3.6.07

Banco de Ensaio nº 28
Bright Eyes - Cassadaga

Bright Eyes - ou se preferirem Conor Oberst - mantém a sua classe neste novo trabalho.
“Four Winds” não me consegue sair do ouvido!






Banco de ensaio nº 28 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 02/06/2007

Site: www.thisisbrighteyes.com
MySpace: www.myspace.com/brighteyes



Vídeo de "Four Winds":


Vídeo de "First Day Of My Life":


Vídeo de "At The Bottom Of Everything":

1.6.07

Pensar Santiago: 5 anos depois

“2002, Pensar Santiago”

Desde a última actividade pública e visível da Procris passaram, precisamente, 5 anos.
Apesar de, em finais de 2001, ter assumido o regresso à direcção com uma missão bem definida (pagar dívidas, resolver problemas de diversa ordem e dar uma nova oportunidade à associação juvenil), a verdade é que não resistimos, então, a regressar à nossa vocação antiga de discutir ideias. A missão principal foi parcialmente cumprida, pois, as dívidas foram pagas e todas as questões solucionadas. Todavia, sem que surgissem novos elementos mais jovens, não faria sentido a sua continuidade.

Durante os seus 15 anos de existência, a Procris deixou a sua impressão digital bem marcada nas recordações de muita gente. Tendo sido eu um dos fundadores e um dos seus principais impulsionadores, guardo muitas recordações positivas, sobretudo no período de ouro entre 1990 e 1994. Em conjunto com outros amigos, de onde destacaria os colegas de direcção Rogério do Ó e Vasco Rodrigues, realizámos um leque variado de actividades que incluiu conferências, colóquios, espectáculos de música, concursos nacionais de artes plásticas, literatura e fotografia, e, naturalmente, a iniciativa “rainha”, os campos internacionais de trabalho nas ruínas do convento de Nossa Senhora do Loreto.

“2002, Pensar Santiago” não foi o grito do Ipiranga, mas, um canto do cisne em grande!


(Texto que resume a iniciativa. Curiosamente, da minha intervenção inicial não reza a crónica.)

31.5.07

Serei?

Sou
a fleuma cintilante em voos de poesia, mergulhada
no lusco-fusco da vida e da noite carente
em que troca o sentido duma lágrima molhada
caída algures num jogo salgado e quente...

Sinto
a sincera oportunidade de saltar de novo
na ânsia de encontrar a mente solta
de fora de mim e que mexe por dentro.
Renova sons de mar em praia revolta.

Sonho
com carícias sentidas, trocadas em chamas
trovas de um tempo intenso de memórias
em que, num fogo, aqueces e acalmas
transportando infinitas e estranhas histórias.

Saio
aqui de mim e aqui permaneço
troço de um quadro curvo, sem nexo
vitrina, percurso indolor, sem preço
extravagante, rico, convexo.

Grito
numa noite clara e num choro corrido
neblina terrena, cor celeste, no laço cortado
sensação de leveza, de dever cumprido
no encanto de um momento idealizado.

Estou
no ciclo constante de repetitivo olhar
reviro objectos esquecidos e fechados
projectos atordoados, abandonados sem hesitar
percursos definidos e marcados.

Chego
e entro numa divisória apertada
em que ouso beber de um copo azul e rever-me…
uma hora, mais outra hora, deslizo pela escada
transpiro emoções,
refugiado, anestesiado, transfigurado e fragmentado
ouvindo-me…

Anos de vida – sumiram – em velocidade incontida
Recordo-me da longa novela sentida
em prazeres – presentes – que sinto
naquele mundo ausente
longínquo e extinto
de sempre, com gente, para sempre.
Serei o retrato que penso que sou?
Serei o rosto que o espelho apanhou?
Serei?


11/04/2003 (revisto, amputado e ampliado em 30/05/2007)

27.5.07

Momentos no Jamor




Estes são dois pequenos segmentos, com pouca qualidade de imagem, mas que me parecem interessantes de mostrar. Todos os adeptos azuis devem acreditar que no futuro iremos ter alegrias. Podia ter sido hoje, mas perder também faz parte do desporto.

Taça foi para Alvalade



Num jogo muito dividido o Sporting venceu o Belenenses por uma bola sem resposta. Se fosse ao contrário seria igualmente justo. Parabéns aos vencedores e um bravo aos azuis do Restelo.

Jamor (7)




Imagens dos primeiros 45 minutos de um jogo dividido e com oportunidades de parte a parte.

