10.1.09

UHF - A reportagem dos 30 anos

Foi hoje transmitido no Atlântico, da Miróbriga, uma emissão especial sobre os 30 anos de carreira dos UHF. Este especial incluiu uma reportagem realizada na noite de 20 de Dezembro de 2008, na Academia Almadense. Para quem não escutou ou para quem queira voltar a ouvir, disponibilizo a reportagem integral com duração de 50 minutos.

Clicar para escutar a reportagem.

Em alternativa pode fazer o download do ficheiro para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.

Última hora: Como consequência dos inúmeros emails recebidos pelo Atlântico, Bruno Gonçalves Pereira decidiu disponibilizar, para download, a totalidade desta emissão especial de 2 horas. Para obter o programa basta ir ao blogue do Atlântico no espaço dos próximos 8 dias.







Fotografias da autoria de Francisco Rosário.

Esta reportagem foi possível graças à colaboração de:
António Côrte-Real (UHF)
António Manuel Ribeiro (UHF)
Carlos Teixeira (Fonzie)
Cristina Loureiro
Fernando Rodrigues (UHF)
Francisco Rosário
Henrique Salgado
Ivan Cristiano (UHF)
Jaime Pessoa
João Flamino
João Quintela (produtor do espectáculo)
Miguel Ângelo (Delfins)
Nuno Chanoca (assessoria de imprensa)
Renato Gomes (co-fundador UHF)
Tozé Morais (músico convidado: gaita de foles e harmónica)

Um muito obrigado a todos eles e um abraço especial a Bruno Gonçalves Pereira - ao amigo e ao grande profissional de rádio - que aceitou o desafio de transmitir a única reportagem rádio realizada na noite de festa dos 30 anos dos UHF.

7.1.09

Atlântico - Especial 30 anos de UHF

O Atlântico vai transmitir entre as 19h00 e as 21h00 do próximo sábado um especial sobre os 30 anos de carreira dos UHF. Este especial inclui uma reportagem realizada na noite de 20 de Dezembro na Academia Almadense. A não perder este programa da responsabilidade de Bruno Gonçalves Pereira.



Clicar aqui para escutar a emissão em directo.

2.1.09

30 anos malditos em noite de festa

UHF – Lisboa no centro da guerra

Os projectos que só tocam em Lisboa, sem possuírem um circuito de concertos pelo resto do país, não possuem sustentabilidade concreta e o seu futuro é, geralmente, bastante limitado. Porém, quando um grupo mantém uma agenda preenchida ano após ano, mas não apresenta espectáculos na capital, corre o risco de quase desaparecer do universo mediático português e perder o comboio das estrelas maiores. Os UHF tiveram uma ascensão meteórica em 1980 e mantiveram-se sob as luzes da ribalta até ao momento em que António Manuel Ribeiro sumiu dos grandes concertos na cidade de Lisboa. Recordo-me, com bastante nitidez, dos espectáculos no Rock Rendez Vous (1989), Feira Popular (1989) ou Coliseu (1992) que permitiram que aos sucessos populares se juntassem as produções que funcionam como mola nas carreiras musicais. Ao enveredarem, unicamente, pelo designado “circuito de província”, os UHF iniciaram um lento processo de distanciamento dos centros de decisão. Se a isto somarmos outros factores como a constante mudança de editoras, troca de músicos ao ritmo do samba, a rebeldia e afrontamento que o seu líder António Manuel Ribeiro foi mantendo com diversas personalidades da nossa praça e a ausência de discos nas prateleiras das discotecas (alguém sabe, ao certo, quantos álbuns de originais têm os UHF?), o resultado é o que se poderia esperar.

