Mostrar mensagens com a etiqueta Rock português. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Rock português. Mostrar todas as mensagens

1.7.11

Ring Portrait - A reportagem

Apenas a componente de reportagem da emissão do Atlântico de 11 de Junho de 2011 e que foi dedicado à inauguração da exposição de fotografia de Rui Leal com entrevistas com Maria Leon, Phil Mendrix, Carminho, Fernando Cunha, Susana Félix e Rui Leal.

14.6.11

Exposição de Rui Leal no Rock N' Shots



Entre 3 de Junho e 31 de Agosto, no Rock N' Shots, em Cascais, esta é uma excelente exposição de visita obrigatória para quem goste de música e/ou de fotografia.

O trabalho de fotografia exposto assenta no conceito Ring Portrait, com o tema "Músicos Portugueses". Esta primeira exposição conta com alguns nomes, bastante conhecidos, do nosso mercado discográfico, entre os quais: Carminho, Deolinda, Fernando Cunha, Fernando Martins, Flak, João Pedro Pais, Jorge Palma, Kalú, Luís Represas, Manuel João Vieira, Maria León, Mariza, Miguel Gameiro,Moonspell, Olavo Bilac, Paulo Gonzo, Pedro Abrunhosa, Rui Reininho, Rui Veloso, Susana Félix, Tim, UHF, Zé Leonel e Zé Pedro. Num conceito inovador, pioneiro em Portugal e verdadeiramente extraordinário, o fotografo profissional Rui M. Leal caricatura os retratados nas suas vertentes mais divertidas e originais. Se já conhecia o projecto e conceito Ring Portrait então não vai querer perder esta oportunidade de apreciar ao vivo estes magnificos artistas nesta inovadora forma de fotografar.

Aberto todos os dias das 12h00 ás 02h00.

Mais informações:
http://www.ruimleal-photography.net
http://www.flickr.com/photos/ruimleal
http://www.facebook.com/ruimlealphotography

Mapa para local da exposição.




António Côrte-Real - Novo CD e Marshall






















Depois de uma aliança que dura há 10 anos, a Marshall e António Côrte-Real, (guitarrista dos UHF, Revolta e ACR3), decidiram prolongar o acordo que os une na edição do disco ACR3. Entre outros eventos, António Côrte-Real irá participar em workshops da Marshall por todo o país (datas e locais a anunciar brevemente).

O CD ACR3 pode ser encomendado através do email antoniocorterealtrio@gmail.com e em breve será divulgada uma lista de lojas em que estará à venda.

Também em breve conto regressar a este primeiro CD de ACR3.

Mais informações em:
http://www.marshall.com.pt
http://www.myspace.com/antoniocorterealtrio

16.9.10

Noites Ritual - A emissão



A 19ª edição do festival “Noites Ritual” decorreu nos dias 27 e 28 de Agosto de 2010, nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto. As duas noites deste acontecimento ficaram marcadas por duas enormes enchentes, tendo sido estabelecido novo record de assistência, o que demonstra que sucesso e qualidade são compatíveis quando nos referimos a música portuguesa. E mesmo quando os projectos participantes não são (ainda) monstros consagrados da nossa indústria.

Ao contrário do passado recente, este ano levei gravador e o Bruno pregou-me a partida de me desafiar a transformar umas entrevistas ligeiras e tranquilas num especial de duas horas. Foi com essa encomenda de “emissão especial realizada a partir do Porto” que parti em direcção ao Norte. Já em pleno backstage foi a minha vez de lançar a Pedro Brinca - antigo director da revista “Ritual” e apresentador oficial do festival - o desafio de me acompanhar nessa aventura e me ajudar na apresentação do programa.

Uma emissão com tantos participantes não poderia conter entrevistas muito prolongadas pelo que foi necessário apelar ao nosso esforço de contenção e síntese. Em alguns casos resultou e noutros nem tanto. Na verdade, ficaram muitos sons de fora da edição final e creio que o Atlântico irá aproveitar algumas dessas conversas, mais prolongadas, para especiais no decurso da época 2010/11.

Uma palavra final para a excelente organização e um abraço especial para o Carlos Vieira.

