18.12.06

Banco de Ensaio nº 08
Nellie McKay – Pretty Little Head

Nellie McKay – Pretty Little HeadEditado no dia das bruxas deste ano, o segundo trabalho de Nellie McKay é muito mais do que “o novo disco de uma jovem promessa”. Depois de uma promissora estreia pelas mãos da poderosa Columbia, Nellie cedo entrou em divergências com a editora. A preparação desta nova edição tornou-se um pesadelo que se arrastou durante meses e meses. O público ia sendo informado dos constantes adiamentos e até existe uma versão da capa do CD que não chegou a ser comercializado. A principal divergência entre Nellie McKay e a Columbia centrava-se no formato a editar. Enquanto Nellie queria lançar um novo disco duplo, a editora pretendia “compactar” para um simples CD, prescindindo de alguns dos temas que surgem agora em “Pretty Little Head”. A opção de Nellie McKay, apesar de arriscada, compreende-se após escutar a totalidade das canções que constituem o álbum. Navegando entre o jazz e um pop-rock alternativo, Nellie McKay revelou-se uma escritora de canções provocante e polivalente, sendo apontada nos States como uma estrela em ascensão. O sentido comercial ganha contornos aguçados em “Real Life”, mas a nossa escolha vai para uma canção que ilustra melhor o trabalho duplo. “Columbia Is Bleeding” podia ser dedicado à sua antiga editora, mas não o é. É antes um tema que trata de alegados maus tratos a animais na Universidade de Columbia, constituindo outro exemplo de como as causas podem continuar a ser vestidas num formato musical pop.

O “Banco” regressa na primeira semana de 2007.


Banco de ensaio nº 08 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 16/12/2006

Site: www.nelliemckay.org

16.12.06

O adeus de Clay Regazzoni

Retirado do livro de banda desenhada «Grande Premio F1» de Willy Richard e Mario Luini que retrata a temporada de 1977.O tempo dos heróis da Fórmula 1 terminou há muito e a minha paixão por este desporto foi diminuindo à medida que a emoção tendeu para zero.

O suíço Clay Regazzoni, herói da Ferrari e da Williams, morreu ontem, 6ª feira, vítima de acidente de viação. Contando 67 anos de idade, Regazzoni participou em 132 Grandes Prémios de F1 entre 1970 e 1980, vencendo cinco corridas, a primeiras das quais no GP de Itália em 1971 e obtendo cinco pole positions.

O essencial da sua carreira foi passado com a Ferrari, para quem conduziu entre 1970 e 1972, e depois entre 1974 e 1976, com passagens ainda pelas escuderias BRM (1973), Ensign-Ford (1977 e 1980), Shadow Ford (1978) e Williams (1979), sagrando-se vice-campeão mundial em 1974, atrás do brasileiro Emerson Fittipaldi. Foi também campeão europeu de F2 em 1970 com a Ferrari. A primeira vitória da Williams num Grande Prémio foi obtida por Regazzoni em 1979.

Em 1980 sofreu um grave acidente no circuito de Long Beach onde se realizou o GP dos Estados Unidos e ficou paraplégico. Com a carreira naturalmente interrompida, a cadeira de rodas não o impediu de continuar a participar em competições automóveis, com os comandos adaptados junto ao volante, destacando-se uma participação no Rali Paris-Dakar.

Clay Regazzoni pertenceu àquela que eu considero a última grande geração de pilotos de Fórmula 1, onde se incluem os nomes de Patrick Depailler, John Watson, Carlos Reutemann, Jacques Laffite, Jochen Mass, Ronnie Peterson, Gilles Villeneuve, Didier Pironi, Ricardo Patrese, Jacky Ickx e dos antigos campeões mundiais Jackie Stewart, Mario Andretti, Emerson Fittipaldi, Alan Jones, James Hunt, Jody Scheckter e Niki Lauda.

Que descanse em Paz neste reencontro eterno com Enzo Ferrari.

11.12.06

Banco de Ensaio nº 07
Dierks Bentley – Long Trip Alone

Dierks Bentley - Long Trip AloneDierks Bentley é um caso sério na música country contemporânea. Depois do grande sucesso do álbum anterior, Bentley regressou com um novo trabalho intitulado “Long Trip Alone” que atingiu o primeiro lugar no Top de música country na semana do seu lançamento.


Banco de ensaio nº 07 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 09/12/2006

Site oficial: www.dierks.com

8.12.06

Uma porta encostada

O outro lugar não nasceu para debater rádio, futebol, música ou política. Existe porque me apeteceu partilhar fragmentos diversos da minha vida. Sem retóricas, sem prazos e sem compromissos que não sejam aqueles que decorram do próprio momento.

A capital de todos nós, Lisboa, inovou por estes dias com o lançamento dos “Jardins Digitais”. Santiago do Cacém podia ter tido este conceito implementado nos primeiros 15 dias de mandato (ver último parágrafo). Era somente um dos imensos aspectos inovadores que o programa incluía.

Decorreu mais de um ano desde a minha aventura nas eleições autárquicas em Santiago do Cacém e apetece-me, talvez motivado por notícias que li e no seguimento de iniciativas a que assisti, dar asas à memória recente. Quando, em Abril de 2005, fui convidado a integrar o grupo responsável pela elaboração do programa eleitoral do partido socialista, jamais imaginaria pertencer a qualquer tipo de lista para as eleições. O simples facto de poder contribuir com ideias para o futuro do meu concelho era motivo mais do que suficiente para aceitar o desafio. A verdade é que, poucas semanas depois, o intenso trabalho que motivou madrugadas sem dormir e deslocações a Santiago em todos os fins-de-semana que mediaram entre Abril e Outubro, acabou por resultar num surpreendente convite para número quatro da lista à Câmara – não sou, nesta altura, vereador por uma nesga. Na altura, auscultei a opinião de amigos próximos e admito ter tido um ou dois dias de reflexão porque, mesmo com o coração no meu concelho, a minha vida está consolidada em Lisboa. Porém, a única resposta coerentemente possível era a afirmativa. Isto porque as sessenta e uma ideias detalhadas, por escrito, ao longo das primeiras duas semanas de reflexão não poderiam ser renegadas nem jogadas para trás das costas. Sabem que não me revejo no discurso do “falam, falam e não fazem nada”. Gosto mais de fazer do que de falar. Ora, o envolvimento só é autêntico se for incondicional e foi essa a lógica da minha decisão. Hoje, faria o mesmo ou, se possível, ainda mais.

Reconheço ter gostado da experiência, do frenesim próprio de uma campanha, do stress, dos sorrisos, do contacto com populares, das conversas com gente do meio urbano e do meio rural. Esquecendo os problemas mecânicos com o automóvel e os custos de tanta deslocação, gostei do pó da estrada – algo normal, não é verdade Ulisses? – e apreciei o conhecimento pessoal que travei com militantes e simpatizantes socialistas. Assim como jamais esquecerei o apoio que fomos recebendo de gente afecta a outros partidos da área democrática e que estavam cientes de que a única alternativa seríamos nós. E, naturalmente, não me esqueço dos meus amigos mais próximos que se empenharam com “unhas e dentes” numa causa que transformaram em sua.

Os resultados eleitorais foram os que foram.
Tenho consciência plena de que o principal derrotado foi o concelho. Mesmo assim, esta equipa de trabalho deixou obra. A maior conquista que sinto desses meses são as ideias que deixámos no papel, no blogue, nos tempos de antena e que serão incontornáveis ao longo da próxima década. Que as ideias sejam bem aproveitadas por quem de direito. Infelizmente, quem não tem engenho dificilmente terá arte. E quem perde, quem é?

Os resultados foram os que foram, são públicos.
Todavia, como acontece no futebol, nem sempre a melhor equipa ganha, nem sempre o melhor projecto é campeão, nem sempre a ambição destrona a apatia, nem sempre o futuro vence um medo fomentado e absorvido até ao tutano.

Os ciclos existem para que se abram e se completem. A minha ligação a esse novo mundo começou nesse jantar de Abril e completou-se na noite eleitoral do ano passado. Foi um período de seis meses de onde ficaram recordações, experiências e amizades que não se apagam pela distância ou pela proximidade. Ciclo iniciado, ciclo fechado. Novos ciclos e novas aventuras se iniciarão em breve porque é assim a vida quando não é feita de monotonia mas de convicção e de sonho.

Este ciclo ficou para trás.
Mas um dia as coisas acontecem. Acreditem…


Primeiro Outdoor da Campanha: A lentidão no desenvolvimento personificada pela imagem do passo de caracol

Jantar de arranque: Luís Silva do Ó, Bruno Gonçalves Pereira e Ulisses Silva. Fonte: AlentejoMagazine

Gravação dos Tempos de Antena: Manuel Mourão, Maria dos Anjos Polícia, Cascão da Silva e Luís Silva do Ó

Fecho da Campanha em Santiago do Cacém

Outdoor com algumas das bandeiras para Santiago do Cacém

7.12.06

Pelos direitos de que Homem?

As Comissões Parlamentares têm sido unânimes na conclusão pela tese de atentado desde há largos anos."O processo de Camarate está prescrito, não pode haver nenhuma lei que venha alterar retroactivamente esta matéria", garante Germano Marques da Silva. Qualquer tentativa para o fazer seria inconstitucional, acrescenta, e mesmo que se tentasse mudar a Constituição nesse sentido, isso violaria as convenções internacionais dos direitos do homem.
In DN de 2006/12/07

Violaria os direitos de que homens? Dos criminosos ou dos que morreram?
As Leis existem para defenderem os interesses dos cidadãos honestos ou para escape dos outros?

E onde andam os Direitos do Homem quando existem condenações na praça pública?
Ou quando existem prisões preventivas de pessoas que vêem os processos serem arquivados sem irem a Julgamento?

Ai Portugal, Portugal...

5.12.06

Matateu no Atlântico (3ª feira)

Em reposição, a emissão de sábado do Atlântico, será novamente transmitida, hoje, 3ª feira, a partir das 22 horas na Antena Miróbriga - única rádio presente na iniciativa de lançamento do livro dedicado a Matateu.

Refiro-me à reportagem realizada no passado dia 24 de Novembro, a propósito do lançamento do livro de Fernando Correia, "Matateu - A Oitava Maravilha". Quem não consiga sintonizar os 102,7 pode escutar através da internet ou usar este link.

São 2 horas de uma emissão muito especial gravada em directo da Sala VIP do Estádio do Restelo com Vicente Lucas, Raul Figueiredo, Argentina, Carlos Alberto Moniz e Fernando Correia, entre outros.

Comprar livro.

4.12.06

33

O “Banco de Ensaio” não foi para o ar no passado sábado, pois, nesse fim-de-semana, o programa Atlântico teve uma emissão especial, na qual eu também tive o privilégio de colaborar. Desta maneira, o Banco regressa ao Atlântico da Antena Miróbriga já no próximo sábado para mais um momento de divulgação musical.
Esta foi uma pausa após seis edições e numa altura em que já tenho seleccionados os discos para as cinco seguintes. A necessidade desta antecedência nas escolhas prende-se com o facto da maioria dos CD’s serem por mim encomendados via importação e a demora na entrega poder atingir as quatro ou seis semanas.

Contudo, para que esta semana não seja um “vazio” no Banco, versão blogue, irei apresentar uma selecta e redonda lista de 33 discos.
Todos eles foram por mim escutados e acabaram por ser preteridos face aos seis escolhidos. Casos houve em que a dificuldade da decisão foi acentuada e em outros casos até cheguei a gravar o espaço, tendo sido a decisão de não o mostrar tomada pouco antes do programa ir para o ar.

O Banco segue dentro de dias, por enquanto aqui fica o meu fado dos 33.


Army Of Anyone - Army Of Anyone (****)Army Of Anyone - Army Of Anyone (****)
Trabalho de estreia numa linha de post-grunge e que vale a pena conhecer.
editado em 14/NOV/2006

Beck - The Information (****)Beck - The Information (****)
Este é mais um muito bom trabalho de Beck e que conta com a inovação habitual.
editado em 03/OUT/2006

Bob Dylan - Modern Times (*****)Bob Dylan - Modern Times (*****)
A voz já foi outra mas a experiência compensa tudo e mais alguma coisa. Essencial como todos os seus trabalhos da última década e meia.
editado em 29/AGO/2006

Bowling For Soup - The Great Burrito Extortion Case (***)Bowling For Soup - The Great Burrito Extortion Case (***)
Com mais de 10 anos de carreira este é outro bom disco de punk-pop.
editado em 07/NOV/2006

Copeland - Eat, Sleep, Repeat (****)Copeland - Eat, Sleep, Repeat (****)
Terceiro álbum desta banda de rock-independente natural de Florida e formada em 2000.
editado em 31/OUT/2006

Damien Rice - 9 (***)Damien Rice - 9 (***)
Depois do excelente disco de estreia, este bom trabalho soa a meia-desilusão.
editado em 14/NOV/2006

Isobel Campbell - Milk White Sheets (****)Isobel Campbell - Milk White Sheets (****)
Disco outonal de folk britânico. Intimista e essencial.
editado em 07/NOV/2006

Jeremy Enigk - World Waits (**)Jeremy Enigk - World Waits (**)
Regresso, sem o brilho que se esperava, dez anos depois de "Return of the Frog Queen", o aclamado disco de estreia.
editado em 16/OUT/2006

Jerry Lee Lewis - Last Man Standing (****)Jerry Lee Lewis - Last Man Standing (****)
Excelente regresso do pioneiro do rock'n'roll na companhia de inúmeras estrelas do universo musical.
editado em 26/SET/2006

Joan Osborne - Pretty Little Stranger (****)Joan Osborne - Pretty Little Stranger (****)
Aproximações country em outro disco de relevo.
editado em 14/NOV/2006

John Legend - Once Again (**)John Legend - Once Again (**)
Álbum com sucesso comercial mas sem a eficácia musical que se esperaria.
editado em 24/OUT/2006

Jonny Lang - Turn Around (**)Jonny Lang - Turn Around (**)
CD interessante dentro de uma linha contemporânea, blues e gospel.
editado em 19/SET/2006

Josh Groban - Awake (***)Josh Groban - Awake (***)
Tradicional disco de massas que conjuga qualidade e eficácia.
editado em 07/NOV/2006

Keith Urban - Love Pain & The Whole Crazy Thing (***)Keith Urban - Love Pain & The Whole Crazy Thing (***)
Este é o melhor trabalho da carreira do marido de Nicole Kidman. Porém, apesar de bem produzido e melodioso, escasseia a emoção que poderia elevar este disco a outro estatuto.
editado em 07/NOV/2006

Kellie Pickler - Small Town Girl (**)Kellie Pickler - Small Town Girl (**)
Cantora country que venceu um dos programas televisivos americanos (Idolos). Disco de estreia competente e interessante.
editado em 31/OUT/2006

Lloyd Cole - Anti Depressant (***)Lloyd Cole - Anti Depressant (***)
Mesmo sem o fulgor do passado este é um bom disco, com bonitas canções e onde a voz se mantém em bom plano.
editado em 18/SET/2006

Loreena Mckennitt - An Ancient Muse (***)Loreena Mckennitt - An Ancient Muse (***)
Momentos calmos, ambientais, em mais um bom trabalho new age com reconfortantes sonoridades celtas.
editado em 21/SET/2006

Los Lobos - The Town and the City (***)Los Lobos - The Town and the City (***)
A fama ficou para trás mas os bons discos não.
editado em 12/SET/2006

Madeleine Peyroux - Half the Perfect World (****)Madeleine Peyroux - Half the Perfect World (****)
Disco essencial da Billie Holiday dos tempos modernos.
editado em 12/SET/2006

New Found Glory - Coming Home (****)New Found Glory - Coming Home (****)
Punk-pop eficaz com canções fortes e melódicas.
editado em 19/SET/2006

Scissor Sisters - Ta-Dah (*****)Scissor Sisters - Ta-Dah (*****)
Vale a pena conhecer a totalidade do segundo álbum desta banda. Excelente.
editado em 26/SET/2006

Sean Lennon - Friendly Fire (*)Sean Lennon - Friendly Fire (*)
8 anos após "Into the Sun", o filho mais novo de John Lennon, regressa com um álbum pop fraquinho e repleto de temas calmos e aborrecidos. Herdou, certamente, os genes musicais da mãe, Yoko Ono.
editado em 03/OUT/2006

Sparta - Threes (****)Sparta - Threes (****)
Disco com potenciais hinos rock como "Taking Back Control" ou "False Start". Noutra semana e teria sido seleccionado.
editado em 24/OUT/2006

Sugarland - Enjoy The Ride (***)Sugarland - Enjoy The Ride (***)
Bom trabalho country, mas sem a pujança de outros projectos country editados nestes últimos dois meses.
editado em 07/NOV/2006

Tenacious D - The Pick Of Destiny (**)Tenacious D - The Pick Of Destiny (**)
O rock com humor do outro lado do oceano.
editado em 14/NOV/2006

The Blood Brothers - Young Machetes(***)The Blood Brothers - Young Machetes(***)
Outro exemplo do bom rock independente que se vai produzindo por esse mundo fora.
editado em 10/OUT/2006

The Curtains - Calamity (**)The Curtains - Calamity (**)
Rock experimental (apenas) interessante.
editado em 24/OUT/2006

The Drones - Gala Mill (***)The Drones - Gala Mill (***)
Projecto australiano de rock country/garage a seguir com atenção.
editado em 24/OUT/2006

The Killers - Sam's Town (***)The Killers - Sam's Town (***)
Após "Hot Fuss" um bom regresso desta banda americana.
editado em 03/OUT/2006

The Hold Steady - Boys & Girls In America (***)The Hold Steady - Boys & Girls In America (***)
Bom disco de indie-rock deste grupo formado em 2000.
editado em 03/OUT/2006

The Who - Endless Wire (***)The Who - Endless Wire (***)
Regresso aos (bons) discos de estúdio desta mítica banda britânica, agora reduzida a Pete Townshend e Roger Daltrey.
editado em 31/OUT/2006

Tim Finn - Imaginary Kingdom (****)Tim Finn - Imaginary Kingdom (****)
Mais um inspirado disco de Tim Finn.
editado em 16/OUT/2006

Tony Bennett - Duets An American Classic (**)Tony Bennett - Duets An American Classic (**)
Disco interessante em que Tony Bennett vale por si próprio mesmo que rodeado por inúmeros nomes sonantes.
editado em 26/SET/2006





(*) - Mau
(**) - Interessante
(***) - Bom
(****) - Muito Bom
(*****) - Excelente