Aos poucos, muito lentamente, os UHF perderam o estatuto que tinham conquistado em mais de uma década de guerra, permanente e intensa. António Manuel Ribeiro não poupou munições e, durante os anos oitenta, disparou contra jornalistas, editores e demais intervenientes da insípida indústria musical nacional que funcionava entre copos vertidos no Bairro Alto. Lutar contra o “status quo” é um dos primeiros mandamentos de um verdadeiro rocker e António Manuel Ribeiro, quer se goste da sua personalidade, ou não, é, de entre todos os cantores rock nacionais que atingiram o estrelado em 1980, o único que transpira atitude rock por todos os poros. O cognome Canal Maldito não foi fruto do acaso, nem produto fabricado pelo marketing.

Cada tiro no porta-aviões implicou mais anticorpos e, apesar deste esforço bélico ser de louvar, na verdade, a ausência de uma estrutura interna sólida impossibilitou um crescimento continuado, num percurso de escaladas e de tombos violentos. Para ser justo, não posso esquecer a saída de Cristina Loureiro – o cérebro administrativo – dos escritórios da banda, no início dos anos 90. Quem se habituou ao seu profissionalismo, sabe bem o que representa uma pessoa com o seu perfil, que, pessoalmente, comparo ao da saudosa Marta Ferreira, dos Xutos. Todos os factores referidos tiveram um reflexo negativo na carreira do grupo.

Não obstante, durante vários anos, os UHF foram o expoente máximo do rock português e, durante alguns anos, foram mesmo, a única banda rock verdadeiramente profissional neste país. Entre 1980 e 1985, revelaram-se campeões de popularidade, de conflitos e de espectáculos ao vivo. Entre 1988 e 1993, voltaram à ribalta com sucessos como “Na tua cama”, “Hesitar” ou “Menina estás à janela”. Depois disso, existiram demasiados baixos entre poucos altos. Após a edição de “69 Stereo” (1996), António Manuel Ribeiro fechou a última porta sobre o passado, “despachando” do grupo todos os elementos da sua geração e indo buscar jovens músicos da idade do seu filho e guitarrista, António Côrte-Real.

Foi esse o momento da “refundação” da banda. O trabalho seguinte, o CD “Rock É! Dançando na noite” (1998) poderia ter conseguido, no tema “Quando (dentro de ti)”, o mesmo efeito de “Na tua cama”, dez anos antes. Não sucedeu. Os tempos eram outros, as rádios começaram a evitar músicas do grupo e uma excelente canção passou ao lado do grande público. Situação semelhante ocorreu com potenciais sucessos como “Dança comigo (até ao sol nascer)” (1999), “Angie” (1999) ou “A lágrima caiu” (2003). Os UHF não voltavam ao zero, mas eram obrigados a percorrer um sinuoso e lento caminho, tendo em vista a reconquista do ouro perdido. Um trabalho árduo, com imensos percalços e resultados vagarosos, surgindo aos poucos.

Até que, em 2006, na sequência do sucesso de “Matas-me com o teu olhar” (2005), os UHF compreenderam que o regresso aos grandes palcos era uma necessidade e uma exigência. O risco assumido foi o habitual e António Manuel Ribeiro lançou-se aos Coliseus de forma destemida. A sala não esgotou, contudo o concerto no Coliseu de Lisboa mostrou que a banda estava preparada para regressar às grandes produções. Foi realizada uma gravação que irá sair, brevemente, em DVD, com toda a envolvência do público a que poderemos assistir.

E eis que, no último ano, começaram a surgir reedições dos primeiros discos; a escassa imprensa musical, de uma nova geração, começa a compreender a história do fenómeno chamado UHF e, admitimos, perdeu o receio de ser espancada pelo seu líder; o aproximar dos 30 anos de carreira parecem ter proporcionado, a António Manuel Ribeiro, uma segunda fonte de juventude e de determinação.

Para que isto fosse possível, muito contribuiu a estabilidade que se tem vivido no seio do grupo. Ivan Cristiano, Fernando Rodrigues e António Côrte-Real estão mais maduros, mais seguros e com a atitude rock que fez dos UHF uma máquina infernal.