Para o ano, espero estar, de novo, no Porto para uma fantástica edição 20 das “Noites Ritual”. Existe o regresso de um grande grupo na forja para celebrar esse número mágico das 20 edições – para saber qual basta fazer download e escutar estas duas horas de emissão. :)

Para quem não escutou o programa em directo deixo os links para os ficheiros mp3 da primeira e segunda horas de emissão.


Clicar para escutar a 1ª hora de emissão.

Clicar para escutar a 2ª hora de emissão.

Em alternativa pode fazer o download dos ficheiros para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.

11.10.09

TAXI: Especial no Atlântico

Ontem passou no Atlântico um especial dedicado ao regresso dos Taxi. A conversa que mantive com Bruno Gonçalves Pereira foi longa e abordou o passado e o futuro desta histórica banda do rock português. O novo álbum de originais, "Amanhã", esteve igualmente em grande destaque.

Numa parceria com o Atlântico disponibilizamos em formato "compacto" o especial Taxi.

Clicar para escutar o compacto da emissão especial.

24.9.09

k2o3 apresentam novo álbum

"NO FIO DA NAVALHA" HOJE NO MUSICBOX

Ulisses (voz e guitarra), Chaves (baixo), Mini (guitarra) e Nuno Costa (bateria) estão de volta às lides discográficas com o novo álbum intitulado "No Fio da Navalha". Um disco composto por 12 canções, vincadamente punk rock e fieis à linha musical que caracteriza a banda há 15 anos: curto e grosso, directo e sem maquilhagem. Os k2o3 tanto colocam o dedo na ferida de forma mordaz e irónica, como é exemplo o tema "Ovelha Negra", como também revelam uma atitude mais divertida, como acontece no tema "Namorada". É um disco muito radiofónico, repleto de potenciais singles, para cantar do princípio ao fim.

Alinhamento: Abismo, Lama, Ovelha Negra, À Espera de Nada, Namorada, Olhos nos Olhos, Beco Sem Saída, Faca, Miragem, Vira-lata, Mais ou Menos, Silêncio (instrumental).

Será uma grande noite de punk rock português com os convidados "Fábrica D' Brinquedos" e "Gazua". As portas abrem às 22h00 e os concertos começam às 22h15.

20.9.09

UHF esgotam Rua do Carmo

Fotografia de Francisco RosárioFoi a maior concentração popular desde o início da campanha eleitoral para as legislativas. Quando me aproximei escutei alguém perguntar se “estaria ali o Sócrates”. Não estava nem José Sócrates nem Manuela Ferreira Leite. Quem discursou nessa noite foi António Manuel Ribeiro que subiu ao palco com a determinação dos vencedores.

“Rua do Carmo” é um dos temas de maior sucesso na carreira dos UHF. Ontem, assisti a um concerto verdadeiramente histórico que juntou o Canal Maldito com a rua que cantam desde 1981. O espectáculo fez-me recordar outros eventos mágicos protagonizados por grandes grupos rock internacionais. Por cá, estes acontecimentos não são assim tão frequentes e congestionar aquela zona de Lisboa é, igualmente, raro. Na realidade, o resultado do concerto de duas horas dos UHF não podia ter sido mais surpreendente. Mesmo sem grande publicidade, a Rua do Carmo esteve repleta de fãs e de populares curiosos. Tanto uns como os outros, cantaram os temas do início ao fim num imenso e colectivo coro. Eu estava próximo do palco - fui furando desde a zona da loja da Ana Salazar - e, quando olhava para trás, só via pessoas de braços no ar, pelo que imagino o que terão sentido os músicos em cima do palco.
O alinhamento foi escolhido ao milímetro e as principais canções dos UHF que evocam Lisboa não foram esquecidas. Aliás, o alinhamento foi seleccionado com requinte. Todas as músicas foram sinónimo de rock, enquanto a poesia cortante de António Manuel Ribeiro fez o pleno entre sons e palavras.

Respirou-se um ar de revolução na zona da Baixa. Os músicos actuaram como se fosse aquele o último dia das suas vidas. Porém, o amanhã existe. E, a julgar pela amostra apresentada, o futuro promete ser risonho.

