17.6.10

I Am Kloot - Northern Skies

I Am Kloot em "Northern Skies" com participação de Christopher Eccleston. Este tema pertence ao novo álbum, "Sky At Night", que vai ser editado a 5 de Julho.

16.6.10

2 semanas de conversa


A participação no Atlântico de Bruno Gonçalves Pereira tem sido uma constante ao longo destes anos. Apesar de gostar de realizar os meus próprios programas, na verdade, guardo excelentes recordações das colaborações com o Bruno. Por vezes, a participação surge por convite, noutros casos porque proponho alguma ideia e, noutras ocasiões, a situação surge no próprio momento. Foi esta última hipótese que esteve na origem das gravações que conduziram às recentes emissões do Atlântico em 5 e 12 de Junho. A causa desse encontro esteve ligada à preparação de um especial do programa – em breve, o Bruno divulgará mais detalhes – e não me poderia esquivar ao desafio, sempre directo e frontal, de conversarmos sobre uns temas da actualidade. No fundo, a actualidade esteve a pairar na conversa, mas, sem as preocupações próprias e formais, às quais, e bem, os comentadores nos habituam. Mais do que um comentário, o que aconteceu foi uma conversa que agora disponibilizamos numa versão compacta.

Clicar para escutar o compacto da conversa.

Em alternativa pode fazer o download do ficheiro para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.

15.6.10

Steve Miller regressou a estúdio 17 anos depois

The Steve Miller Band têm álbum novo a partir de hoje.

17 anos depois de "Wide River", "Bingo!" é constituído por 10 clássicos de blues e R&B sendo facilmente reconhecíveis as mãos e os dedos de Steve Miller. Além da edição normal existe ainda uma edição especial que inclui mais quatro temas. Este trabalho vai ser acompanhado por uma digressão que apesar de passar pela Europa não irá incluir Portugal.

stevemillerband.com



Taxi - Portugal

Uma "Chiclete" é bem melhor e faz menos barulho do que as vuvuzelas. O nosso mundial não começou muito bem, mas, vamos acreditar! Este "Portugal" é uma nova versão do clássico de 1981, "Chiclete", pelos próprios Taxi.

14.6.10

Tired Pony - Dead American Writers

"Tired Pony" é um grupo constituido por Gary Lightbody, Richard Colburn, Iain Archer, Jacknife Lee, Peter Buck, Scott McCaughey e Troy Stewart. Apaixonados pela country-music estiveram em Portland (Oregon) a gravar o álbum que vai sair em 12 de Julho. Fica aqui uma amostra audio do tema "Dead American Writers".

19.4.10

Crónicas da América

O livro "Crónicas da América", de Luís Mira, foi apresentado no sábado passado na Livraria Buchholz, em Lisboa. Esta obra junta as diversas crónicas que foram sendo divulgadas no blogue "Ié-Ié".

Este trabalho remete-nos para as memórias da música e do cinema numa nova visita pelos espaços onde tudo aconteceu. Em breve mais novidades sobre este livro.

2.2.10

João Aguardela faria hoje 41 anos

Foto da autoria de Rita Carmo, Fevereiro 2006
João Aguardela faria hoje 41 anos. Como pequena homenagem decidi recuperar o meu post de 19 de Fevereiro de 2009.


Dias intensos com noites de glória

1992 foi o ano dos Sitiados.

O panorama da música moderna em Portugal estava em grande, com a construção do catálogo nacional da BMG que viria a gravar diversos grupos e que contribuiu, decisivamente, para um dos fenómenos da nossa indústria nos anos 90.

Conheci alguns dos elementos dos Sitiados no decurso da Conferência de Imprensa que a R&B promoveu a propósito dos concertos dos UHF nos Coliseus de Lisboa e Porto, em Fevereiro de 1992. Com o disco a sair poucos dias depois dos Coliseus, a BMG não perdeu a oportunidade que a visibilidade deste evento possibilitaria.