Jamor (6)




Vamos assistir ao jogo da final da Taça de Portugal com um público, até ao momento, fantástico.

Jamor (5)



A pouco mais de 30 minutos do início.

Jamor (4)



A pouco mais de 40 minutos do início do jogo.

Jamor (3)




Jamor às 15:45. Na primeira foto a bancada azul e na segunda a bancada verde. A última com Jacinto Maria do Ó e o amigo Joaquim Saloio da Rádio Diana de Évora.

Jamor (2)

Directo do Jamor (1)





Estamos em directo do Jamor para a cobertura da final da Taça de Portugal entre o Belenenses e o Sporting. Fotografias tiradas às 15:20 num momento em que os adeptos começavam a entrar no Estádio Nacional.

26.5.07

Banco de Ensaio nº 27
Trabalhadores do Comércio – Iblussom

Trabalhadores do Comércio – IblussomIblussom é uma borbulha. Uma borbulha bem biba.

Quando escrevemos sobre um grupo de pessoas que gosta mesmo do que faz corremos o risco de contágio por essa satisfação alheia. Os Trabalhadores do Comércio são um caso exemplar de um grupo de amigos que respira ao mesmo ritmo da música que toca e que somente atinge a felicidade no palco, em estúdio ou na garagem, mas com a vantagem de não necessitar que essa música sirva para pagar as contas da electricidade ou para amortizar as prestações do automóvel.

A verdade é que, tirando o álbum de estreia, “Trip’s à moda do Porto” – que incluía o clássico “Chamem a Polícia” e editado em pleno boom do rock português (1981) –, os seus discos nunca estiveram no lote dos meus preferidos. Ao invés dos “sérios” Arte & Ofício (de onde vieram Sérgio Castro e Álvaro Azevedo), os Trabalhadores do Comércio apostavam mais no gozo da chalaça com pronúncia portuense. Preferia, sem qualquer hesitação, os primeiros e estaria na linha da frente da bilheteira se, por mero acaso, existisse um concerto de regresso dos Arte & Ofício.

Mesmo assim, na minha condição de indivíduo interessado na mmp, fui acompanhando a carreira dos Trabalhadores do Comércio e ficando surpreendido com alguns anunciados “regressos ao activo”. O último dos quais ocorreu no ano passado e foi motivado pelos dois espectáculos de comemoração dos 25 anos da Febre de Sábado de manhã. A experiência (que testemunhei no palco e lá atrás nos bastidores) correu tão, mas tão bem, que Sérgio Castro e demais rapaziada não poderiam abdicar de “novo regresso”.

Como terão compreendido, confesso que foi com pouco entusiasmo que comecei a audição do novíssimo “Iblussom” (“Evolução” à moda do Porto e editado 17 anos após o anterior longa-duração), até porque o álbum é duplo e a um CD de originais se soma um segundo CD, onde se recuperam canções antigas com novas roupagens. Quando um grupo aposta num formato destes é, normalmente, sinónimo de colocação de um disco de inéditos de forma discreta no meio de um conjunto de êxitos garantidos, fazendo render o “best of” como peixe do passado.

Chegado a este ponto da minha escrita, tenho de admitir a surpresa positiva que senti ao longo da audição de “Iblussom”. O novo disco, sobretudo o CD de inéditos, merece ser bem escutado – e, de preferência, com o volume elevado porque isto é mesmo os Trabalhadores do Comércio em formato “evolução”.
A abertura de “Iblussom” junta o novo ao antigo e “Binde ber istu” é uma festa de sons em que a referência central se chama James Brown. Esta música é uma composição de Sérgio Castro e António Garcez, figura mítica do rock lusitano e antigo elemento dos Arte & Ofício ou dos Roxigénio. Mais à frente, a parceria repete-se em “Cordàbida”.
O tema título, “Iblussom”, é um blues intemporal com participação especial de Rui Veloso, numa das suas melhores prestações dos últimos 20 anos. A canção seguinte, “Ardenmus olhus”, em dueto com Berg e com uma sublime presença das Vozes da Rádio, foca a ardente questão dos fogos florestais, constituindo um dos momentos mais intensos e surpreendentes do álbum, que faz pairar no ar a pergunta de quando sairá uma versão menos longa para promoção radiofónica. De surpresa em surpresa, caímos em “Lucinda”, “Ispáncame” ou numa canção “Loucu”, que não me importaria que fosse infinita dado o manancial de portas em aberto que faz questão de deixar para discos futuros. Pelo meio, ainda existe tempo para temas com o mesmo potencial que elevou “Chamem a Polícia” a clássico. Se editadas em 1981, canções como a do baixista Miguel Cerdeira, “Bares Citadinus” (a letra é dele em parceria com Teresa Macedo), ou do antes “pequenino” João Luís Médicis, “Ganda nagóciu”, teriam feito as delícias daqueles tempos.