Foram três os novos temas tocados ontem. A versão “Vejam Bem” (José Afonso) e os inéditos “A última prova” e “Quero entrar em tua casa”. Qualquer um deles com imenso potencial a abrir o apetite para o próximo álbum de originais. “A última prova” é UHF vintage e “Quero entrar em tua casa” podia ser o primeiro single de uma nova banda.

Renato Gomes voltou a aparecer em palco para nos brindar com a excelência dos seus solos, enquanto António Côrte-Real, Fernando Rodrigues e Ivan Cristiano voltaram a provar todo o seu valor – se é que ainda precisam de provar alguma coisa. António Manuel Ribeiro estava, visivelmente, emocionado e sentia-se que a sua felicidade era enorme.

Com um alinhamento como o de ontem, fico na dúvida se algum dia assistira a um concerto de UHF tão bom como este. Pode parecer estranho, mas, sinceramente, não sei!

Que venha o próximo álbum o mais depressa possível e mais concertos com esta energia.

UHF - Rua do Carmo

Autoria: Paulo Reis

Fotos da multidão:

Fotografia de Maria José Freitas

Fotografia de Maria José Freitas



Alinhamento:
1 Rapaz caleidoscópio
2 Jorge morreu
3 Dançando na noite
4 Apetece namorar contigo em Lisboa
5 Na tua cama
6 A última prova
7 Matas-me com o teu olhar
8 Vejam bem
9 A noite inteira
10 Uma palavra tua
11 Cavalos de corrida
12 Geraldine
13 Sonhos na estrada de Sintra
14 Modelo fotográfico
15 Menino
.....
16 Noites lisboetas
17 Rua do Carmo
18 Quero entrar em tua casa
19 Menina estás à janela
.....
20 Matas-me com o teu olhar
.....
21 Hesitar

14.6.09

TAXI - Amanhã

UM REGRESSO DE ALTO RISCO





Ontem

Os anos passam e, quando olhamos para trás, ficamos muitas vezes perplexos. O fenómeno que ocorreu em 1980 e que se estendeu durante pouco mais de 2 anos revolucionou toda a música eléctrica portuguesa e foi vivido de forma rápida e intensa.
As bandas de sucesso foram sugadas até ao tutano com discos atrás de discos e sem que tivessem o tempo correcto para um melhor e maior amadurecimento. Infelizmente, esta é uma causa recorrentemente ignorada quando se analisa o “crash” do “boom”. Se pensarmos nos casos flagrantes dos dois projectos nacionais de maior sucesso nessa época, UHF e Taxi, em 1981 e 1982, os primeiros editaram dois álbuns e um mini-LP e os segundos dois álbuns. Todas estas edições venderam como ginjas e, durante esses dois anos, tanto os Taxi como os UHF percorreram o país de lés-a-lés, numa época sem auto-estradas e com condições logísticas e organizativas pré-históricas. A intensidade destes anos teve como resultado uma tremenda ressaca global e, também, motivou consequências internas aos projectos.

Os Taxi foram um caso exemplar da sociedade de consumo imediato. Após o gigantesco sucesso do seu álbum de estreia editado em 81, mandaria a razoabilidade e o bom senso que fossem bem aproveitados os “n” singles que o LP poderia proporcionar. Não o foram e a decisão passou por avançar a toda a velocidade para “Cairo” (1982). Para completar o ramalhete, a banda ainda foi espremida em 1983 com mais um álbum, “Salutz”. As consequências foram devastadoras para o grupo. Depois de terem editado o disco mais eficaz da história da música pop-rock nacional, nunca devia ter saído, no ano seguinte, o álbum “Cairo”. O desejável seria deixar respirar a banda, deixar que o grupo amadurecesse e que o LP seguinte tivesse surgido mais tarde. Na altura, as edições somavam-se a elevado ritmo e nem sempre o melhor para a indústria representa o ideal para o processo de crescimento dos projectos. Pelo contrário, os interesses de uma editora muitas vezes chocam com o mais elementar conceito do que deve ser a gestão da carreira de um grupo ou artista – e, em Portugal, o conceito de “gestão de carreira” é outro tema interessante para reflectir com seriedade.

