurónios que habitam dentro da minha cabeça.

22.4.07

Banco de Ensaio nº 22
Modest Mouse - We Were Dead Before the Ship Even Sank

Modest Mouse - We Were Dead Before the Ship Even SankO álbum “We Were Dead Before the Ship Even Sank” é o disco que marca a conquista do primeiro nº 1 dos Modest Mouse no top americano da Billboard. Editado em Abril deste ano, o single de apresentação, “Dashboard”, além de hiper comercial é já um êxito radiofónico. Destaque para a participação especial de James Mercer dos The Shins e uma curiosidade adicional para os antigos fãs dos Smiths: Johnny Marr participou nas gravações e integra actualmente os Modest Mouse.


Banco de ensaio nº 22 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 21/04/2007

Site: www.modestmousemusic.com
MySpace: www.myspace.com/modestmouse

21.4.07

Dia seguinte

Este meu pequeno (e quase anónimo) blogue registou ontem a sua maior afluência de sempre com mais de 200 visitantes diferentes. Igualmente, ontem, o video do momento do golo decisivo foi o 36º mais visto na variante desportiva do popular site youtube, tendo sido visualizado em mais de 1200 vezes!
O Belenenses está na final da Taça de Portugal e a festa que se viveu no Estádio do Restelo foi de grande intensidade. Provavelmente aconteceu coisa semelhante quando em determinado jogo decisivo para o título de campeão nacional se começaram a lançar foguetes antes de terminado o encontro. Felizmente, desta vez, a história foi diferente e não tivemos um banho de água fria. Na verdade, cheirou a Lisboa, cheirou a classe e às glórias antigas do Belém. E não estamos a ver a RTP Memória, mas, a viver as conquistas do presente. Agora, que estamos no Jamor, "o caneco é nosso"!



19.4.07

Belenenses regressa ao seu lugar

O meu clube, o Clube de Futebol "Os Belenenses", assegurou hoje, no Restelo, a passagem à final da Taça de Portugal e, em simultaneo, carimbou um lugar na Taça UEFA do próximo ano.
Assinala-se, assim, o regresso do Belenenses ao selecto lote dos grandes clubes portugueses. Não somos o quarto grande, mas sim, um dos grandes. Sinto-me feliz.

Vídeo do Golo da Vitória:
(imagens captadas na bancada dos sócios)


Conferência de Imprensa de Jorge Jesus:


Luciano Rodrigues e Telmo Carvalho depois da vitóriaLuciano Rodrigues e Telmo Carvalho depois da vitória.
João Pela e Telmo CarvalhoJoão Pela e Telmo Carvalho.
Colegas de sofrimento na festa do ResteloColegas de sofrimento na festa do Restelo.

15.4.07

Uma Sondagem Diferente

Nos blogues exclusivamente dedicados ao Belenenses tem vindo a ser debatido, apaixonadamente, os candidatos e projectos a serem votados nas eleições para os orgãos sociais.

O que proponho aos adeptos do Belenenses, que por aqui passem, é que indiquem na secção de comentários em quem vão votar e os motivos subjacentes a essa escolha. Mais do que apontar críticas às outras candidaturas gostaria de ler aspectos positivos que justifiquem a opção de voto no candidato escolhido.

Banco de Ensaio nº 21
The Shins - Wincing the night away

The Shins - Wincing the night awayEditado em 23 de Janeiro de 2007 e encomendado no dia seguinte, a verdade é que a entrega foi sendo sucessivamente adiada, até que optei por cancelar o pedido inicial e realizar nova encomenda através de outra loja virtual. Decorridos 2 meses de peripécias e já com “Wincing the Night Away” na mão, foi chegado o momento de gravar o espaço.
Este terceiro trabalho dos The Shins é um dos mais sérios candidatos a melhor disco de 2007, tal é a quantidade de canções de elevada qualidade que contém. Além do primeiro single “Phantom Limb”, “Wincing the Night Away” conta com outras pérolas como “Turn on Me”, “Australia”, “Sea Legs” e o alternativo “Red Rabbits”.
Sucesso um pouco por todo o mundo, o que faltará para que este álbum seja conhecido, também, em Portugal?


Banco de ensaio nº 21 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 14/04/2007

Site: www.theshins.com
MySpace: www.myspace.com/theshins

14.4.07

Fim de tarde no Restelo

O fim da tarde de hoje foi passado no Restelo, rodeado por amigos que conheci através da blogosfera. João Pela, Luís Lacerda, Telmo e Henrique R partilharam comigo os gritos de golo e a emoção inerente a este fantástico desporto.
Felizmente, o jogo correu pelo melhor, o Belenenses permanece num momento fantástico com cinco vitórias consecutivas e, hoje, foi a vez do Estrela da Amadora sair derrotado por três bolas a zero.
Foi muito bonito ver as bancadas com imensa gente, assim como foram vibrantes os gritos "Belém - Belém" que ecoavam entre a bancada dos sócios e a bancada oposta.
Para a História, aqui ficam algumas fotografias particulares e um pequeno vídeo onde se escutam os gritos de incentivo atrás referidos.



