9.6.07

Quem sabe nunca esquece

Sérgio Valadares, Armando José Guerreiro e Jacinto Maria do Ó

As palavras de Cabral Ferreira sobre Mendonça levaram-me a pensar que seria peça fora do baralho para a próxima época. O meu pai, Jacinto do Ó, na parte final da emissão deu a sua leitura noutro sentido. Confirmou-se ontem, 8 de Junho, que tinha toda a razão!


Excerto onde Jacinto do Ó fala de Mendonça.

No meio de tanta especulação sobre contratações a blogosfera azul assistiu de maneira distante a esta excelente emissão onde o Clube de Futebol "Os Belenenses" saiu prestigiado. A excepção foi o blogue "Futuro Belenenses" que apreciou o trabalho e elaborou dois muito interessantes textos:

Bradar no deserto

Reflexão


Aproveito para sublinhar que a Miróbriga mostrou ser uma rádio dinâmica e cheia de vida no passado fim-de-semana. Além do "Especial Taça" existiram muitos directos da Santiagro - numa constante reportagem de enorme qualidade. Parabéns!

7.6.07

O adeus de Marta Ferreira

Pequeno texto inserido hoje no blogue Canal Maldito:

O blogue Canal Maldito encontra-se em estado de hibernação, porém, tendo ocorrido hoje o inesperado falecimento de Marta Ferreira, irmã de Kalu e manager dos Xutos & Pontapés, não queria deixar de prestar uma pequena e insignificante homenagem. Contactei de perto com a Marta durante o período em que os k2o3 gravaram o seu primeiro CD - editado pela El-Tatu - e realizaram algumas primeiras partes de Xutos.
Tenho dela a visão da manager exemplar e principal responsável pelo ressurgimento da carreira dos Xutos - reporto-me aos tempos seguintes à edição de “Gritos Mudos” (1990) e ao período conturbado que os Xutos internamente viveram.

A última vez que com ela estive pessoalmente foi na noite de 17 de Março de 2006, no decurso do espectáculo da “Febre de Sábado” em Matosinhos. Posteriormente, ainda trocámos alguns emails. Ao Kalú, ao Kabeca, à família e aos Xutos & Pontapés transmito um abraço com o meu profundo pesar.

Marta Ferreira esteve para os Xutos como Brian Epstein esteve para os Beatles.

Eternamente insubstituível.

Até sempre.
Luís Silva do Ó


Mais informações.

Belenenses em destaque no Litoral Alentejano

A emissão da Miróbriga (uma das 3 rádios locais mais relevantes na Região Sul) dedicada ao balanço da Final da Taça de Portugal teve uma duração superior a uma hora e meia e será repetida, na íntegra, no próximo domingo a partir das 16 horas.
Dessa longa e interessante emissão deixo-vos um resumo do debate. Este resumo, com duração aproximada de 22 minutos, é temporalmente anterior à participação surpresa de Cabral Ferreira.

Como aperitivo aqui ficam algumas das frases:

Jacinto Maria do Ó (Belenenses) – “nós, temos aqui, na nossa zona, 2 filiais do Belenenses. Benfica e Sporting não têm”

Armando José Guerreiro (Sporting) – “fiquei surpreendido com os adeptos do Belenenses”

Jacinto Maria do Ó (Belenenses) – “O Belenenses não ficou em 4º porque os árbitros não deixaram”

Armando José Guerreiro (Sporting) – “Há um um bom trabalho desta Direcção (…) faz pouco barulho, poucas ondas, mas apresenta trabalho” (sobre a Direcção do Belenenses)

Sérgio Valadares (Benfica) – “Cabral Ferreira está a fazer um excelente trabalho como presidente da Direcção do Belenenses. Acho que brevemente vamos ter um Belenenses a exemplo daquilo que já foi no passado. É um clube com grandes pergaminhos em Portugal. É um clube que merece ficar eternamente na 1ª Divisão.”

6.6.07

Uma surpresa vinda do Norte

Por vezes existem surpresas surpreendentes.
Como esta que saiu do teclado de João Médicis:

"(...) Até ganharem tal estatuto (para o que terão de adoptar outra postura profissional, aceitem um conselho de alguém mais velho e por isso mais sábio), Davide Pinheiro e sus muchachos poderão continuar a visitar o terceiro anel, e apreciar, de binóculos, o seu clube a perder títulos para os demais participantes da liga de futebol, e vingarem a sua frustração em tudo aquilo que orgulhosamente saia deste burgo, em especial aquilo a que outras massas cinzentas, essas sim merecedoras de grande respeito por terem um estatuto amplamente reconhecido (Carlos Feixa, Álvaro Costa, Nuno Markl, Luis Silva do Ó, etc), dedicam tinta e tempo para descrever qualidade e inovação." clicar aqui

