24.3.07

Genuinamente português

O Belenenses apresentou ontem, dia 23 de Março, a sua nova estratégia de comunicação. Esta é uma amostra que ilustra a nova ambição do clube ao juntar a epopeia dos Descobrimentos ao eterno sonho azul.
Após 40 anos de adormecimento profundo estará a acordar o clube genuinamente português?
Clicar para mais detalhes.

23.3.07

Um Mandato Agitado

João Pela e Luís Silva do ÓConheci João Pela – responsável do blogue "Futuro Belenenses" – na penúltima Assembleia Geral do Clube de Futebol "Os Belenenses" e voltámos a encontrarmo-nos na festa de lançamento do livro escrito por Fernando Correia e dedicado a Matateu. Dono de uma acutilância invulgar, consegue ser incrivelmente mordaz, detendo uma capacidade argumentativa invulgar. Na semana passada, recebi um email a desafiar-me para que escrevesse um texto de balanço a respeito do mandato de Cabral Ferreira, presidente do clube da Cruz de Cristo, que se encontra a chegar ao fim. Tentei responder afirmativamente a este desafio e daí resultou o seguinte texto hoje publicado no blogue "Futuro Belenenses".
Ao João Pela, um abraço e as minhas felicitações pelo excelente blogue que mantém.


Texto publicado no blogue "Futuro Belenenses":

A minha paciência com quem gosta de colocar rótulos em cima de pessoas que, somente, ousam expressar as suas opiniões materialmente desinteressadas é manifestamente reduzida. Tão reduzida como o tempo de que disponho para discussões pueris, improdutivas e sem sentido. Ao receber o convite do amigo João Pela para emitir uma opinião, em jeito de balanço, a respeito deste mandato, oscilei entre a recusa baseada no pragmatismo do pouco tempo livre de que disponho e a tentação de jogar cá para fora qualquer coisa que, inevitavelmente, vai ser sinónimo de rótulo…

Mesmo antes de tentar dizer alguma coisa de jeito, terei de assumir já ter sido um adepto azul mais doente. Enquanto criança e adolescente, sofria do vício profundo que atinge a maioria dos nossos cada vez menos associados de sangue azul da cruz de Cristo. Para cúmulo da paciência dos meus familiares e amigos, até autocolantes desenhei para colocar ao peito de toda a gente que apareceu na festa do meu 12º aniversário: "Obrigado pelos parabéns e como cá estás toma lá este autocolante".

Os anos foram voando, os jogos passaram a ser em horários impróprios para deslocações ao Restelo e outras prioridades foram-se estabelecendo. Pelo meio, aterrei, em mau momento, na outrora famosa ML do Belenenses, numa época de confrarias alentejanas e de lá saí sem saudades. Regressei com maior assiduidade a Belém no momento em que descemos (mas não descemos) de divisão. Género "toque a rebate", senti que não podia ficar mais tempo afastado e, finalmente, tornei-me associado (no passado foram várias as tentativas e os falhanços de quem estava a 150 km. de distância e se via confrontado com um carente serviço de relações públicas). A propósito, campanhas de novos associados precisam-se.

Antes do caso Mateus, do presidente do clube apenas sabia o nome, pois não compro e tampouco leio, jornais desportivos dedicados a Benfica, Porto e Sporting.
Que a situação económica e financeira é má, que a época desportiva anterior foi catastrófica, que o clube permanece a perder associados ou que nada de estruturante foi executado, já toda a gente sabe e nem vale a pena perder tempo com balanços. Porém, durante o caso Mateus e na actual época futebolística, apreciei a actuação do presidente.
Na minha óptica, é importante, este ano, ganharmos a Taça de Portugal e irmos à UEFA ficando no melhor lugar possível no campeonato. Porém, ficaria muito mais confiante no futuro do clube se visse passos em frente na construção de um projecto estruturante. A componente imobiliária, a expansão para o concelho vizinho, a parceria com um grande clube europeu (temos laços históricos com o Real Madrid que urge potenciar), a recuperação das Salésias e do complexo desportivo, o repensar do Bingo, a formação e prospecção de novos talentos, a aposta no marketing, imagem e modernidade, o profissionalismo, etc., etc.
Não quero com isto, jamais, dizer que as conquistas do futebol não são importantes. São tão importantes que se bem aproveitadas poderão acelerar (bastante) o nosso crescimento.