A festa estava prestes a começar.
Os bloguistas Henrique R e Telmo em grande plano.
Luís Lacerda, responsável pelo blogue CFBelenenses e Xandala, o homem do blogue Futuro Belenenses

13.4.07

Matateu - Mais Sons do Lançamento do Livro

Neta, Filha e Irmão de Matateu com Fernando Correia e Cabral FerreiraO lançamento do livro de Fernando Correia dedicado a Matateu ocorreu a 24 de Novembro de 2006. Da reportagem realizada, resultou uma emissão especial do programa Atlântico da Antena Miróbriga transmitida em 2 de Dezembro de 2006. Porém, foram registados outros sons durante a cerimónia oficial de lançamento. São essas declarações que hoje disponibilizo na integra.

Com um agradecimento especial ao meu amigo e responsável pelo Atlântico, Bruno Gonçalves Pereira, aqui fica um documento interessante, ou seja, o som em bruto dos discursos proferidos nesse fim de tarde.

Clicar para escutar.
Discursos proferidos durante a cerimónia de lançamento do livro dedicado a Matateu e realizada em 24/11/2006

10.4.07

A emenda e o soneto

Cartão de Associado de Luís Silva do ÓDesde há algum tempo que recebo os SMS’s informativos do Clube de Futebol “Os Belenenses”. Excelente a ideia desta Direcção de manter os associados e adeptos subscritores desse serviço gratuito por dentro das actividades, do quotidiano e dos resultados desportivos do clube do seu (meu) coração.
Aproximando-se as eleições para os órgãos sociais do Belenenses, as lutas internas e demais movimentações próprias de uma campanha eleitoral começam a surgir.

Vem isto a propósito de, hoje de manhã, ter sido surpreendido por um SMS com o seguinte teor:
“Bom dia! Por analogia com a decisão do Sr. Presidente da Assembleia Geral, que suspendeu, a pedido das Listas B e C candidatas às eleições de 28 de Abril, a distribuição do Jornal dos Belenenses, fica também suspenso este serviço informativo. Obrigado pela aderência”

Ora que bonito. Estamos em campanha, logo não temos serviço informativo.

Mas o dia não acabou aqui em termos de SMS’s. Recebi, agora, outro que é lapidar. Vem informar-me que, em vez de receber as informações do Clube, vou passar a receber as informações das 3 listas concorrentes! Ou seja, os meus dados pessoais foram transmitidos a terceiros para que possam encher-me o telemóvel com propaganda. Não sei se foi o Sr. Presidente da Assembleia Geral a autorizar esta violação de privacidade, mas não posso deixar de sorrir.

Já agora, porque será que não posso votar nem assistir às Assembleias Gerais (ainda sou associado recente) e posso receber SMS’s da Campanha Eleitoral?

Ora bolas, ou melhor, ora bolas para dentro das balizas adversárias, por favor!

3.4.07

Banco de Ensaio nº 20
Peter Bjorn and John - Writer's Block

Peter Bjorn and John - Writer's BlockChegámos com este “Banco de Ensaio” à vigésima edição do espaço em que procuro divulgar um novo disco todas as semanas. Naturalmente que este espaço existe e foi concebido para a Miróbriga. Os convites que tenho recebido para incluir o “Banco” em outras rádios locais são bastante agradáveis, mas, tenho-os recusado porque este espaço só existe porque é para a “minha” rádio. Uma excelente rádio local, das melhores que existem em Portugal, com óptimos profissionais, diga-se, e que, ao longo dos anos, tem sido uma referência e uma escola no Litoral Alentejano.
Regressando ao espaço, tem sido um desafio muito interessante e que me tem permitido conhecer muita música nova, da qual, uma minoria tem sido eleita para o “Banco”. Semana a semana, nem sempre terei tomado as melhores opções de divulgação, porém, entre dois álbuns interessantes continuo a preferir destapar aquele que menos conhecido seja dos portugueses. Procuro não repetir géneros musicais em semanas consecutivas, o que, por vezes, me causou constrangimentos. Tenho tentado, em todas as escolhas realizadas, optar por uma música passível de ser sucesso nas rádios FM. O conceito de canção mainstream tem estado sempre presente, mesmo quando os temas se podem classificar como mais alternativos ou independentes. É nessa mistura entre desconhecido, alternativo e comercial que os “Bancos” têm sido desenhados. O trabalho desta semana é um excelente exemplo do que busco semanalmente, pois Peter Bjorn and John é uma lufada de ar fresco na música contemporânea. Curiosamente, após Frida Hyvönen (que tem disco novo), são o segundo projecto sueco destacado neste espaço. “Writer's Block”, recentemente lançado nos Estados Unidos em edição especial que inclui um CD extra, contém um dos melhores temas pop que escutei nas últimas duas décadas e importa ser divulgado em Portugal. Lá fora, no mítico “estrangeiro”, já são um sucesso.



Banco de ensaio nº 20 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 31/03/2007

Site: www.peterbjornandjohn.com/
MySpace: www.myspace.com/peterbjornandjohn