A minha opinião a este novo disco dos Trabalhadores do Comércio é conhecida (clicar aqui) e também teve direito a outras referências de João Médicis:

(...)" "E num quero ter outra surpresa, bibo a bida com outra certeza, e se quero lagosta na mesa...", faço o que gosto de fazer, que no seu tempo o Universo há-de responder e o crustáceo vai acabar mesmo entre os meus dentes. Até lá, lagosta só se for o vinho, e o cheiro de marisco nos dedos tenho que o encontrar de outra forma (com mais prazer, admito), mas sempre com um enorme grau de felicidade porque mais uma pessoa (Luís Silva do Ó) percebeu plenamente o que quizemos fazer com Iblussom e o explicou melhor do que nós poderiamos, para quem quizer saber mais sem comprar o disco. (...)" (clicar aqui).

5.6.07

Cabral Ferreira na Miróbriga

No passado sábado o presidente do Belenenses entrou em directo no programa dedicado à análise da Final da Taça de Portugal. Fica aqui o registo dessa conversa.

4.6.07

Final da Taça: Programa na Miróbriga



A Miróbriga foi a única rádio local do Litoral Alentejano que esteve presente na final da Taça de Portugal disputada no Estádio Nacional.

Sábado passado, entre as 16 e as 18 horas, tivemos uma emissão especial dedicada à retrospectiva da maior festa do futebol português. Como introdução ao programa foi apresentado um trabalho da minha autoria (gravado no Jamor) e que marcou o regresso do meu pai, Jacinto do Ó, a funções de comentador desportivo.

A apresentação deste trabalho foi seguida por um animado debate entre Armando José Guerreiro (Sporting), Sérgio Valadares (Benfica) e Jacinto do Ó (Belenenses) numa emissão conduzida por Susano e que incluiu uma imprevista conversa telefónica com Cabral Ferreira - que apanhou de surpresa, inclusive, os convidados presentes em estúdio.

Como curiosidade aqui fica o citado trabalho gravado no Jamor:


Sérgio Valadares, Armando José Guerreiro e Jacinto Maria do Ó
Susano
Sérgio Valadares e Armando José Guerreiro
Armando José Guerreiro e Jacinto Maria do Ó

3.6.07

Banco de Ensaio nº 28
Bright Eyes - Cassadaga

Bright Eyes - ou se preferirem Conor Oberst - mantém a sua classe neste novo trabalho.
“Four Winds” não me consegue sair do ouvido!






Banco de ensaio nº 28 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 02/06/2007

Site: www.thisisbrighteyes.com
MySpace: www.myspace.com/brighteyes



Vídeo de "Four Winds":


Vídeo de "First Day Of My Life":


Vídeo de "At The Bottom Of Everything":

1.6.07

Pensar Santiago: 5 anos depois

“2002, Pensar Santiago”

Desde a última actividade pública e visível da Procris passaram, precisamente, 5 anos.
Apesar de, em finais de 2001, ter assumido o regresso à direcção com uma missão bem definida (pagar dívidas, resolver problemas de diversa ordem e dar uma nova oportunidade à associação juvenil), a verdade é que não resistimos, então, a regressar à nossa vocação antiga de discutir ideias. A missão principal foi parcialmente cumprida, pois, as dívidas foram pagas e todas as questões solucionadas. Todavia, sem que surgissem novos elementos mais jovens, não faria sentido a sua continuidade.

Durante os seus 15 anos de existência, a Procris deixou a sua impressão digital bem marcada nas recordações de muita gente. Tendo sido eu um dos fundadores e um dos seus principais impulsionadores, guardo muitas recordações positivas, sobretudo no período de ouro entre 1990 e 1994. Em conjunto com outros amigos, de onde destacaria os colegas de direcção Rogério do Ó e Vasco Rodrigues, realizámos um leque variado de actividades que incluiu conferências, colóquios, espectáculos de música, concursos nacionais de artes plásticas, literatura e fotografia, e, naturalmente, a iniciativa “rainha”, os campos internacionais de trabalho nas ruínas do convento de Nossa Senhora do Loreto.

“2002, Pensar Santiago” não foi o grito do Ipiranga, mas, um canto do cisne em grande!


(Texto que resume a iniciativa. Curiosamente, da minha intervenção inicial não reza a crónica.)

31.5.07

Serei?

Sou
a fleuma cintilante em voos de poesia, mergulhada
no lusco-fusco da vida e da noite carente
em que troca o sentido duma lágrima molhada
caída algures num jogo salgado e quente...

Sinto
a sincera oportunidade de saltar de novo
na ânsia de encontrar a mente solta
de fora de mim e que mexe por dentro.
Renova sons de mar em praia revolta.