A esta questão de produtividade excessiva somou-se um certo atrevimento dos Taxi a partir do momento em que se cansaram de dar voltas a Portugal. Em 1987, lançam um álbum totalmente em inglês, precisamente na altura em que se assistia a um ressurgimento da música eléctrica cantada em português, liderado pelo trabalho “Circo de Feras” dos Xutos & Pontapés. A aposta no inglês, a maturidade musical apresentada, a ausência de um imediatismo existente nas composições iniciais, a recepção distante da comunicação social e um “deixar cair” promocional por parte da editora que tanto dinheiro tinha ganho com eles no passado conduziram a que os Taxi tivessem estacionado a viatura. Canções como “Scream’in love”, “Goodbye Charlie”, “Never on sunday” e, sobretudo, o fantástico “Dance, dance, dance” mereciam outro reconhecimento popular. Também, o facto de João Grande, Henrique Oliveira, Rui Taborda e Rodrigo Freitas se terem mantido fiéis ao Porto os desfavoreceu num mercado em que Lisboa era o centro decisório de tudo. Viver longe da Capital era (e ainda é) um factor negativo para a carreira de qualquer músico que se queira no topo.

Em 1999, existiu um primeiro esboço de eventual regresso. A colectânea “O céu pode esperar” foi bem preparada e deixou no ar uma possibilidade de retoma à actividade. Porém, faltou um ou dois inéditos que puxassem pelo disco, pelo regresso da banda e que possibilitassem uma promoção rádio e TV condignas. Acabou por ser uma oportunidade perdida. Na realidade, ao longo de todo este tempo, jamais algum grupo conseguiu ocupar o seu espaço e a popularidade das suas canções permanece em alta. 22 anos foi um tempo de ausência excessivo ou o regresso é, em si mesmo, um risco demasiado elevado e que os Taxi não deviam ter assumido?

Quando se alcança o patamar das lendas é prudente um regresso ao activo?

Quando se alcança um estatuto de lenda jamais é prudente regressar. E, mesmo com uma gigantesca máquina por detrás, é sempre um risco tremendo. Que o digam os Queen (pela negativa) ou os Eagles (pela positiva). Os portugueses Taxi decidiram voltar com novo álbum de originais e sem qualquer digressão nostálgica que o antecedesse. Compreendo que, mais de 20 anos depois, os músicos dos Taxi não tenham muita pachorra para tocarem, numa digressão, apenas canções editadas entre 1981 e 1987. Com o assumir do risco, o presente chama-se “Amanhã”.



“Amanhã”

O novo álbum é bastante complicado de ser analisado de forma isenta e imparcial por qualquer crítico que se debruce sobre o mesmo, sobretudo, se conhecer profundamente a obra gravada, como é o caso deste vosso escriba. Fosse o disco de um novo projecto e seria simples; fosse uma edição de um grupo veterano com carreira constante e também o seria. O problema é que estamos na presença do novo álbum dos Taxi, um grupo que deixou o patamar dos vivos em 1987 e que conquistou, com os seus dois primeiros LP’s, o direito a uma canonização popular.

A forma fácil de avaliar o álbum é conhecida. Se as músicas forem parecidas às do passado significa que o grupo estagnou e nada de novo tem a mostrar; se a sonoridade mudou é porque o grupo devia ter composto mais temas semelhantes aos dos dias de glória. Mesmo assim, “Amanhã”, quer seja considerado genial ou desastroso, nada irá influir no mapa de concertos para os próximos dois anos porque toda a gente tem saudades dos homens da “Chiclete”. Por mais desagradável que esta afirmação possa parecer, o principal trunfo dos Taxi de hoje é serem os Taxi de ontem. Quer isto dizer que “Amanhã” é um álbum vazio de significado e de importância para a própria vida da banda? Não, longe disso. “Amanhã” é um disco importante para um grupo que tenha vindo para ficar. “Amanhã” é um trabalho nuclear para que se verifique do prazo de validade do projecto e uma resposta a todas as questões que estes regressos à vida sempre provocam.