A digressão dos 30 anos começou, de forma positiva, na Aula Magna. A sala encheu, o reportório foi bem seleccionado e quem esteve presente saiu claramente satisfeito com o rock que se escutou. Os textos publicados na imprensa foram unânimes no tecer de críticas positivas, numa estranha consensualidade nunca anteriormente registada. Estavam os dados lançados para a digressão e para o anunciado concerto de encerramento destas comemorações de 30 anos que iria ocorrer na sua cidade Natal. O regresso para um espectáculo em Almada só faria sentido se a aposta fosse em grande.


A bomba em tempo de Natal

A noite estava fria e as pessoas foram chegando de forma ordeira e espaçada. Um primeiro olhar para os espectadores permitiu constatar que estávamos na presença de um encontro de gerações, com especial destaque para o intervalo entre os 30 e os 50 anos. O ambiente era de expectativa e respirava-se um certo respeito pela solenidade do momento. 30 anos de carreira não são uma comemoração banal no nosso meio musical, sobretudo, quando nos referimos a um grupo rock.

Nos últimos anos, a estrutura base dos UHF consolidou-se, o núcleo de músicos na banda tem permanecido estável e a nova geração cresceu e respira um mesmo objectivo. Claro que os tempos são outros e ninguém espera, nem exige, que António Côrte-Real seja igual a Renato Gomes, nem que Fernando Rodrigues assuma a personalidade de Carlos Peres. A tarefa é duplamente mais complicada e cruel para os actuais elementos. Todavia, os últimos concertos a que tenho assistido mostram que o renascimento mediático do Canal Maldito está mesmo ali ao lado. O excelente trabalho de reedições de material há muito esgotado está a permitir que uma nova geração conheça a obra de António Manuel Ribeiro e dos UHF. É neste cenário que surge o fecho das comemorações de 30 anos.

Após a Aula Magna, este concerto só fazia sentido se fosse realmente especial. E foi. Na verdade, foi tão especial que somente quem assistiu poderá compreender o que sucedeu dentro daquelas quatro paredes em Almada. Não é simples falar deste concerto. Aceito que estou com imensa dificuldade em apresentar uma crítica a algo que roçou a perfeição. Admito que o crítico também tem direito a entusiasmar-se, apesar dos meus amigos íntimos serem testemunhas do meu nível de frieza e exigência na análise pós concertos – que o digam os k2o3 que saltavam eufóricos do palco e me encontravam com um sorriso amarelo fruto de uma mescla de satisfação pelo dever cumprido e de observações de aspectos a serem melhorados.

No dia 20 de Dezembro, na Academia Almadense, em plena quadra natalícia, fui testemunha da detonação de uma bomba rock. Os momentos intensos foram tantos que poderemos considerar que assistimos a um concerto “tântrico”. A surpresa começou na duração do espectáculo. Mais de 3 horas para um alinhamento de 32 canções. Depois o alinhamento, foi, ele também, uma boa surpresa. Não se escutaram temas como “Sou Benfica” ou “Foge comigo Maria” – canções das quais nunca fui simpatizante – e não se escutaram sequer clássicos como “Modelo fotográfico”, “Na tua cama”, “Brincar no fogo” ou “Menina estás à janela”. Estas 32 canções foram um retrato fiel de uma carreira, com temas mais comerciais como “Cavalos de corrida” e outros menos previsíveis como “Velhos tamborins”. Sentiu-se que todo o concerto fora tratado com um cuidado muito delicado, pensado ao mais ínfimo detalhe, com vista a proporcionar um impacto crescente. Descrever o que sucedeu naquela noite em Almada é falar sobre emoções e as emoções são de difícil explicação por palavras objectivas e directas. Salientar o virtuosismo técnico dos músicos presentes seria tão anedótico como escamotear que a esmagadora maioria dos espectadores conhecia todas as canções algum dia gravadas pelos UHF.

A sala estava cheia de admiradores dos UHF. Isto poderá levar alguns a presumir que a noite estava antecipadamente conquistada. Apesar deste raciocínio ser tentador, na realidade, o público presente estava expectante, pronto a ser conquistado, se… se o conseguissem conquistar. É que, dentro de cada fã dos UHF encontra-se um crítico impiedoso e sempre pronto a vincar as suas divergências. Perante aquela plateia, António Manuel Ribeiro sabia que tinha de se esforçar vezes sem conta. No fundo, quanto maior fosse o risco assumido, maior o resultado que se poderia atingir. Naquela noite, o céu foi o único limite.

E que houve assim de tão especial neste concerto?

Houve uma gaita-de-foles de Tozé Morais que percorreu a sala antes de subir ao palco, quando se revelou “O povo do mundo”.
Houve António Manuel Ribeiro, tal profeta de uma geração, a ser mestre na rebelião de consciências e a uivar frases cortantes, contundentes, próximas do clímax, como na assombrosa “Sonhos na estrada de Sintra”.
Houve Miguel Ângelo que, com António Manuel Ribeiro, arrancou um arrepiante “Podia ser Natal”.
Houve um momento digno de um mundo perdido, uma ocasião raríssima de presenciar e que abriu o primeiro encore: Carlos Peres, Renato Gomes e António Manuel Ribeiro incendiaram a sala com “Noites lisboetas”, “Voo para a Venezuela”, “Devo eu” e “Estou de passagem”, todas em formato acústico.
Houve uma atitude a roçar o punk-rock, digna dos primeiros anos, sem qualquer cedência mais popular.
Houve “Um mau rapaz”, que fez vibrar mesmo a bactéria mais soturna da sala.
Houve “(Fogo) Tanto me atrais”, “Velhos amigos (onde estais)” e “Esta dança não me interessa”.
Houve, ainda, um “Rapaz caleidoscópio”, com outra actuação endiabrada e frenética de um Renato Gomes que tem de repensar o que anda a fazer da sua carreira enquanto músico.
Houve uma comunhão rock entre todos os intervenientes, que culminou com um êxtase colectivo, aquando do fecho com “Hesitar” – com direito a harmónica de Tozé Morais.

Mas, vou ter de ir mais longe nesta análise.
Houve ainda outro momento.
Houve Fernando Rodrigues (piano e guitarra acústica), Ivan Cristiano (bateria), António Côrte-Real (guitarra), Carlos Peres (baixo), Renato Gomes (guitarra) e António Manuel Ribeiro (voz) em 3 canções que constituíram o momento mais importante de toda a carreira dos UHF. A História do rock português escreveu um capítulo único naqueles minutos mágicos. Aos actuais e pujantes UHF, juntou-se a pólvora demolidora de Carlos Peres, o baixista mais marcante do rock português, e associou-se Renato Gomes, um guitarrista de outra galáxia, que expeliu doses brutais de criatividade e de electricidade incontida. Os diálogos de guitarra entre Renato Gomes e António Côrte-Real, o incendiário discurso de António Manuel Ribeiro, a inesgotável energia de Ivan Cristiano, a entrega furiosa de Fernando Rodrigues no baixo, no piano e em todos os instrumentos que tocou ou a chama insubordinada que se pressente em cada acorde rebelde de Carlos Peres. Estes seis homens que partilharam o palco ao longo de “Concerto”, “Jorge Morreu” e “Geraldine” são a melhor formação dos UHF e mostraram ao público duas realidades: que o rock dos UHF tem de ser sempre assim e que, no futuro, o grupo chegará onde os seus elementos o desejarem.

Em certas alturas deste espectáculo, fechei os olhos e retrocedi para a época de ouro dos UHF. Quando os abri, verifiquei que estava a testemunhar uma noite de platina. O espectáculo na Aula Magna foi excelente. Este, na Academia Almadense, foi “o espectáculo”. Não me recordo de quando foi o último, mas já tinha saudades de um concerto rock desta dimensão. Quero mais!

1.1.09

Banco de Ensaio nº 68
Frida Hyvonen - Silence Is Wild

Frida Hyvönen é uma pianista sueca com um talento ímpar e eu devo ser o maior consumidor dos seus discos neste rectângulo chamado Portugal. Após o CD “Until Death Comes”, de que falei no BdE 05 (18/11/2006), este recente “Silence Is Wild” mantém a chama em alta e confirma todos os predicados positivos do álbum de estreia. Frida é uma excelente artista para descobrir no novo ano de 2009. A propósito... um excelente ano para todos!


Banco de ensaio nº 68 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 27/12/2008

Frida Hyvönen - London (ao vivo em Malmö, Nov/08, registo amador):

31.12.08

À Conversa com Alexandre Rosa

PROGRAMA 14 - ANO 2

O grande comentário aos maiores acontecimentos que ocorreram em 2008 numa vertente internacional. Os temas que foram notícia neste ano que termina desde a componente económica até à componente política e social.








"À Conversa com Alexandre Rosa", ano 2, emissão nº 14 transmitida no dia 26/12/2008

22.12.08

Banco de Ensaio nº 67
André Sarbib - This It It!

Existem amores à primeira vista e existem discos que nos conquistam desde o primeiro momento. O terceiro álbum de André Sarbib, “This Is It”, é um trabalho que nos faz sonhar mesmo quando estamos, em plena hora de ponta, na confusão apocalíptica do trânsito lisboeta. Navegando por sonoridades jazz, André Sarbib interrompeu um silêncio discográfico de 15 anos e ousou juntar a sua poderosa voz a onze temas de grande fôlego, sendo cinco deles da sua autoria. Além de aconselhar a audição deste CD – que considero um dos melhores registos jazz gravados no nosso país – deixo, a todos, a sugestão de se deslocarem à Casa da Música do Porto no próximo dia 16 de Janeiro de 2009. André Sarbib e os músicos que o acompanham prometem uma noite de jazz inesquecível.


Banco de ensaio nº 67 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 20/12/2008

André Sarbib - La Valse Des Lilás:

21.12.08

Gomes, Peres e Ribeiro

30 ANOS DE UHF

Para breve algum material recolhido ontem na Academia Almadense a propósito do concerto de 30 anos dos UHF.

Até lá deixo-vos um pequeno video recolhido no concerto e sugiro uma visita a este blogue amigo. Clicar aqui.

20.12.08

À Conversa com Alexandre Rosa

PROGRAMA 13 - ANO 2

Destaques:

* O pacote de medidas anunciado pelo Governo no combate à crise
* Manuel Alegre e a possibilidade de criação de um novo partido político
* A visita do Primeiro-Ministro ao distrito de Setúbal


"À Conversa com Alexandre Rosa", ano 2, emissão nº 13 transmitida no dia 19/12/2008

18.12.08

UHF celebram 30 anos

ANTÓNIO MANUEL RIBEIRO EM GRANDE ENTREVISTA


No próximo sábado, dia 20 de Dezembro, em Almada, os UHF vão encerrar a digressão em que celebram 30 anos de carreira. No final de 2007 tive uma longa conversa com António Manuel Ribeiro de onde resultou um especial transmitido na Miróbriga em Janeiro de 2008. O discurso foi intenso, à flor da pele, com a frontalidade que sempre o caracterizou e que lhe granjeou a fama de mau rapaz e de persona non grata do rock português.

Para quem não escutou sugiro vivamente a sua audição.

Clicar para escutar.

Em alternativa pode fazer o download do ficheiro para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.

Mais informações do concerto do próximo sábado: www.uhfrock.com

17.12.08

Banco de Ensaio nº 66
Greg Camp - Defektor

O álbum de estreia do ex: Smash Mouth, Greg Camp, “Defektor”, editado em Setembro de 2008, vem carregado de energia new wave.







Banco de ensaio nº 66 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 13/12/2008

16.12.08

Deixa-me rir...