A conversa que mantive nessa tarde com João Aguardela e com Sandra Baptista foi curta, mas ficaram estabelecidos os laços suficientes para que, ao longo desse ano, convivesse com eles noutros momentos. Recordo-me de uma entrevista em directo no “Rock de cá”, nos estúdios da Miróbriga, no dia em que Sitiados arrasaram no recinto da Feira, em Santiago do Cacém; recordo-me de termos estado na Sociedade Harmonia a jogar bilhar e, mais tarde, de termos terminado a noite nos “Dias Atlânticos”, até horas que roçaram o amanhecer. Recordo-me de ir ter com eles a uma vivenda na zona do Restelo, numa fase posterior em que já estavam a ensaiar os temas do segundo álbum; recordo-me do jantar que se seguiu e dos projectos estruturados que existiam. E lembro-me da enorme consciência que João Aguardela sempre teve do “presente”, nunca entrando em deslumbramentos que o sucesso tantas vezes provoca.

Ainda antes de estar confirmado o concerto em Santiago do Cacém, em Maio de 1992, dediquei uma das emissões do “Rock de cá” aos Sitiados. Encontrei-me com João Aguardela na tarde do espectáculo que eles deram na Semana Académica de Lisboa. O encontro foi, novamente, bastante afável e, mesmo no meio do barulho próprio de um PA que debitava uns bons decibéis, tivemos uma conversa que procurou sintetizar toda a carreira dos Sitiados. Desde o seu início, passando pelo registo “A noite” e culminando nos 3 meses de edição do álbum. “Vida de marinheiro” era um sucesso crescente, mas ainda não era o êxito que, pouco depois, levaria os Sitiados a todas as terras de Portugal.
Enquanto registo histórico e como pequena e modesta homenagem a João Aguardela, disponibilizo a conversa que tivemos nessa tarde.

À noite, o concerto foi fantástico e com uma energia contagiante. João Aguardela sempre foi um caso único em palco. O tempo passou, o “Rock de cá” deu lugar a um programa de debates políticos, a seguir fui manager dos k2o3 e, mesmo por dentro do meio musical, acabei por distanciar-me de algumas amizades. Os anos 90 chegaram ao fim e os Sitiados também. Tenho saudades desses anos, dessa época e das pequenas histórias que tive o privilégio de viver na companhia de João Aguardela.

Clicar para escutar conversa com João Aguardela.

Em alternativa pode fazer o download do ficheiro para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.

25.1.10

Atlântico e White

ESPECIAL COM PEDRO DE FREITAS BRANCO

Pedro de Freitas Branco é um músico que tem passado ao lado de uma carreira diferente. As suas composições vão beber na essência da melhor música dos anos 60 e é conhecido pelo projecto “Pedro e os Apóstolos”.

“Mesmo Para Quem Não É Crente” (1996), “Momentos” (1998) e “Formigas em Férias” (2002) foram os álbuns editados com o carimbo da Vidisco. Muito por fruto de preconceitos em relação à editora que esteve por detrás destes lançamentos, o grupo nunca chegou a atingir o patamar que merecia.

Pedro de Freitas Branco tem mantido uma actividade intensa a outros níveis. Além de autor e guionista de televisão, é conhecido pela parceria que manteve com António Pinho na escrita da série juvenil “Os Super 4”, interrompida em 2005 com a sua ida para o Brasil. Dessa parceria nasceram 17 volumes, somando-se, ainda, os trabalhos “A vida em stéreo” e o romance policial “Segredo dos Beatles”.

Com uma herança genética como a dele, não podia deixar a música para trás. No Brasil, formou um novo projecto – “White”. Ainda sem edição em Portugal, o álbum de estreia “Rocking Land” esteve neste sábado em grande destaque no Atlântico.

Para todos aqueles que queiram conhecer esta nova fase na carreira de Pedro de Freitas Branco preparámos um compacto desta edição do Atlântico com toda a entrevista e algumas das novas composições.

Não posso terminar esta breve introdução sem agradecer a disponibilidade do Pedro, o qual, mesmo no meio de uma carregada agenda, numa curta passagem pelo nosso País, fez questão de marcar encontro comigo e com Bruno Gonçalves Pereira.

Recomendo uma audição atenta deste novo álbum e faço votos para que “White” deixe de ser um segredo tão bem guardado aqui por estas terras lusitanas.