Os músicos estão mais velhos. 22 anos mais velhos desde “The night”. Curiosamente, tocam melhor do que em 1981. A sonoridade, que sempre mudou bastante no passado, tem uma marca característica de Taxi. Mas, será “Amanhã” um álbum que corresponde ao que os fãs dos Taxi gostariam? Manterão uma atitude adolescente mesmo depois dos 50 anos?

“Vai começar uma viagem sem pressa de chegar ao fim”

A primeira canção do álbum é como que um sinal para esta nova viagem dos Taxi. “Até ao fim” é um tema pop descontraído com uma letra solta, apaixonada e atrevida em que “dois corpos deitados repousam ao luar”. A abertura não poderia ter sido melhor e respiramos um cálice de “Taxi vintage” porque “Até ao fim” é do mais comercial que algum dia estes rapazes compuseram. Com um máximo de 3 audições, toda a gente sabe a letra de cor e o difícil será não trautear o refrão ao longo do resto do dia. Com todo este balanço, entra-se na faixa seguinte com o receio de já se ter escutado o melhor do álbum. Mas não, o tema título do trabalho, “Amanhã”, é outra canção de sucesso e que, dentro em breve, será mais um clássico. A letra é menos adolescente, mas, a música leva-nos para o álbum “Cairo”, mesmo que não se consiga encontrar razões objectivas para que tal suceda. Após duas músicas e duas setas no centro do alvo, caminhamos em direcção a um número importante em todos os trabalhos – o 3. O terceiro tema é surpreendente. Não se trata, apenas, de uma evolução, mas de uma novidade sonora. “Antes de amanhecer” é muito bonito, uma falsa ameaça de slow que vai em crescendo à medida que avança. É uma daquelas faixas onde se descobrem pormenores novos cada vez que se escuta e que ganhará estatuto de clássico. A canção seguinte, “24 horas”, é mais pop dançável e com refrão para cantar e chorar por mais. A dose pop prossegue com “Estranho em mim” e “Nunca”, enquanto “Tudo vai mudar” entra em tons mais blues e calmos, surpreendendo de novo. Em “Sem contradição”, voltamos a acelerar e entramos na recta final do álbum. Esta é uma canção bilingue, português e inglês, onde é explorada uma letra que resulta na perfeição. O ritmo, esse, vai continuando dançável e descontraído. “Não sei se sei” só não é uma surpresa porque encarna com mestria as minhas previsões do que seriam os Taxi do século XXI. Com tonalidades de balada e com uma saliente malha de guitarra fundem-se palavras, acordes e ritmo numa respiração una. Curiosamente, é o primeiro tema a passar nas rádios e a sua frescura promete contagiar o público. As letras deste disco permanecem na mesma linha a que os Taxi nos haviam habituado. A diversão é o cerne de tudo e as palavras são tão leves como eficazes, num mundo de ilusões imaginárias, em que a paixão descomprometida e inocente marca presença permanente. A excepção é marcada no último tema. “Utopia nacional” é uma canção interventiva de crítica social em ritmo próximo do punk-rock e que nos transporta para momentos em que a música rock nacional se limitava a ser directa. Poderia, perfeitamente, ter pertencido ao álbum de estreia em 1981.

Instrumentalmente, Rodrigo Freitas tem aqui o seu melhor trabalho de bateria, Rui Taborda permanece uma máquina no baixo e Henrique Oliveira parece ter tocado diariamente guitarra, ao longo dos últimos 22 anos. A voz de João Grande cresceu e está, hoje, mais grave do que nos anos 80.

Ao longo destas dez canções, sobressaem influências, géneros musicais e a inspiração própria de quem pode fazer o que quiser. Mesmo com letras alegres e melodias com o balanço certeiro para uma pista de dança, não deixamos de encontrar temas com certa dose de melancolia. Da mesma forma, a opção de usar o inglês numa das músicas vem criar uma ponte com o passado e deixar em aberto novas experiências futuras. Mais do que um álbum fechado, “Amanhã” é uma porta aberta para novas aventuras.

Em boa hora os Taxi deixaram as pantufas e decidiram saltar para o palco. Estamos na presença de um trabalho forte e que vai marcar o futuro dos Taxi. A existir uma aposta das rádios, há aqui temas suficientes para fazer de “Amanhã” um caso sério de airplay. Sem pretender estabelecer comparações qualitativas entre álbuns que distam entre si mais de 20 anos, os quatro elementos dos Taxi têm razões para se sentirem orgulhosos, optimistas e com a consciência tranquila por este arriscado regresso. “Amanhã” é um álbum para recordar e possui imensas canções de sucesso, daquelas escritas por acaso e que entrarão nos seus próximos “best of”. O mais surpreendente é que estamos na presença de músicos com uma idade superior aos 50 anos e que conseguem manter um espírito adolescente na esmagadora maioria das canções. Naturalmente que a maturidade musical é notória, mas que grupo se pode orgulhar de conseguir juntar o melhor de dois mundos? Mais do que um novo trabalho dos Taxi, este podia ser o primeiro disco de uma carreira. Resta aguardar para ver a reacção do público a esta edição que só consigo apelidar com uma palavra: Histórica.

Estaremos no paraíso? Não, o céu vai querer esperar.

6.6.09

TAXI no Coliseu do Porto

O regresso dos TAXI no Coliseu do Porto na noite de ontem. Quanto ao novo álbum (já foi editado?) espero conseguir escutar e redigir uma crítica em breve.




3.5.09

Taxi e o novo "Amanhã"

O número 22 vai marcar o regresso dos Taxi. O álbum de estúdio anterior, "The Night", foi editado há 22 anos e o lançamento do novo, "Amanhã", ocorrerá no próximo dia 22 de Maio.

Nesse dia e com o patrocínio da Optimus, serão oferecidos mais de 50 mil singles, distribuídos com o jornal Público. Esta iniciativa promocional ocorre em parceria com a Rádio Nova e cada um destes CD's dará direito a um desconto na compra do álbum numa loja Fnac.

O primeiro tema já conhecido deste disco, "Não sei se sei", tem dividido opiniões. Uns consideram a canção uma boa aposta e mostram-se ansiosos pelo lançamento do álbum, enquanto os outros se mostram desiludidos pelo facto da canção não respirar do mesmo ritmo e alegria de outros tempos.

Parafraseando esse grande jogador de futebol chamado João Pinto poderemos assumir que prognósticos, prognósticos só mesmo depois de conhecer todas as novas músicas!

Mais informações: myspace dos Taxi

17.4.09

"Absolutamente ao Vivo" hoje na RTP2

Parte do concerto dos UHF no Coliseu de Lisboa vai ser apresentado hoje, dia 17 de Abril na RTP2. Entretanto, o DVD recentemente editado e que não se consegue encontrar nas lojas da cadeia FNAC, permanece nos 20 mais vendidos. Mais de uma semana depois do seu lançamento, "Absolutamente ao Vivo", ainda não estava disponível na Fnac do Colombo; no início desta semana foi-me dito que já tinham tido, mas que estava esgotado. A quem quiser comprar sugiro uma passagem pelas lojas da Worten. Foi o que fiz.
Para quem quiser comprar online pode usar a loja CDGO.

8.4.09

Há rock em Portugal (2)


Já aqui escrevi que os Taxi estão de regresso com disco novo para breve.
O primeiro single deste álbum, "Não sei se sei", em versão captada ao vivo em Aveiro no passado sábado, dia 4 de Abril.
Eu sei que não sabia, mas, parece que a digressão de regresso já começou!

26.3.09

Absolutely Live dos UHF

O primeiro "Absolutely Live" foi editado pelos The Doors em 1970. Depois disso foram vários os artistas que usaram esse mesmo título para os seus discos ao vivo. Rod Stewart (1982), Toto (1993) ou Jerry Lee Lewis (2008) são alguns desses músicos, mas, "Absolutely Live" é uma expressão que estará para sempre ligada ao grupo de Jim Morrison. Curiosamente, o primeiro álbum português que se chama "Absolutamente ao Vivo" acaba de ser editado e pertence aos UHF. Acreditam em coincidências? Prefiro acreditar em provocações.

"Sonhos na Estrada de Sintra", "Noites Lisboetas", "Matas-me Com o Teu Olhar", "Sarajevo (verão 92)", "Cavalos de Corrida", "(Fogo) Tanto me atrais" ou "Rapaz Caleidoscópio" são alguns dos motivos pelos quais recomendo a compra, visualização e audição do primeiro DVD na carreira dos UHF.