Em “Iblussom”, a música não está agarrada a uma única corrente, optando por deambular, com um à vontade extremo, entre diversos estilos. Mesmo ao nível das vocalizações se nota a democracia (anarquia?) reinante em todo o disco. Além dos convidados especiais, Rui Veloso, Berg, Vozes da Rádio, Diana Basto e Orlando Mesquita (dos King Fischer Band), a voz principal tanto é de Sérgio Castro como de João Luís Médicis e até Álvaro Azevedo aparece como vocalista num tema escondido.
Fosse um projecto “lá de fora do estrangeiro” e classificaria o disco como sendo de rock alternativo e independente com alguns temas comercialmente fortes e adequados a um público mainstream. Felizmente, desta vez o projecto em apreço é português e afirmo exactamente isso mesmo.

Literariamente, Sérgio Castro permanece um portuense bem disposto, que, mesmo em questões mais sérias como a do tema forte, “Ardenmus olhus”, utiliza sabiamente a sua escrita característica. Musicalmente, o disco tem a força de uma locomotiva, pois, assistimos a uma fusão, sem que se gere confusão, de tudo aquilo que cada um dos membros andou a escutar ao longo dos últimos 17 anos e que transportou para os Trabalhadores do Comércio do século XXI. Muita gente que não conheça o projecto pode sentir-se baralhada. Afinal, qual dos dois CD’s é o “best of”?


Banco de ensaio nº 27 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 26/05/2007

Site: www.trabalhadoresdocomercio.org
Blogue: iblussom.blogspot.com

22.5.07

Tudo começa às cinco

O meu amigo Bruno Gonçalves Pereira (com quem colaboro no Atlântico da Miróbriga) abandona as tarefas menos visiveis e vai passar a ser o responsável pela emissão diária na Antena 1 a partir das 5 da manhã. Um desafio estimulante (e merecido) num horário que prepara o arranque das manhãs da rádio e que inclui uma recta final de emissão já com auditório significativo.

Mais detalhes.

Bruno Gonçalves Pereira, John Watts e Luís Silva do Ó

21.5.07

Banco de Ensaio nº 26
Jesse Sykes & the Sweet Hereafter - Like, Love, Lust & the Open Halls of the Soul

Jesse Sykes & the Sweet Hereafter - Like, Love, Lust & the Open Halls of the Soul“Like, Love, Lust & the Open Halls of the Soul” foi editado em Fevereiro deste ano e é o novo trabalho de Jesse Sykes. Com influências estéticas e musicais muito country este disco foi uma interessante surpresa.
LLL, o single, é mais um excelente tema mainstream para ser descoberto pelas rádios nacionais.


Banco de ensaio nº 26 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 19/05/2007

Site: www.jessesykes.com
MySpace: www.myspace.com/jessesykes

17.5.07

Vou ao Jamor

A corrida aos bilhetes para a Final da Taça de Portugal entre o Belenenses e o Sporting iniciou-se ontem. Hoje, por volta das 13 horas, consegui adquirir o meu e o do meu pai.


14.5.07

Banco de Ensaio nº 25
John Mayall and the Bluesbreakers - In the Palace of the King

John Mayall and the Bluesbreakers - In the Palace of the King“Os escravos podem ser julgados, vendidos, alugados, avaliados, sentenciados como sendo bens móveis na mão dos seus senhores e donos, ou dos seus carrascos, administradores e procuradores, qualquer que seja a finalidade, construção ou propósito.”
Código Civil da Carolina do Sul, século XIX

“Para conhecer a essência do Rock’n’Roll, temos de partir desta realidade.
Vindos de África e transportados em condições inacreditáveis, chegaram, à América, mais de dois milhões de escravos, entre 1680 e 1786.
Estes escravos trouxeram consigo a música e a tradição dos seus antepassados e seria este o embrião para o surgimento da música afro-americana, que havia de transformar o mundo musical do século XX.
Os Blues nascem nas canções de trabalho dos escravos, não podendo ser uma música alegre e feliz.
São músicas tristes, melancólicas e sofredoras, mas, simultaneamente, imaginativas, tanto na forma como no conteúdo.
Após a abolição da escravatura, as canções de trabalho perdem significado e os Blues destacam-se.
Retratam episódios concretos da existência humana: a vida, a morte, o ódio, o amor, o medo, a solidão, a angústia, o ciúme... percorrem sons pungentes, soltam gritos da alma, que ecoam e sublinham quotidianos e emoções, que lhes dão força e que lhes dão voz...
Música negra na sua origem, os Blues não são exclusivo de uma raça, sendo comungada por muitos brancos que lutaram e morreram ao lado dos negros, em prol de ideais comuns de liberdade.
Quem não entender os Blues, nunca poderá entender o Jazz nem o Rock!”
In “O rock nasceu do sangue