Sonho
com carícias sentidas, trocadas em chamas
trovas de um tempo intenso de memórias
em que, num fogo, aqueces e acalmas
transportando infinitas e estranhas histórias.

Saio
aqui de mim e aqui permaneço
troço de um quadro curvo, sem nexo
vitrina, percurso indolor, sem preço
extravagante, rico, convexo.

Grito
numa noite clara e num choro corrido
neblina terrena, cor celeste, no laço cortado
sensação de leveza, de dever cumprido
no encanto de um momento idealizado.

Estou
no ciclo constante de repetitivo olhar
reviro objectos esquecidos e fechados
projectos atordoados, abandonados sem hesitar
percursos definidos e marcados.

Chego
e entro numa divisória apertada
em que ouso beber de um copo azul e rever-me…
uma hora, mais outra hora, deslizo pela escada
transpiro emoções,
refugiado, anestesiado, transfigurado e fragmentado
ouvindo-me…

Anos de vida – sumiram – em velocidade incontida
Recordo-me da longa novela sentida
em prazeres – presentes – que sinto
naquele mundo ausente
longínquo e extinto
de sempre, com gente, para sempre.
Serei o retrato que penso que sou?
Serei o rosto que o espelho apanhou?
Serei?


11/04/2003 (revisto, amputado e ampliado em 30/05/2007)

27.5.07

Momentos no Jamor




Estes são dois pequenos segmentos, com pouca qualidade de imagem, mas que me parecem interessantes de mostrar. Todos os adeptos azuis devem acreditar que no futuro iremos ter alegrias. Podia ter sido hoje, mas perder também faz parte do desporto.

Taça foi para Alvalade



Num jogo muito dividido o Sporting venceu o Belenenses por uma bola sem resposta. Se fosse ao contrário seria igualmente justo. Parabéns aos vencedores e um bravo aos azuis do Restelo.

Jamor (7)




Imagens dos primeiros 45 minutos de um jogo dividido e com oportunidades de parte a parte.

Jamor (6)




Vamos assistir ao jogo da final da Taça de Portugal com um público, até ao momento, fantástico.

Jamor (5)



A pouco mais de 30 minutos do início.

Jamor (4)



A pouco mais de 40 minutos do início do jogo.

Jamor (3)




Jamor às 15:45. Na primeira foto a bancada azul e na segunda a bancada verde. A última com Jacinto Maria do Ó e o amigo Joaquim Saloio da Rádio Diana de Évora.

Jamor (2)

Directo do Jamor (1)





Estamos em directo do Jamor para a cobertura da final da Taça de Portugal entre o Belenenses e o Sporting. Fotografias tiradas às 15:20 num momento em que os adeptos começavam a entrar no Estádio Nacional.

26.5.07

Banco de Ensaio nº 27
Trabalhadores do Comércio – Iblussom

Trabalhadores do Comércio – IblussomIblussom é uma borbulha. Uma borbulha bem biba.

Quando escrevemos sobre um grupo de pessoas que gosta mesmo do que faz corremos o risco de contágio por essa satisfação alheia. Os Trabalhadores do Comércio são um caso exemplar de um grupo de amigos que respira ao mesmo ritmo da música que toca e que somente atinge a felicidade no palco, em estúdio ou na garagem, mas com a vantagem de não necessitar que essa música sirva para pagar as contas da electricidade ou para amortizar as prestações do automóvel.

A verdade é que, tirando o álbum de estreia, “Trip’s à moda do Porto” – que incluía o clássico “Chamem a Polícia” e editado em pleno boom do rock português (1981) –, os seus discos nunca estiveram no lote dos meus preferidos. Ao invés dos “sérios” Arte & Ofício (de onde vieram Sérgio Castro e Álvaro Azevedo), os Trabalhadores do Comércio apostavam mais no gozo da chalaça com pronúncia portuense. Preferia, sem qualquer hesitação, os primeiros e estaria na linha da frente da bilheteira se, por mero acaso, existisse um concerto de regresso dos Arte & Ofício.

Mesmo assim, na minha condição de indivíduo interessado na mmp, fui acompanhando a carreira dos Trabalhadores do Comércio e ficando surpreendido com alguns anunciados “regressos ao activo”. O último dos quais ocorreu no ano passado e foi motivado pelos dois espectáculos de comemoração dos 25 anos da Febre de Sábado de manhã. A experiência (que testemunhei no palco e lá atrás nos bastidores) correu tão, mas tão bem, que Sérgio Castro e demais rapaziada não poderiam abdicar de “novo regresso”.

Como terão compreendido, confesso que foi com pouco entusiasmo que comecei a audição do novíssimo “Iblussom” (“Evolução” à moda do Porto e editado 17 anos após o anterior longa-duração), até porque o álbum é duplo e a um CD de originais se soma um segundo CD, onde se recuperam canções antigas com novas roupagens. Quando um grupo aposta num formato destes é, normalmente, sinónimo de colocação de um disco de inéditos de forma discreta no meio de um conjunto de êxitos garantidos, fazendo render o “best of” como peixe do passado.

Chegado a este ponto da minha escrita, tenho de admitir a surpresa positiva que senti ao longo da audição de “Iblussom”. O novo disco, sobretudo o CD de inéditos, merece ser bem escutado – e, de preferência, com o volume elevado porque isto é mesmo os Trabalhadores do Comércio em formato “evolução”.
A abertura de “Iblussom” junta o novo ao antigo e “Binde ber istu” é uma festa de sons em que a referência central se chama James Brown. Esta música é uma composição de Sérgio Castro e António Garcez, figura mítica do rock lusitano e antigo elemento dos Arte & Ofício ou dos Roxigénio. Mais à frente, a parceria repete-se em “Cordàbida”.
O tema título, “Iblussom”, é um blues intemporal com participação especial de Rui Veloso, numa das suas melhores prestações dos últimos 20 anos. A canção seguinte, “Ardenmus olhus”, em dueto com Berg e com uma sublime presença das Vozes da Rádio, foca a ardente questão dos fogos florestais, constituindo um dos momentos mais intensos e surpreendentes do álbum, que faz pairar no ar a pergunta de quando sairá uma versão menos longa para promoção radiofónica. De surpresa em surpresa, caímos em “Lucinda”, “Ispáncame” ou numa canção “Loucu”, que não me importaria que fosse infinita dado o manancial de portas em aberto que faz questão de deixar para discos futuros. Pelo meio, ainda existe tempo para temas com o mesmo potencial que elevou “Chamem a Polícia” a clássico. Se editadas em 1981, canções como a do baixista Miguel Cerdeira, “Bares Citadinus” (a letra é dele em parceria com Teresa Macedo), ou do antes “pequenino” João Luís Médicis, “Ganda nagóciu”, teriam feito as delícias daqueles tempos.

Em “Iblussom”, a música não está agarrada a uma única corrente, optando por deambular, com um à vontade extremo, entre diversos estilos. Mesmo ao nível das vocalizações se nota a democracia (anarquia?) reinante em todo o disco. Além dos convidados especiais, Rui Veloso, Berg, Vozes da Rádio, Diana Basto e Orlando Mesquita (dos King Fischer Band), a voz principal tanto é de Sérgio Castro como de João Luís Médicis e até Álvaro Azevedo aparece como vocalista num tema escondido.
Fosse um projecto “lá de fora do estrangeiro” e classificaria o disco como sendo de rock alternativo e independente com alguns temas comercialmente fortes e adequados a um público mainstream. Felizmente, desta vez o projecto em apreço é português e afirmo exactamente isso mesmo.

Literariamente, Sérgio Castro permanece um portuense bem disposto, que, mesmo em questões mais sérias como a do tema forte, “Ardenmus olhus”, utiliza sabiamente a sua escrita característica. Musicalmente, o disco tem a força de uma locomotiva, pois, assistimos a uma fusão, sem que se gere confusão, de tudo aquilo que cada um dos membros andou a escutar ao longo dos últimos 17 anos e que transportou para os Trabalhadores do Comércio do século XXI. Muita gente que não conheça o projecto pode sentir-se baralhada. Afinal, qual dos dois CD’s é o “best of”?


Banco de ensaio nº 27 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 26/05/2007

Site: www.trabalhadoresdocomercio.org
Blogue: iblussom.blogspot.com

22.5.07

Tudo começa às cinco

O meu amigo Bruno Gonçalves Pereira (com quem colaboro no Atlântico da Miróbriga) abandona as tarefas menos visiveis e vai passar a ser o responsável pela emissão diária na Antena 1 a partir das 5 da manhã. Um desafio estimulante (e merecido) num horário que prepara o arranque das manhãs da rádio e que inclui uma recta final de emissão já com auditório significativo.

Mais detalhes.

Bruno Gonçalves Pereira, John Watts e Luís Silva do Ó

21.5.07

Banco de Ensaio nº 26
Jesse Sykes & the Sweet Hereafter - Like, Love, Lust & the Open Halls of the Soul

Jesse Sykes & the Sweet Hereafter - Like, Love, Lust & the Open Halls of the Soul“Like, Love, Lust & the Open Halls of the Soul” foi editado em Fevereiro deste ano e é o novo trabalho de Jesse Sykes. Com influências estéticas e musicais muito country este disco foi uma interessante surpresa.
LLL, o single, é mais um excelente tema mainstream para ser descoberto pelas rádios nacionais.


Banco de ensaio nº 26 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 19/05/2007

Site: www.jessesykes.com
MySpace: www.myspace.com/jessesykes