21.3.09

Banco de Ensaio nº 74
Karpe Diem - Karpe Diem

Por mero acaso dei de caras com a lista de bandas concorrentes ao concurso de música moderna do Rock Rendez-Vous referente ao ano de 1985. Percorri os diversos nomes (entre os quais a Negra Troop de Santiago do Cacém), recordei as músicas de alguns deles e esbocei um sorriso de certa saudade.
A falta que faz nos dias de hoje um espaço como o RRV é por demais reconhecida por toda a gente do meio musical.
Um projecto como os Karpe Diem seria um forte candidato aos concursos e a concertos neste espaço. A audição do primeiro CD dos KD transporta-me para esse ambiente. Rock puro, expressivo e onde as palavras não são encaradas como mero divertimento mas como componente integrante de uma filosofia musical e artística. A música não tem de ser sempre alegre e popular para que seja bem absorvida. Hoje, num ambiente pós-pimba, as frases são habitualmente vazias e as rimas são tão banais quão sofríveis. Os KD são mais densos e com este disco surgem desejos de nos isolarmos, de nos fecharmos na sala ou no quarto, de ligarmos o som bem alto e de na penumbra dos dias apreciarmos o som transformado em imagens. Não que estejamos na presença de música urbano-depressiva, mas porque o espírito que se respira ao escutar este disco convida a uma descoberta mais intensa e intimista.


Banco de ensaio nº 74 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 14/03/2009

karpe Diem - Uma cama no chao


Karpe Diem "De todos os males" Video Clip


Links para conhecer melhor os KD:
Blogue
My Space
Site

6.3.09

O verdadeiro rocker português

O meu amigo João Quintela aparece aqui como convidado surpresa num concerto dos Quinta do Bill. Carlos Moisés deve ter bebido demasiada água da Serra da Estrela e deu-lhe para partilhar o palco com um verdadeiro artista.
Quintela iniciou a sua carreira musical enquanto Relações Públicas dos UHF, tem actualmente uma empresa ligada ao mundo da música e a canção que escolheu para encantar as fãs de Manteigas foi a romântica "Cavalos de Corrida".
Reparem bem como Quintela domina as várias inflexões e timbres vocais aproximando-se, sem esforço, soberbamente, do registo do vocalista dos UHF!

João, um grande abraço para ti e o António Manuel Ribeiro que tenha cuidado porque afinadinhos como tu há poucos e ainda lhe ficas com o lugar...

22.2.09

Fonzie - A tua imagem

Esta é a primeira canção dos Fonzie em que foi usada a língua portuguesa. Recorrendo às palavras do próprio grupo, o conceito do video desta canção pretendeu recriar o espirito que era vivido no saudoso Johnny Guitar, por ser um local por eles frequentado, muito antes de sugirem enquanto grupo. Juntaram-se, assim, em torno dos Fonzie e deste conceito, diversos amigos músicos, de várias bandas portuguesas, que por várias vezes, lá passaram a tocar, e fazem parte da história da música rock em Portugal.

No vídeo surgem João Nobre (Da Weasel) em representação dos Braindead, Kálu dos Xutos & Pontapés, Tó Trips (Dead Combo) em representação dos Lulu Blind, João Pedro Almendra dos Peste & Sida, Jorge Buco dos Sitiados, Sérgio Nascimento em representação dos Despe & Siga e João Brr (Anti-Clockwise) em representação dos Mata Ratos.

De fora deste vídeo, depois de terem aceite, mas apenas por não conseguirem estar disponíveis no dia de filmagens, ficaram ainda outros tantos músicos, entre eles o Zé Pedro (Xutos & Pontapés), João Ribas, Samuel Palitos e Orlando Cohen (Censurados), Xana (Radio Macau), Miguel Guedes (Blind Zero), Paulo Furtado (Tedioboys) João San Payo (Peste & Sida), Antonio Manuel Ribeiro (UHF), Tó Zé (Ramp), entre outros.

Da minha parte só me apetece terminar com um voto: Longa Vida para os Fonzie!