30.10.06

Banco de Ensaio nº 02
Enigma - A Posteriori

Enigma - A PosterioriNesta segunda semana de “Banco de Ensaio”, a minha escolha recaiu no novo registo dos Enigma. Quando saíram os primeiros trabalhos deste “grupo unipessoal” estava mais interessado noutros géneros musicais e mantinha um programa dedicado à música moderna portuguesa na Antena Miróbriga. O facto de Michael Cretu ter estado por detrás do popularucho “Maria Madalena” da sua esposa Sandra não me transmitia credibilidade ou empatia pelo projecto. E nisto da música – como em tudo na vida – a empatia tem a sua importância.

Estou habituado a dividir os projectos musicais em três sacos. Num dos sacos encontram-se os músicos de quem compro todos os discos, noutro (o maior) estão aqueles de que quero distância e ao terceiro saco pertencem os que não me cativam o suficiente para ter a obra completa, mas dos quais considero essencial ter em casa um disco que retrate a carreira. Já tem sucedido que alguns desses nomes do terceiro grupo acabem por me convencer a adquirir a discografia completa ou seleccionada. O que não é o caso dos Enigma.

Porém, considero o grupo de Michael Cretu suficientemente relevante para que destaque o novo álbum. Bem construído, ambiental como sempre, o disco permite uma pausa na agitação habitual e é quase uma desintoxicação para os malefícios do stress citadino. Tomara que fossem discos destes a liderarem o top de vendas.

Estando numa fase inicial, o “Banco de Ensaio” vai ganhar a estabilidade que idealizo dentro de pouco tempo. Admito estar com certa ansiedade pela chegada de algumas encomendas vindas do estrangeiro que me permitirão divulgar excelentes discos, absolutamente desconhecidos por estas paragens. A escutar já na próxima semana.

O mostrar a novidade era apanágio da “rádio do passado”. Conhecendo o formato que domina o éter na actualidade, começo a imaginar o que sentiam os grandes divulgadores do antigamente. Não me comparo. Sinto apenas.


Banco de ensaio nº 02 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 28/10/2006

Sites:
www.enigma.de
www.enigmamusic.com

27.10.06

Microsoft - Um novo mundo na AP

Excelente a iniciativa que a Microsoft levou a cabo, hoje, dia 27 de Outubro de 2006, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém. Os oradores foram de luxo e a decisão de discutir o PRACE, o SIMPLEX e o futuro da Administração Pública foi de grande interesse. No cômputo geral, o evento foi um sucesso, apesar da sala estar, infelizmente, com muitos lugares vagos.

Aproveito para sublinhar a fantástica intervenção de João Bilhim e os intensos debates, nos quais, o moderador António Carneiro Jacinto assumiu papel de grande relevo. Igualmente relevante foi a comunicação de Nelson Carvalho, presidente da Câmara Municipal de Abrantes. Existem autarquias neste Pais - e uma bem em particular - às quais me atreveria a sugerir umas visitas de estudo a realidades próximas para que constatem da premente necessidade de se modernizarem. Em Abrantes, o modelo organizativo que está por detrás do serviço prestado ao munícipe vai passar a ser o "cliente". Porém, noutros concelhos, o enfoque ainda nem chegou ao "processo". Por outro lado, é sempre agradável verificar que o programa eleitoral em que colaborei no ano passado, se encontrava, em diversos aspectos, num patamar ainda mais avançado do que o exemplar modelo de Abrantes.

Uma última nota para Alexandre Rosa, um amigo que tive o grato prazer de rever. Nas intervenções que teve no painel onde foi convidado, conjugou objectividade com clareza de ideias, mostrando trabalho feito na vertente tecnológica do Instituto de Emprego e Formação Profissional. O êxito do site NetEmprego fala por si mesmo.