Clicar para escutar o especial do Atlântico com Pedro de Freitas Branco.

Em alternativa pode fazer o download do programa para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.

8.1.10

Andar para trás

A minha disponibilidade tem sido bastante limitada e a consequência mais evidente é a menor actividade deste blogue. Ter um blogue é quase o mesmo do que fazer rádio e nunca se consegue estar muito tempo ausente. O retomar de publicação está ligado a um email que recebi e sobre o qual não poderia ficar indiferente. Desde novo que a História e o património do concelho onde nasci e cresci me cativam e creio que só quem passou horas a fio no estudo apaixonado destas matérias ou com “as mãos na massa”, em actividades no terreno, conseguirá compreender, na sua plenitude, o que sinto a este respeito.

Não subsistem dúvidas que existem pessoas cuja visão perdura além do tempo e cujo trabalho só mais tarde é devidamente valorizado. O nosso mundo e o nosso país em particular são pródigos em exemplos desse reconhecimento post mortem. Infelizmente, assim era no passado e assim é numa época em que a internet esmagou muitos dos hábitos anteriores ao ponto de já não imaginarmos como seria possível vivermos sem ela. Quando qualquer um de nós organiza umas férias ou uma viagem de fim-de-semana é usual o recurso à internet para encontrar os melhores restaurantes, os melhores hotéis, as melhores sugestões culturais ou para conhecer melhor a História e a região para onde se vai.

É com certa regularidade que visito o site Alvalade.info que sempre se revelou um espaço de excelência na divulgação da História de uma localidade que tem motivos para se orgulhar do seu passado. Desde 2002 que Luís Pedro Ramos divulga o que de melhor existiu e existe na sua terra e são espaços destes que fazem falta um pouco por todo o lado. Sem sair do concelho de Santiago do Cacém, atrevo-me a dizer que mais nenhum site criado e gerido por um particular tem tanta qualidade e relevância. Gostaria a sede do concelho de ter algo semelhante que servisse de ponte entre o admirável passado e as oportunidades turísticas e culturais do presente. Essas funções têm sido, sabiamente, garantidas neste Alvalade.info, com uma qualidade muito acima da média e muitos furos à frente do que seria expectável tendo em consideração os meios e recursos existentes. Apenas a carolice, a dedicação, o trabalho de quem ama as suas raízes, as suas tradições e a sua História permitiram manter o projecto vivo e dinâmico ao longo de todos estes anos. A decisão, publicamente assumida pelo autor, de fechar as portas do Alvalade.info devia ser motivo de reflexão para muita gente. A região fica mais pobre e diminui a visibilidade de uma terra importante que este ano comemora 500 anos do Foral Manuelino.

Todos aqueles que vivem no século XXI e consideram que o progresso e a modernidade só podem beneficiar com a História e com a cultura de um povo sentem-se hoje mais tristes. Se ainda for possível espero que Luís Pedro Ramos não retire Alvalade.info do ar. O site é importante para Alvalade, para o concelho de Santiago do Cacém e para toda a região do Alentejo Litoral. Mesmo sem actualizações, continuaria a ser o mais eficaz e potente meio de divulgação da cultura, das gentes e da História de Alvalade.

6.11.09

O Atlântico ganhou asas



UMA MADRUGADA NA PRAIA DESERTA

A rádio ainda é emoção, novidade e feita com gente dentro. O Atlântico do último sábado foi um momento único quer para aqueles que fazem da rádio a sua profissão como para quem vai fazendo rádio, unicamente, por paixão.