Quando a informação “dita séria” se esquiva da sua missão de mostrar a realidade dos factos, somente nos resta o humor para divulgar as verdades incómodas. É nesta ditadura dos 3 grandes que asfixiamos um desporto que já foi rei e que, neste momento, caminha para o abismo com estádios vazios, salários em atraso e situações “esquisitas” a ocorrerem todos os fins-de-semana.
Os protagonistas no futebol de hoje são os dirigentes, os comentadores de aviário e os árbitros amadores que mexem com um negócio de milhões. Triste sina esta, de um futebol moribundo, provavelmente, já morto, mas, em que ninguém soube ler a respectiva certidão de óbito, tais são as dívidas brutais que Benfica, Sporting e Porto possuem.

No meio de uma gravíssima crise económica e financeira internacional, alguém duvida de que o “dinheiro fácil” que sustentou este desporto já se esgotou? Estarão os adeptos do futebol conscientes dos passivos dos clubes? E não estou a referir-me a Vitória de Setúbal, Boavista ou Estrela da Amadora. Segundo a revista Sábado (edição de 4 a 10 de Dezembro de 2008), o Benfica tem um passivo de 148 milhões de euros, o Porto de 146 milhões de euros e o Sporting de 137 milhões de euros!
Para os mais distraídos que consideram estes números pouco expressivos, posso acrescentar que qualquer um destes três clubes portugueses tem um passivo superior a 50% da dívida do gigante mundial Real Madrid!

O abismo é de tal forma negro que a crise no futebol ainda está no início, contudo, os tempos que se aproximam a passos largos serão devastadores. E quanto menor for a verdade desportiva, maior o trambolhão que se irá seguir. Não tenho dados estatísticos que sustentem esta minha afirmação, porém, não estarei muito longe da realidade se afirmar que a taxa de credibilidade do futebol caminha para valores negativos.

A situação é de tal ordem que até no programa Contra-Informação se afirma “à boca cheia” que os árbitros conseguiram colocar o Belenenses no último lugar do campeonato.

Deleitem-se com este excerto da Contra-Informação do passado fim-de-semana que tive oportunidade de assistir na RTN e que o meu amigo Miguel Amaral me fez chegar por email.

Vejam e divulguem junto dos amigos porque vale a pena!

15.12.08

À Conversa com Alexandre Rosa

PROGRAMA 12 - ANO 2

Destaques:

* A transição presidencial nos Estados Unidos de George Bush para Barack Obama
* Os últimos desenvolvimentos da crise económica nacional e internacional
* A situação no sector da Educação
* Avaliação dos últimos 8 dias no Litoral Alentejano
* Os 100 anos de Manoel de Oliveira


"À Conversa com Alexandre Rosa", ano 2, emissão nº 12 transmitida no dia 12/12/2008

12.12.08

Quem faz 39 quer fazer mais 100

Manuel de Oliveira, o realizador de Aniki-Bobó (1942), chegou aos 100 anos numa forma física incrível. Eu atinjo, hoje, a meta dos 39 e prefiro os 39 aos 100.

No ano do meu nascimento (1969), o Homem chegou à Lua, o Belenenses foi menos roubado, as telenovelas não passavam na televisão, o meu filho ainda não tinha nascido, o rock português gatinhava e também estava frio por esta altura - conforme se pode constatar pela imprensa da época.

Os bebés em 1969 também eram bonitos!

Em 1969 já existia comunicação social!

Vale a pena clicar para ler.

10.12.08

Chamem a polícia

A diferença entre o erro humano e a intenção propositada de prejudicar um clube de futebol é de difícil fronteira, pois, existirá sempre a dúvida se essa falha foi mesmo intencional ou resultado de um erro involuntário. Quando estamos na presença de erro devemos assumir que a lei das probabilidades será respeitada e que a tendência, ao longo de 90 minutos, será de enganos equilibrados para as duas equipas em confronto.

Quanto tal não sucede e a equipa prejudicada é sempre a mesma, difícil será acreditar que a razão aleatória do erro suceda sempre para o mesmo lado. A científica lei das probabilidades assim o contesta e o bom senso também o contradiz.

Sendo o futebol um jogo exigente e com elevada competitividade, acaba por ser habitual a existência de erros. Também é habitual que os clubes reclamem quando se sentem injustiçados e recorram às instâncias desportivas da Liga ou da Federação, consoante a competição em causa.

Vem esta introdução a propósito de algumas arbitragens que têm calhado ao Clube de Futebol “Os Belenenses” ao longo deste campeonato. Os jogos na Amadora e no Funchal mostraram, a todo o país, árbitros que erraram sempre para um mesmo lado e sempre através de erros escandalosos que tiveram consequência directa no resultado final.

Ao verificarmos estas ocorrências podemos questionar a falha involuntária. E passamos a ter toda a legitimidade para interrogar se estamos na presença de algo mais sério, que ultrapasse a justiça desportiva. O facto de situações tão bizarras como as verificadas na Amadora ou no Funchal acontecerem num desporto que movimenta largos milhões de euros já é, suficientemente, grave; porém, a gravidade aumenta quando se sabe que o Belenenses vive momento financeiro, particularmente, complicado e que a descida de divisão poderá ter consequências explosivas na sobrevivência da colectividade. Ora, sabendo-se que os terrenos que o clube possui no Restelo são uma verdadeira mina de diamantes, uma oportunidade de negócio de dimensões gigantescas, não é mera teoria da conspiração questionar se não existem elevados interesses num cenário que conduza à extinção do Belenenses. Na verdade, ao longo dos últimos anos, diversas têm sido as tentativas, fracassadas, do clube poder rentabilizar o seu milionário património. Todavia, num dia em que o Belenenses encerre, alguém crê que aqueles terrenos sejam preservados para a prática desportiva?

Quanto às ocorrências recentes, parece-me que uma denúncia para possível investigação criminal seria o mais sensato porque conversas inconsequentes com quem faz parte do problema não nos levarão a lado nenhum. Atente-se nas declarações de António Sérgio, presidente da APAF, o qual – sem investigar, rigorosamente, nada – afirma não existir qualquer perseguição dos árbitros. Deviam ser as próprias pessoas sérias, que acredito que ainda existam no mundo cão da bola, a exigir a intervenção de quem de direito. Erros graves deviam motivar penalizações desportivas e erros deliberados deviam ser penalizados em tribunal. Se um árbitro não erra mas, deliberadamente, prejudica um clube, isso não é desporto, mas um caso de polícia.

9.12.08

k2o3 - um case study

Quando uma canção com mais de 10 anos voa e é conhecida no meio dos adolescentes de 2008 é porque algo de muito importante foi concebido. A "Vaquinha" é um sucesso, que aquando da sua edição nunca o chegou a ser, junto do designado "grande público", mas, que teima em se transformar num êxito alternativo, a qual, num destes dias, ainda sobe a escada mainstream. A prova de que os k2o3 são uns ilustres desconhecidos cheios de fãs espalhados por Portugal chega-nos das diversas descobertas que se vão fazendo no YouTube.

Ora cá ficam três exemplos lapidares:

Uma "Vaquinha" acústica:


Uma "Vaquinha" urbana:


Uma "Vaquinha" com outra guitarra ritmo:

7.12.08

Revolta e k2o3 no InLiveCaffé

Os músicos fora do palco e o público em plena celebração.






k2o3 em acção

O concerto de k2o3 no InLiveCaffé (Moita) provou que estamos na presença de um caso que nunca foi a brincar, mas, que poderia ser bastante sério. A indústria musical portuguesa nunca teve consciência plena da importância desta rapaziada no seio do punk-rock lusitano. Aguentar mais de uma hora, com toda a gente a cantar os temas, não está ao alcance de qualquer grupo, sobretudo, quando somente têm editados dois álbuns - o terceiro está a ter um parto lento e vagaroso, mas, será certamente, mais um sucesso popular tal a expectativa que está a gerar no underground luso.

Ulisses, Mini, Chaves e Ivan em plena actuação no InLiveCaffé.



k2o3 em aquecimento

Ivan, Mini e Chaves em aquecimento antes do concerto. Vida de músico não é fácil...