Maria Manuel Leitão Marques, responsável pelo SIMPLEX

João Bilhim, Professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa

Debate com Alexandre Rosa (IEFP), Carlos Lourenço (MAI), Carneiro Jacinto (moderador), Manuel Teixeira (IGIF) e João Correia de Freitas (CRIE)

Debate com António Peres Metello, Carneiro Jacinto (moderador), Aristides Menezes e José Gomes Ferreira

23.10.06

Banco de Ensaio nº 01
The Decemberists - The Crane Wife

The Decemberists - The Crane WifeA primeira emissão do espaço “Banco de Ensaio” ocorreu sábado passado no programa Atlântico da Antena Miróbriga. Quando aceitei o convite de Bruno Gonçalves Pereira imediatamente decidi que teria de abordar e divulgar o que, no presente, se faz no mundo da música. Como o tempo é sempre curto, procurei algo que pudesse ser simultaneamente interessante para o auditório e não me consumisse demasiados recursos temporais. Pois, pois, as intenções são sempre as mesmas… Claro que as contas saíram furadas pois estava longe de imaginar que 60 ou 70 segundos de texto implicassem umas boas horas semanais de pesquisa, selecção, audição e gravação. Apesar desta ter sido a primeira emissão, levo já umas semanas de avanço nestas lides, prevenindo eventuais derrapagens, e a verdade é que semanalmente elaboro um lista com 20 ou 25 novidades que me pareçam adequadas ao “público alvo” da Antena Miróbriga, do programa Atlântico e me suscitem interessante pessoal. A partir daqui, estreito a selecção para 4 ou 5 discos, os quais, vou escutando em todos os momentos de pausa ou de viagem. Deste grupo restrito acaba por sair o “eleito da semana”.

Para arranque do “Banco de Ensaio” optei por “The Crane Wife”, novo CD dos The Decemberists. Um disco que vale a pena conhecer e uma banda que importa descobrir. Futuramente, conto disponibilizar, às segundas-feiras, o espaço emitido na Antena Miróbriga no sábado anterior, aproveitando para dar outras informações que considere úteis, como são os casos do site da banda ou de uma loja virtual onde seja possível adquirir os trabalhos. Por enquanto, “The Crane Wife” não tem distribuição em Portugal, pelo que a sua aquisição terá de ser realizada através de importação. Boas audições!


Banco de ensaio nº 01 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 21/10/2006

Site oficial: www.decemberists.com

19.10.06

Oracle - Applications Unlimited Tour

Sou do tempo em que a Internet gatinhava, ainda sem grande visibilidade e muito circunscrita ao meio académico - basicamente nos departamentos de Informática. Nessa altura, na FCUL (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), navegávamos com o primeiro browser da Netscape e as velocidades de transferência de dados eram reduzidas. Ainda tenho algures um modem que usava no meu 386SX e que tinha uma velocidade “desvairada” de 9600 Kbps! Tanto eu como o meu amigo e antigo colega João Pedro Rei temos boas lembranças daquele modem, assim como do restaurante “O Furo” e dos pasteis de nata gostosos comprados no cimo da Calçada da Tapada, em largas semanas de intensos trabalhos para a FCUL. Pois é, nesses tempos, as coisas eram o que eram e a Oracle tinha um fantástico SGBD (Sistema de Gestão de Bases de Dados) e ponto final.

Com o passar do tempo, a Oracle cresceu e hoje em dia tem praticamente tudo. Estive hoje numa iniciativa promovida por este gigante da Informática, que decorreu no Centro Cultural de Belém. “Oracle - Applications Unlimited Tour” assim se chamava o evento que decorreu exemplarmente e onde foram mostradas novas apostas. Sem vos maçar com os detalhes do “estado da arte”, falou-se de Oracle Applications Unlimited, de Oracle Fusion Applications, de Oracle Fusion Middleware, de integrações instant-value, de novas potencialidades, do presente e do futuro próximo.

Contudo, mesmo com todo um universo de múltiplas ofertas, continuo a afirmar que o melhor de tudo na Oracle ainda é o SGBD. Ah, e aqueles pasteis de nata permanecem gostosos! A não perder.






15.10.06

O regresso à rádio

As colaborações pontuais com o Bruno Gonçalves Pereira têm aumentado ao longo dos últimos meses e o inevitável acabou por suceder. A partir do próximo sábado, 21 de Outubro, vou passar a ter um espaço semanal no programa Atlântico da Antena Miróbriga.

Ainda recordo com grande saudade os anos em que mantive diversos programas semanais na Antena Miróbriga. Tudo começou antes do início da Miróbriga com as sessões de aprendizagem no Salão Paroquial. Mais tarde, já no ar, em 1987, "SobreTudo" - o primeiro programa. Percorri, com outros colegas e amigos, os "anos loucos" em que a descoberta era constante e em que o engenho nos permitia ultrapassar as carências naturais de uma rádio local. Foram anos de grande crescimento na Antena Miróbriga, transformando uma rádio de pequena dimensão numa referência "entre a planície e o mar".

"Banco de Ensaio" será o nome deste espaço em que seleccionarei um novo disco e o apresentarei ao auditório. Vou ter presente o público ouvinte da estação, a identidade própria do programa Atlântico e tentarei transformar este pequeno espaço numa montra de novidades. A grupos conhecidos, irei juntar estreias absolutas para a generalidade dos ouvintes.

Mesmo tendo cada vez menos tempo livre, a Miróbriga merece tudo. Até a montagem de um pequeno estúdio de gravação na minha casa.


9.10.06

O futebol antes de Eusébio

Por muito estranho que possa parecer, o futebol português não surgiu no ano em que nascemos. É comum dar-se mais importância às competições recentes, considerando as mais remotas como menos relevantes. Não concordo com esta abordagem porque todas elas são igualmente legitimas e significativas.

Eusébio permanece “a referência” mítica no futebol português. Ajudou ao mito o facto de ser jogador do Benfica, de ter sido “mostrado ao mundo” no Mundial de 1966 e de ter sido um verdadeiro génio goleador. Mas, terá mesmo sido o melhor jogador português de todos os tempos? Não sei, não faço ideia e nunca vi o Eusébio jogar. A malta da minha geração vai continuar a ter o nome de Figo como referência, mantendo o de Eusébio como o de uma lenda viva do futebol.

Contudo, antes de Eusébio nada houve no futebol nacional?

Claro que tivemos grandes jogadores, mas, das gerações de outras épocas poucos restam vivos para os recordar e as imagens de televisão que sobreviveram também não são grande coisa. Quando Eusébio “aterrou” em Lisboa era apelidado de “novo Matateu”. Isto porque Matateu era “a referência” máxima da época anterior a Eusébio e a uma maior visibilidade do futebol português no mundo.

Matateu era um matador na área. Provavelmente, Eusébio terá sido o melhor jogador do futebol português, porém, Matateu terá sido o melhor finalizador de todos os tempos, com uma capacidade goleadora fantástica.

Vem isto a propósito de uma visita que fiz à espantosa “Sala de Troféus” do Belenenses. A vitrina dedicada a Matateu - onde se encontra o espólio que o próprio fez questão de oferecer ao Belém aquando da sua morte - arrepia qualquer azul ou qualquer adepto de futebol. A primeira “Bola de Prata” foi conquistada em 1952-53 por Matateu e encontra-se bem destacada naquela vitrina.

O Belenenses nunca teve a dimensão de Sporting ou Benfica. Todavia, conquistou quatro títulos nacionais (três Campeonatos de Portugal e um Campeonato da 1ª Divisão), foi Vice em cinco temporadas (três no Campeonato de Portugal e duas na 1ª Divisão) e esteve em sete finais da Taça de Portugal (com três vitórias), além de ter concluído o campeonato principal no 3º posto em 14 ocasiões.

As últimas décadas não têm sido positivas para o meu clube. Não obstante, com algum esforço e dedicação, acredito que a História futura poderá ser bem positiva! Para quem se desloque ao Restelo, sugiro uma visita a esta magnífica “Sala de Troféus” que conta com dois pisos e dezenas de vitrinas.


Vitrina de Matateu com umas bem usadas chuteiras, um número da famosa revista Idolos do Desporto dedicada ao jogador e uma interessante garrafa de vinho com rótulo Matateu!
Vitrina de Matateu com a primeira Bola de Prata atribuida pelo jornal A Bola em 1952-53. Ao fundo encontra-se a célebre fotografia acrobática tirada em jogo realizado na Covilhã
Vista parcial do 1º andar da Sala de Troféus dedicado às Modalidades Amadoras