O meu balanço final não será do agrado da linha de pensamento maioritária na blogosfera azul e que crucifica Cabral Ferreira, género vilão responsável por não sermos campeões nacionais desde 1946 (com todo o respeito, o titulo da 2ª Divisão não conta para as minhas estatísticas). Tive oportunidade de o conhecer em rápidos momentos e não poderei acrescentar mais nada ao que toda a gente reconhece acerca da sua simpatia e cordialidade. Antes do caso Mateus, a avaliação seria negativa. Todavia, após essa altura, parece ter existido um bom trabalho na gestão do dia-a-dia e nas opções da nossa equipa de futebol. Os resultados, até ao momento, são uma surpresa, a equipa joga à bola como não se via desde os velhos tempos de Marinho Peres e Jorge Jesus é, em si mesmo, uma revolução crescente e que se deve saber aproveitar.
Seja como for, eu não irei votar. Não porque não queira ou por ter quotas em atraso, mas porque os Estatutos não me atribuem esse direito. Sou associado recente e quiçá perigoso.
Enquanto nos mantivermos preocupados com o acessório, dificilmente chegaremos ao essencial. Mesmo assim, continuo a acreditar que o nosso futuro pode (se quisermos) ser bem azul.




PS: Este foi o meu balanço possível. A respeito das eleições que se aproximam, apreciei o projecto que pude ler da autoria da candidatura de Gouveia da Veiga e, ainda sem conhecer nem nomes ou projecto, considero muito improvável que a vitória fuja a Cabral Ferreira.

PS2: Já depois de ter "fechado" este texto, surgiram novos dados positivos para o actual presidente azul. A entrevista de Cabral Ferreira ao jornal "A Bola" e o anúncio da parceria com o Real Madrid – facto importante que interessa conhecer em detalhe.

19.3.07

Banco de Ensaio nº 18
John Mellencamp - Freedom's Road

John Mellencamp - Freedom's RoadJohn Mellencamp regressa com um grande disco em 2007. Todos aqueles que conheceram este músico nos idos anos 80, têm em “Freedom's Road” uma excelente surpresa, certamente o melhor disco de Mellencamp desde 1993. Constituído por temas muito fortes, este novo trabalho merecia uma melhor divulgação no éter nacional.

Como creio ter escrito algures, eu comecei a apreciar a música anglo-saxónica em criança. Tive a felicidade de ter na família uma pessoa que estava uns bons anos à frente do País e que me banhava musicalmente aquando das minhas deslocações à Rua do Cruzeiro em Lisboa. Ela jovem e eu ainda criança. Na verdade, em vez de escutar o “Jardim da Celeste” era brindado com as mais recentes edições ou com o melhor do rock'n'roll. Belos tempos e excelentes recordações que transporto desses dias. Ao longo dos anos a Ana esteve sempre presente no meu percurso como balança aferidora ou como conselheira (hoje seria consultora) e na verdade ainda hoje me continua a brindar com os seus comentários a respeito de coisas como o “Banco de Ensaio”. Conforme antigamente era mais frequente, ser crítico de música em Portugal devia ser sinónimo de conhecimento profundo da história da música do mundo. Só dessa forma se consegue emitir opinião válida e justa a respeito do trabalho de um artista. Regressando a John Mellencamp, eu gostaria de ser o autor e de ter utilizado no espaço, o pequeno texto que recebi e que aqui reproduzo, com o devido agradecimento e pedido de desculpas à minha prima Ana Luísa do Ó pela sua divulgação pública.

“"This land is your land, this land is my land,
from California, to the New York Island,
from the Redwood Forest, to the Gulf Stream Waters,
this land was made for you and me."
Foi escrito e cantado por Woody Guthrie, em 1940.
Em 2007, John Mellencamp canta "Our Country".
67 anos depois, goste-se ou não, que é como quem diz, ame-se ou odeie-se, os EUA continuam a ser a terra das oportunidades, a terra onde se pode conseguir qualquer coisa mais facilmente, desde que haja vontade e garra, e onde, apesar de tudo, ainda se vai caminhando pela Estrada da Liberdade.”



Banco de ensaio nº 18 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 17/03/2007

Site: www.mellencamp.com

Para adquirir “Freedom's Road”:


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11.3.07

Banco de Ensaio nº 17
UHF – Canções Prometidas (raridades volume 1)

UHF – Canções Prometidas - Raridades volume 1Desde há muitos anos que se fala dos inéditos e das canções “esquecidas” no fundo do baú dos pioneiros rock lusitanos UHF. A isto acresce a ausência em formato CD da maioria dos álbuns editados por este grupo e algum ostracismo a que o seu importante trabalho foi remetido. Mesmo aqueles que nunca simpatizaram com a música personalizada dos UHF reconhecem o mérito pioneiro de 1980, a atitude rock de António Manuel Ribeiro no então incipiente panorama musical português e a perseverança com que este homem ultrapassou problemas gravíssimos sem que colocasse publicamente em causa a continuidade do projecto. Foram várias as cisões internas, os problemas com diversos tipos de dependências (álcool e drogas) e, durante a década de 80, António Manuel Ribeiro coleccionou cicatrizes e graves acidentes de automóvel que o chegaram a deixar às portas da morte.
Tivesse ele morrido num desses momentos e seria, hoje, o mito maior do rock português… Felizmente, permanece vivo mesmo que a chama dos UHF tenha vindo a ser consumida por responsabilidade própria ou alheia. Os inimigos coleccionados em anos de frontalidade desregrada, num meio tão pequeno como o nosso, têm sempre inevitáveis consequências mediáticas.
O álbum “Canções prometidas” mostra-nos parte do espólio de raridades que António Manuel Ribeiro tem mantido secreto. Apesar de conhecer algumas destas pérolas inéditas (ser amigo de longa data do António tem destas vantagens), desconhecia a maioria dos temas deste CD. Mesmo tendo consciência de que esta seria sempre uma edição histórica – porquanto única no nosso panorama –, acabei por ficar desarmado à medida que fui escutando o trabalho. Além de um disco histórico, estamos na presença de um dos melhores e mais bem conseguidos álbuns da carreira dos UHF. Temos canções inéditas de 1979 que podiam ter integrado o “À Flor da Pele”, mas temos também potenciais sucessos gravados em 2005 e não incluídos no “Há Rock no Caís”. A canção que mostro no Banco, de 2001, é um bom exemplo da agradável surpresa de “Canções prometidas”.
E este é somente o primeiro volume de um conjunto de três…


Banco de ensaio nº 17 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 10/03/2007

Site: www.uhfrock.com

Para adquirir “Canções Prometidas”:
Os pedidos de envio da 1ª edição que inclui uma faixa escondida poderão ser realizados através do endereço aiemera-lda@sapo.pt, mantendo-se o preço do lançamento de 11 Euros acrescido de 2,30 Euros para despesas de envio por correio registado. A edição regular será colocada à venda nas lojas dentro de 3 semanas.

5.3.07

Banco de Ensaio nº 16
Dustin Kensrue - Please Come Home

Dustin Kensrue - Please Come HomeQuando um líder de um grupo projecta um disco a solo existe sempre o risco de não conseguir descolar da sonoridade a que nos habituou ou de simplesmente desiludir.
No caso do líder da banda de pós-hardcore Thrice nenhum desses receios se confirma. “Please Come Home” começou a ser preparado em meados de 2004 tendo alguns temas sido divulgados no myspace na Primavera de 2005.


Banco de ensaio nº 16 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 03/03/2007

Site: www.dustinkensrue.com

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28.2.07

Raridades em disco

UHF em 1993 nos tempos de Santa Loucura. Fernando Pinho, Rui Dias, Renato Jr, António Manuel Ribeiro e eu próprio. Todos bem mais novinhos...O momento é histórico para amigos e admiradores do trabalho da mais determinante banda do rock português surgida aquando do boom de 1980.
Brevemente vai estar disponível no mercado um primeiro volume de raridades dos UHF e são bastantes os pontos de interesse. É natural que o apetite seja superior por canções da época inicial dos UHF e de um período que se prolongou até à edição do álbum ao vivo "Julho, 13" (1990). Porém, não deixa de ser curioso que outros dois momentos altos sejam a versão acústica da "Lágrima" (2004) e um inédito, "Canção de Roubar o Amor" (2005), que poderia ser o hit de um futuro trabalho de originais!

Os UHF na noite do Coliseu de Lisboa em 2006.A propósito de notícias sobre a actualidade dos UHF escrevi um pequeno texto no Canal Maldito, do qual transcrevo a parte que se relaciona com o referido disco de raridades:

Não será este o post correcto para analisar o alinhamento e a oportunidade da edição, mas não resisto a louvar a iniciativa, destacando, como principal curiosidade, o tema inédito da dupla AMR/Carlos Peres ("Deste lado do rio"), assim como a versão (?) desconhecida de "Estou de Passagem", ambas gravadas em 1979.
Sublinho, ainda, o destapar da versão longa de "Nove Anos" (a letra completa já tinha sido incluída no single "Na tua cama"/"Nove anos") e a versão de "Jorge Morreu" (1982) realizada em época muito alta da carreira dos UHF.
Motivo de regozijo, ainda, para a inclusão da música gravada ao vivo em 13 de Julho de 1990, "Geraldine", a qual, apesar de estar verdadeiramente diabólica, não havia sido seleccionada para o alinhamento do disco ao vivo "Julho, 13".
Em todos os discos dos UHF existe o designado "tema forte" e neste - o mais forte - chama-se "Canção de Roubar o Amor".



Nota: A primeira fotografia deste post foi tirada no stand da associação Procris no decurso de uma Feira/Festa da Juventude em Santiago do Cacém (1993). Os UHF estiveram lá a dar autógrafos no nosso stand e ainda houve oportunidade de estrear nacionalmente na Antena Miróbriga temas tão marcantes como "Sarajevo" ou "Menina estás à Janela". A segunda fotografia, já divulgada neste blogue, foi tirada após o espectáculo dos UHF no Coliseu de Lisboa em 2006.

26.2.07

Banco de Ensaio nº 15
The Broken West - I Can't Go On, I'll Go On

The Broken West - I Can't Go On, I'll Go OnO “Banco de ensaio” tem, desde o seu início, procurado mostrar novos álbuns que me pareçam interessantes e dignos de registo.
Em muitos casos, tenho vacilado entre mostrar nomes prestigiados ou outros praticamente desconhecidos, tendo a balança pendido, normalmente, para esse segundo grupo. Ao longo destas 15 semanas de “Banco”, já tive de optar por deixar na prateleira alguns espaços gravados e concluídos. Por exemplo, “The Information” de Beck, “Ta-Dah” dos Scissor Sisters e “Concrete” dos Pet Shop Boys foram alvo de edição completa e acabaram por ficar do lado de fora dos trabalhos divulgados. Qualquer um destes 3 álbuns figura na esmagadora maioria das listas de melhores discos de 2006 e seriam, com certeza, bons momentos para o comum ouvinte do programa Atlântico da Antena Miróbriga. Porém, na realidade, quando me confronto com um nome credenciado e outro menos conhecido poderei hesitar bastante, mas sei que tomarei a decisão de mostrar o menos credenciado.
Esta semana isso, também, sucedeu e acabei por preferir mostrar “I Can’t Go On, I’ll Go On”, o disco de estreia dos The Broken West, uma banda rock repleta de energia e que nos consegue deixar bem dispostos. Pessoalmente, não espero que esta banda venha a produzir, no futuro, um disco inovador e que se torne mundialmente relevante. Todavia, num momento em que sofremos semanalmente com um Top de vendas nacional carregado de música de supermercado, soube-me muito bem escutar um CD como este. Se não conhecem este grupo, perceberão após escutarem o tema que escolhi, “Down In The Valley”.


Banco de ensaio nº 15 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 24/02/2007

Site: www.thebrokenwest.com

24.2.07

Música Sacra em Alvito

Caminha para o final o excelente 3º Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo.

Próximos concertos:
Alvito - 3 de Março
Santiago do Cacém - 24 de Março


18.2.07

Banco de Ensaio nº 14
The Holmes Brothers - State Of Grace

The Holmes Brothers - State Of GraceDesde o lançamento do primeiro álbum, “In The Spirit”, em 1990, que os The Holmes Brothers são uma referência na música gospel e blues, marcando presença em festivais de música por esse mundo fora, incluindo actuações em Portugal.


Banco de ensaio nº 14 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 17/02/2007

Clicar para mais informações.