Existem programas assim. O sucesso de qualquer emissão depende de vários factores, porém, quando se juntam os ingredientes certos somente se pode aguardar pelos resultados obtidos. Um novo álbum de originais de José Cid, uma música da autoria de Ulisses (natural de Santiago do Cacém e líder dos k2o3), a transmissão em exclusivo nacional da primeira versão (demo) dessa canção, as entrevistas a Cid e a Ulisses e os espaços habituais da navegação. O somatório de tudo isto em apenas duas horas de programa veio a originar o que se sabe. Num destes dias, ao início da noite, tive oportunidade de me encontrar com o Bruno Pereira que me mostrou uma pequena amostra das dezenas de emails recebidos na conta do Atlântico. Senti uma boa sensação, sobretudo num período menos glorioso da radiodifusão. A verdadeira sabedoria numa estação de rádio da dimensão da Miróbriga não é tentar combater as rádios nacionais de igual para igual, mas, estando conscientes das diferenças, conseguir elevar aquilo em que podemos ser diferentes. O programa em causa foi um bom exemplo do que pode fazer uma rádio local quando se sabe aproveitar as oportunidades. Uma rádio sem rasgo, sem feedback dos ouvintes, sem participação nas grandes questões da sociedade civil e sem causas é um órgão de comunicação condenado à morte. É fácil um mergulho no adormecimento e na letargia que conduzem ao final dos projectos. O mais complexo é reinventar o que existe e todos os dias procurar surpreender o auditório. Este Atlântico foi tudo isto quando apostou na qualidade, no ritmo, nos conteúdos e no elemento mágico chamado enigma. Durante uma semana, a curiosidade foi aumentando com a população a especular sobre quem seria o músico de Santiago do Cacém. Porém, no decurso do programa e logo após ser revelado o nome do compositor, surgiu outra novidade. Iria ser transmitida, em absoluto exclusivo, a primeira versão que José Cid gravara do tema composto por Ulisses. Tanto na rádio como noutro sector profissional, só com capacidade de inovação, profissionalismo e dedicação se conseguem resultados.

Esquecendo a minha participação, gravada numa sexta-feira tardia onde o cansaço da semana deixou a sua marca, este foi um programa que roçou a perfeição. O seu autor, Bruno Gonçalves Pereira, deu-nos uma nova demonstração da sua elevadíssima categoria profissional, que o catapultou, há mais de uma década, para os grandes grupos de comunicação social nacionais.

O programa encontra-se disponível para audição e aconselho-o a qualquer pessoa que aprecie José Cid, Ulisses (k2o3), música portuguesa ou que sinta curiosidade em ouvir uma emissão de rádio intemporal.



Clicar para escutar a 1ª hora.

Clicar para escutar a 2ª hora.

Em alternativa pode fazer o download do programa para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.

31.10.09

E o seu nome é...

Durante a emissão de hoje do Atlântico foi revelado o nome do autor da música "Madrugada na Praia Deserta", editada no novo álbum de José Cid. Chama-se Ulisses, é fundador dos k2o3, um compositor talentoso e um grande amigo que merecia uma carreira musical bastante diferente.

Aproveito para agradecer as várias felicitações que recebemos logo após o termo do programa. Também aproveito para declarar ter sido uma honra ter preparado esta emissão com Bruno Gonçalves Pereira - é sempre um prazer trabalhar com um amigo e profissional de eleição.

25.10.09

Quem terá sido?

Há um músico de Santiago do Cacém que compôs uma canção para o novo disco de José Cid!

"Madrugada na Praia Deserta" é já considerada a canção-surpresa deste trabalho! Num exclusivo da Miróbriga, vamos ficar a saber no Atlântico quem é este músico que participa no recente álbum "Coisas do Amor e do Mar".

No próximo sábado, a partir das 7 da tarde, tudo será revelado e o próprio José Cid estará presente.

O programa é conduzido por Bruno Gonçalves Pereira que me convidou para participar em estúdio em mais este momento alto do Atlântico e da Miróbriga.

Para abrir o apetite nada melhor do que escutar o promocional ao programa.

Na tabela divulgada hoje, o novo álbum de José Cid entrou para a 28ª posição do top de vendas oficial da AFP.

Clicar para escutar o promocional.

Este post foi actualizado no dia 28 de Outubro.

11.10.09

TAXI: Especial no Atlântico

Ontem passou no Atlântico um especial dedicado ao regresso dos Taxi. A conversa que mantive com Bruno Gonçalves Pereira foi longa e abordou o passado e o futuro desta histórica banda do rock português. O novo álbum de originais, "Amanhã", esteve igualmente em grande destaque.

Numa parceria com o Atlântico disponibilizamos em formato "compacto" o especial Taxi.

Clicar para escutar o compacto da emissão especial.

29.9.09

O Atlântico na Rua do Carmo

No sábado passado o Atlântico destacou o histórico concerto que os UHF deram no dia 19 de Setembro na Rua do Carmo. Além de entrevistas com os quatro elementos dos UHF tive uma longa conversa com o meu amigo e responsável pelo Atlântico, Bruno Gonçalves Pereira.
O Atlântico é transmitido aos sábados entre as 19h00 e as 21h00 na Miróbriga e numa parceria conjunta disponibilizamos em formato "compacto" a parte dedicada a este evento.

Clicar para escutar o compacto da emissão especial.

Em alternativa pode fazer o download do ficheiro para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.

24.9.09

k2o3 apresentam novo álbum

"NO FIO DA NAVALHA" HOJE NO MUSICBOX

Ulisses (voz e guitarra), Chaves (baixo), Mini (guitarra) e Nuno Costa (bateria) estão de volta às lides discográficas com o novo álbum intitulado "No Fio da Navalha". Um disco composto por 12 canções, vincadamente punk rock e fieis à linha musical que caracteriza a banda há 15 anos: curto e grosso, directo e sem maquilhagem. Os k2o3 tanto colocam o dedo na ferida de forma mordaz e irónica, como é exemplo o tema "Ovelha Negra", como também revelam uma atitude mais divertida, como acontece no tema "Namorada". É um disco muito radiofónico, repleto de potenciais singles, para cantar do princípio ao fim.

Alinhamento: Abismo, Lama, Ovelha Negra, À Espera de Nada, Namorada, Olhos nos Olhos, Beco Sem Saída, Faca, Miragem, Vira-lata, Mais ou Menos, Silêncio (instrumental).

Será uma grande noite de punk rock português com os convidados "Fábrica D' Brinquedos" e "Gazua". As portas abrem às 22h00 e os concertos começam às 22h15.

20.9.09

UHF esgotam Rua do Carmo

Fotografia de Francisco RosárioFoi a maior concentração popular desde o início da campanha eleitoral para as legislativas. Quando me aproximei escutei alguém perguntar se “estaria ali o Sócrates”. Não estava nem José Sócrates nem Manuela Ferreira Leite. Quem discursou nessa noite foi António Manuel Ribeiro que subiu ao palco com a determinação dos vencedores.

“Rua do Carmo” é um dos temas de maior sucesso na carreira dos UHF. Ontem, assisti a um concerto verdadeiramente histórico que juntou o Canal Maldito com a rua que cantam desde 1981. O espectáculo fez-me recordar outros eventos mágicos protagonizados por grandes grupos rock internacionais. Por cá, estes acontecimentos não são assim tão frequentes e congestionar aquela zona de Lisboa é, igualmente, raro. Na realidade, o resultado do concerto de duas horas dos UHF não podia ter sido mais surpreendente. Mesmo sem grande publicidade, a Rua do Carmo esteve repleta de fãs e de populares curiosos. Tanto uns como os outros, cantaram os temas do início ao fim num imenso e colectivo coro. Eu estava próximo do palco - fui furando desde a zona da loja da Ana Salazar - e, quando olhava para trás, só via pessoas de braços no ar, pelo que imagino o que terão sentido os músicos em cima do palco.
O alinhamento foi escolhido ao milímetro e as principais canções dos UHF que evocam Lisboa não foram esquecidas. Aliás, o alinhamento foi seleccionado com requinte. Todas as músicas foram sinónimo de rock, enquanto a poesia cortante de António Manuel Ribeiro fez o pleno entre sons e palavras.

Respirou-se um ar de revolução na zona da Baixa. Os músicos actuaram como se fosse aquele o último dia das suas vidas. Porém, o amanhã existe. E, a julgar pela amostra apresentada, o futuro promete ser risonho.

Foram três os novos temas tocados ontem. A versão “Vejam Bem” (José Afonso) e os inéditos “A última prova” e “Quero entrar em tua casa”. Qualquer um deles com imenso potencial a abrir o apetite para o próximo álbum de originais. “A última prova” é UHF vintage e “Quero entrar em tua casa” podia ser o primeiro single de uma nova banda.

Renato Gomes voltou a aparecer em palco para nos brindar com a excelência dos seus solos, enquanto António Côrte-Real, Fernando Rodrigues e Ivan Cristiano voltaram a provar todo o seu valor – se é que ainda precisam de provar alguma coisa. António Manuel Ribeiro estava, visivelmente, emocionado e sentia-se que a sua felicidade era enorme.

Com um alinhamento como o de ontem, fico na dúvida se algum dia assistira a um concerto de UHF tão bom como este. Pode parecer estranho, mas, sinceramente, não sei!

Que venha o próximo álbum o mais depressa possível e mais concertos com esta energia.

UHF - Rua do Carmo

Autoria: Paulo Reis

Fotos da multidão:

Fotografia de Maria José Freitas

Fotografia de Maria José Freitas



Alinhamento:
1 Rapaz caleidoscópio
2 Jorge morreu
3 Dançando na noite
4 Apetece namorar contigo em Lisboa
5 Na tua cama
6 A última prova
7 Matas-me com o teu olhar
8 Vejam bem
9 A noite inteira
10 Uma palavra tua
11 Cavalos de corrida
12 Geraldine
13 Sonhos na estrada de Sintra
14 Modelo fotográfico
15 Menino
.....
16 Noites lisboetas
17 Rua do Carmo
18 Quero entrar em tua casa
19 Menina estás à janela
.....
20 Matas-me com o teu olhar
.....
21 Hesitar

1.9.09

Noites Ritual 2009

A 18ª edição do festival “Noites Ritual” decorreu este fim-de-semana nos Jardins do Palácio de Cristal no Porto. As duas noites deste acontecimento ficaram marcadas por duas enchentes monumentais, o que demonstra que sucesso e qualidade são compatíveis quando nos referimos a música e a adesão popular. Apesar dos eventos musicais em Portugal primarem muitas vezes pelo inverso, ficou mais uma vez provado que nem sempre é necessário apostar em nomes que cobram cachets exorbitantes para que o público marque presença. As cerca de 10 mil pessoas que, em cada uma das noites, estiveram presentes deliraram com a diversidade do cartaz dos dois palcos. Deolinda, Blind Zero ou Mão Morta foram alguns dos nomes presentes.

Este festival descende da saudosa “Ritual”, revista em que cheguei a colaborar. Além do evidente êxito da iniciativa, poderemos assistir, em breve, a parte dos concertos através da MTV Portugal.

Ao contrário do habitual, este ano não levei gravador, mas, mesmo assim, tive uma conversa gravada com Pedro Brinca, o antigo director da “Ritual” e apresentador oficial do Festival. Em jeito de curiosidade, aqui fica uma improvisada conversa gravada em formato vídeo.

Uma palavra final para a sempre excelente organização e deixo daqui deste meu blogue um abraço amigo para o Carlos Vieira.

Para o ano, espero estar, de novo, no Porto para mais umas fantásticas “Noites Ritual”.



10.8.09

A festa B52 dos DA

No dia 3 de Outubro de 2008 publiquei um post dedicado aos “Dias Atlânticos” onde recuperei os sons de uma reportagem realizada em directo pela Miróbriga.

"Num destes dias, descobri uma cassete velhinha com alguns excertos de uma reportagem em directo realizada durante a festa dedicada ao B52. Ao bombardeiro norte-americano e à bebida que Luís Lucas trouxera da Noruega.
Mais tarde, o barman Luís Lucas acabou por realizar e apresentar comigo o programa de rádio “Café Rock”. A reportagem foi realizada em conjunto com dois grandes amigos, João Paulo Borges e João Paulo Lourenço. Não me recordo o motivo, mas a gravação consta, basicamente, das minhas intervenções, o que lamento! Este excerto é resultado de uma emissão completamente em directo, inclusivamente, a música que foi escutada era a que estava a ser passada na discoteca. Por falar em música, apesar de datada reparem bem nas escolhas, a dedo, que JAP realizou - um dos proprietários e DJ de excelência. Como lembrança aqui fica o áudio gravado da reportagem realizada no meio do barulho que se pode imaginar..."

Daqui deixo um abraço ao João Paulo Borges, João Paulo Lourenço e Luís Lucas. Felizmente, tive oportunidade de rever o JPL e o LL na recente festa de dia 31 de Julho. Curiosamente os assuntos em atraso eram tantos que nem me recordei de lhes referir esta gravação.

Para quando uma nova festa?

Clicar para escutar a gravação.

9.8.09

Nova época em Belém

Hoje foi a apresentação do Belenenses aos seus sócios e o minuto de homenagem a Raul Solnado foi sentido e emocionado. Gostei de vários jogadores e da atitude lutadora da equipa. O maior destaque da tarde vai para Fredy que apontou os dois golos da vitória contra o Libolo de Angola (2-1) e promete vir a ser a revelação da época na Liga principal do futebol português. Uma última palavra para os amigos que voltei a encontrar nas bancadas do Restelo.

8.8.09

Um génio de todos os tempos

Não consigo identificar as minhas primeiras memórias do humor na televisão, porém, em 1975, nos tempos do “Sr. Feliz e Sr. Contente”, não perdia um segundo que fosse destas personagens. Fazia esperas televisivas e ansiava pelo momento do início da actuação de Nicolau Breyner e Herman José. Residia na casa onde nasci, na Rua das Lojas, em Santiago do Cacém. Passara pouco tempo da revolução de Abril e estávamos nos tempos da televisão a preto e branco. A qualidade de recepção da RTP1, o único canal de conseguíamos apanhar, era razoável, mas, a RTP2 só mesmo mais tarde e com recurso a amplificadores de sinal. Tudo girava em torno do primeiro canal da RTP e o humor marcava presença regular.

Não faço ideia de quando entrou Raul Solnado na minha vida. É daquelas personalidades que existiam desde sempre e nos deixam marcas e recordações únicas. Quando as Selecções do Reader's Digest lançou a colecção “Super Estrelas da Música Portuguesa” juntou como brinde um álbum com sketchs, suponho que apresentados no histórico “Zip-Zip” (1969). Mesmo com presença constante na televisão e com o sucesso de “A visita da Cornélia” (1977), é desse disco e conjunto de rábulas que me recordo sempre que se fala em Raul Solnado. Houve uma fase em que sabia de cor e salteado alguns desses sketchs e brindava a minha família com alguns momentos de “espectáculo”. Nesse particular, o “Concerto de Violino” era um dos meus preferidos, em que até as inflexões vocais tentava imitar.

Raul Solnado tinha um tipo de humor variado e que conseguia fazer rir às bandeiras despregadas, sem necessidade de recurso a brejeirices vulgares. A argúcia necessária para fazer passar textos na época da censura só pode ter incentivado a sua imaginação e capacidade criativa. O seu humor primava pela inteligência, por uma apurada habilidade de caricaturar a nossa sociedade e por superiores padrões estéticos e artísticos.

Depois de, em 1964, ter fundado (e pago) o Teatro Villaret, Solnado envolveu-se, com sucesso, na luta pela criação e abertura da “Casa do Artista”, obra de grande fôlego que conseguiu levar a bom porto e da qual era Director.

Ainda nesta última madrugada, coloquei um DVD com um documentário sobre a vida de Beatriz Costa. Nele surgia Raul Solnado evocando a memória desse símbolo feminino português do século XX. Hoje, acordo e leio a notícia sobre a sua morte. Com o seu desaparecimento físico, Portugal fica mais pobre e adivinham-se merecidas homenagens nos próximos tempos. Provavelmente, amanhã, estarei presente numa dessas homenagens, num local que Raul Solnado tantas vezes frequentou e que nos liga aos dois. Refiro-me ao Estádio do Restelo, pois, tanto eu como ele somos adeptos do Belenenses.

A pergunta que deixo no ar é simples. Depois de uma vida inteira dedicada à arte de representar, para quando um Teatro com o seu nome?

4.8.09

Pedras preciosas em Santiago

5 DE AGOSTO NA IGREJA MATRIZ

Todas as iniciativas em que se envolva José António Falcão têm um carimbo de qualidade que lhes conferem estatuto de imprescindíveis. Quem esteja no litoral alentejano não pode perder este acontecimento.


(clicar para aumentar)