Quando, em Setembro de 2003, escrevi este texto no blogue Canal Maldito, fi-lo inspirado nos pioneiros dos blues, incluindo o pai dos blues britânicos. Ao escutarmos os excelentes discos que John Mayall continua a gravar, somos envolvidos pelos blues puros e, se fecharmos os olhos, poderemos viver histórias actuais e outras que retratam sofrimento e trabalhos forçados em campos de algodão. O seu novo e excelente álbum, “In The Palace Of The King” é dedicado a Freddie King, um bluesmen que é uma referência para John Mayall. Sim, porque mesmo as lendas têm admiração por outros mitos musicais. O novo trabalho é altamente recomendável e não se nota o peso da idade em John Mayall. Apesar de contar com mais de 70 anos, as digressões anuais permanecem (como nos bons velhos tempos, em digressão, a sua casa é um autocarro bem equipado) e, da última vez que passou por Portugal, tive a felicidade de estar presente.

“Profissional e com grande humildade (pediu luz para ver o público, dialogou, sorriu imenso e cedeu, mesmo, autógrafos no decurso do encore!), John Mayall arrasou, esquecendo e fazendo esquecer a sua idade.
Foi um monstro do principio ao fim; uma lenda viva.
Saí arrepiado da Aula Magna.”
In “Sem carga de trabalho


Banco de ensaio nº 25 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 12/05/2007

Site: www.johnmayall.com



Vídeos de Freddie King
Have You Ever Loved A Woman, Suécia, 1973


Goin' Down

13.5.07

Jesus, uma estrela em Belém

Último jogo no Restelo para o fantástico e inesperado campeonato que o Belenenses tem feito na 1ª Liga deste ano. O resultado final terminou com uma vitória azul por duas bolas a zero e cada vez é maior o número de adeptos presentes. A uma jornada do fim permanecemos em luta pelo 4º lugar (o 5º já está garantido) e estaremos na Final da Taça de Portugal. Dady, o nosso goleador, mantém-se na corrida à "Bola de Prata" encontrando-se a um golo do sportinguista Liedson. Além disso, no próximo ano regressaremos às competições europeias, marcando presença na UEFA. O principal responsável por esta surpresa chama-se Jorge Jesus e é treinador de futebol.

Um agradecimento e abraço especial ao João Pela. Sem ele teria visto os últimos encontros com pior visibilidade!

Imagem do pontapé de saída no encontro entre o Belenenses e o Marítimo.

Existem guarda-redes que marcam épocas e gerações. Não sei se o Imperador azul Marco Aurélio teve hoje o último jogo oficial com a camisola do Belenenses. Foi efusivamente aplaudido ao longo de todo o encontro e recebeu um banho de carinho no final da partida. Se não ficar no próximo ano iremos sentir saudades das suas defesas e da sua presença entre os postes.

7.5.07

Banco de Ensaio nº 24
Mêlée - Devils & Angels

Mêlée - Devils & AngelsAproxima-se a emissão número 25 e o “Banco de ensaio” permanece no ar, a divulgar os novos discos que são editados um pouco por todo o lado. O trabalho tem sido muito cativante e, no outro dia, recebi o elogio que mais ambicionaria receber. Foi-me dito que se notava que gosto de fazer o espaço. De facto, assim é.
Apesar de, pessoalmente, preferir outros álbuns divulgados recentemente, para esta semana seleccionei um projecto que faria as delicias dos portugueses, se fosse por cá editado e passasse na rádio. “Devils & Angels” é um excelente álbum pop, numa linha new-wave, com refrões simples, melodiosos e inspirados.


Banco de ensaio nº 24 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 05/05/2007

Site: www.meleerocks.com
MySpace: myspace.com/meleerocks

5.5.07

Férias públicas

A minha pequena semana de férias foi desvendada por quem a partilhou.

Invasão de privacidade em Fragmentos&Crónicas.

Restaurante "Bem Haja" em Nelas: