No sábado passado o Atlântico destacou o histórico concerto que os UHF deram no dia 19 de Setembro na Rua do Carmo. Além de entrevistas com os quatro elementos dos UHF tive uma longa conversa com o meu amigo e responsável pelo Atlântico, Bruno Gonçalves Pereira. O Atlântico é transmitido aos sábados entre as 19h00 e as 21h00 na Miróbriga e numa parceria conjunta disponibilizamos em formato "compacto" a parte dedicada a este evento.
Em alternativa pode fazer o download do ficheiro para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.
Ulisses (voz e guitarra), Chaves (baixo), Mini (guitarra) e Nuno Costa (bateria) estão de volta às lides discográficas com o novo álbum intitulado "No Fio da Navalha". Um disco composto por 12 canções, vincadamente punk rock e fieis à linha musical que caracteriza a banda há 15 anos: curto e grosso, directo e sem maquilhagem. Os k2o3 tanto colocam o dedo na ferida de forma mordaz e irónica, como é exemplo o tema "Ovelha Negra", como também revelam uma atitude mais divertida, como acontece no tema "Namorada". É um disco muito radiofónico, repleto de potenciais singles, para cantar do princípio ao fim.
Alinhamento: Abismo, Lama, Ovelha Negra, À Espera de Nada, Namorada, Olhos nos Olhos, Beco Sem Saída, Faca, Miragem, Vira-lata, Mais ou Menos, Silêncio (instrumental).
Será uma grande noite de punk rock português com os convidados "Fábrica D' Brinquedos" e "Gazua". As portas abrem às 22h00 e os concertos começam às 22h15.
Foi a maior concentração popular desde o início da campanha eleitoral para as legislativas. Quando me aproximei escutei alguém perguntar se “estaria ali o Sócrates”. Não estava nem José Sócrates nem Manuela Ferreira Leite. Quem discursou nessa noite foi António Manuel Ribeiro que subiu ao palco com a determinação dos vencedores.
“Rua do Carmo” é um dos temas de maior sucesso na carreira dos UHF. Ontem, assisti a um concerto verdadeiramente histórico que juntou o Canal Maldito com a rua que cantam desde 1981. O espectáculo fez-me recordar outros eventos mágicos protagonizados por grandes grupos rock internacionais. Por cá, estes acontecimentos não são assim tão frequentes e congestionar aquela zona de Lisboa é, igualmente, raro. Na realidade, o resultado do concerto de duas horas dos UHF não podia ter sido mais surpreendente. Mesmo sem grande publicidade, a Rua do Carmo esteve repleta de fãs e de populares curiosos. Tanto uns como os outros, cantaram os temas do início ao fim num imenso e colectivo coro. Eu estava próximo do palco - fui furando desde a zona da loja da Ana Salazar - e, quando olhava para trás, só via pessoas de braços no ar, pelo que imagino o que terão sentido os músicos em cima do palco. O alinhamento foi escolhido ao milímetro e as principais canções dos UHF que evocam Lisboa não foram esquecidas. Aliás, o alinhamento foi seleccionado com requinte. Todas as músicas foram sinónimo de rock, enquanto a poesia cortante de António Manuel Ribeiro fez o pleno entre sons e palavras.
Respirou-se um ar de revolução na zona da Baixa. Os músicos actuaram como se fosse aquele o último dia das suas vidas. Porém, o amanhã existe. E, a julgar pela amostra apresentada, o futuro promete ser risonho.
Foram três os novos temas tocados ontem. A versão “Vejam Bem” (José Afonso) e os inéditos “A última prova” e “Quero entrar em tua casa”. Qualquer um deles com imenso potencial a abrir o apetite para o próximo álbum de originais. “A última prova” é UHF vintage e “Quero entrar em tua casa” podia ser o primeiro single de uma nova banda.
Renato Gomes voltou a aparecer em palco para nos brindar com a excelência dos seus solos, enquanto António Côrte-Real, Fernando Rodrigues e Ivan Cristiano voltaram a provar todo o seu valor – se é que ainda precisam de provar alguma coisa. António Manuel Ribeiro estava, visivelmente, emocionado e sentia-se que a sua felicidade era enorme.
Com um alinhamento como o de ontem, fico na dúvida se algum dia assistira a um concerto de UHF tão bom como este. Pode parecer estranho, mas, sinceramente, não sei!
Que venha o próximo álbum o mais depressa possível e mais concertos com esta energia.
A 18ª edição do festival “Noites Ritual” decorreu este fim-de-semana nos Jardins do Palácio de Cristal no Porto. As duas noites deste acontecimento ficaram marcadas por duas enchentes monumentais, o que demonstra que sucesso e qualidade são compatíveis quando nos referimos a música e a adesão popular. Apesar dos eventos musicais em Portugal primarem muitas vezes pelo inverso, ficou mais uma vez provado que nem sempre é necessário apostar em nomes que cobram cachets exorbitantes para que o público marque presença. As cerca de 10 mil pessoas que, em cada uma das noites, estiveram presentes deliraram com a diversidade do cartaz dos dois palcos. Deolinda, Blind Zero ou Mão Morta foram alguns dos nomes presentes.
Este festival descende da saudosa “Ritual”, revista em que cheguei a colaborar. Além do evidente êxito da iniciativa, poderemos assistir, em breve, a parte dos concertos através da MTV Portugal.
Ao contrário do habitual, este ano não levei gravador, mas, mesmo assim, tive uma conversa gravada com Pedro Brinca, o antigo director da “Ritual” e apresentador oficial do Festival. Em jeito de curiosidade, aqui fica uma improvisada conversa gravada em formato vídeo.
Uma palavra final para a sempre excelente organização e deixo daqui deste meu blogue um abraço amigo para o Carlos Vieira.
Para o ano, espero estar, de novo, no Porto para mais umas fantásticas “Noites Ritual”.