15.2.07

Uma "Revolta" dentro de nós

Recebi, num destes dias, os primeiros 4 temas de um projecto musical liderado pelo meu amigo Toninho (António Côrte-Real), guitarrista dos UHF e filho de António Manuel Ribeiro. Recordo-me do início da sua carreira e de um espectáculo na discoteca Europa, no Caís do Sodré. Ainda antes disso, em 1990 (a 25 de Julho, dia do meu concelho de Santiago do Cacém), lembro-me de o ver dedilhar uma guitarra, enquanto, no escritório dos UHF, eu entrevistava o António Manuel Ribeiro e o Luís Espírito Santo nos fazia companhia. No fim daquele serão de entrevista e de convívio, ainda perguntei ao AMR se podíamos esperar pelo dia em que o filho pertencesse aos UHF. Ele riu-se e respondeu-me que não.
Regressando ao presente, o Toninho cresceu, é um excelente guitarrista e formou o projecto musical que sonha desde há muito.
O grupo chama-se “Revolta” e pratica um punk-rock bastante vigoroso, com letras muitos interventivas e fortemente politizadas. Acompanham o Toninho mais dois amigos, Bruno e Anselmo – antigos companheiros do Ulisses nos Dayoff.
A este propósito, publiquei hoje um pequeno texto no Canal Maldito.


Não existem estilos de música bons e estilos de música maus. O que existe é música da qual gostamos e música que não apreciamos. Porém, é sabido que ao vivo as coisas ganham uma dimensão diferente dos bonitos discos que se vão comprando (no meu caso) ou “gamando pela net” (na esmagadora maioria dos consumidores musicais).
Quantos vezes discos fracos não impedem as bandas de serem grandes ao vivo?
E quantos discos fantásticos não terminam em prestações desoladoras em concerto?
Naturalmente que o melhor é serem simultaneamente excelentes nestas duas abordagens complementares. De entre os diversos estilos musicais, existe um (entre outros) que ganha nova dimensão ao vivo.
A actuação de um bom grupo punk-rock gera uma elevada comunhão com o público, sobretudo se ocorrer num pequeno clube em que os músicos quase se encontram no meio dos espectadores.
A energia, os decibéis, a cerveja, a entrega, as músicas musculadas e, principalmente, as letras fortemente politizadas e interventivas fazem do punk-rock um estilo permanentemente atractivo, mesmo que com épocas menos populares.
Vem tudo isto a propósito do novíssimo projecto de António Côrte-Real (guitarrista dos UHF) que, na companhia dos também experientes Bruno Alves (ex: Porta Voz e Dayoff) e de Anselmo Alves (ex: Lulu Blind e Dayoff), conjuga música carregada de energia com letras repletas de forte crítica social. A paixão de ACR pelo punk e pelos Ramones é do conhecimento público, encontrando-se agora bem patente nos primeiros temas disponibilizados pelo colectivo da Revolta.
Fruto de uma saudável colaboração com este blogue, António Corte-Real facultou-nos “Ter ou não ter” e “Ninguém manda em ti”, dois temas que farão parte do álbum de estreia e que se encontram, a partir de hoje, a rodar no nosso player.
Termino socorrendo-me da opinião expressa por Ulisses (mentor de k2o3 e Dayoff) a respeito do primeiro concerto da Revolta:

“(…) quem foi ao concerto viu um “Power trio” coeso, bem ensaiado e acima de tudo com muita atitude, quer na forma de tocar quer no conteúdo das mensagens explícitas nos mais diversos temas. Directos e sem rodeios, os Revolta descarregaram um rock enérgico e musculado onde desfilaram músicas como “Ninguém manda em ti”, “Bush”, “Eu quero ser”, “Ter ou não ter”, “Estrela”, “Tu”, “Nuclear”, entre outros (…)”


Almada permanece um viveiro de projectos musicais que transportam consigo a determinação de tempos passados.
Hoje, falamos de um grito que se quer no volume máximo de qualquer sistema sonoro… e, de preferência, num palco onde a alta definição se confunda com uma realidade nada virtual. Existe uma “Revolta” que nos garante que ninguém manda em ti.

11.2.07

Banco de Ensaio nº 13
Julie Doiron - Woke Myself Up

Julie Doiron - Woke Myself UpJulie Doiron tem mantido uma carreira constante desde os tempos dos Eric’s Trip. Bem conhecida em Portugal, esta compositora e cantora canadiana tem um novo trabalho chamado “Woke Myself Up”.
Este é mais um álbum preenchido por canções intimistas e melancólicas, em que Julie Doiron volta a tocar com Mark Gaudet, Chris Thompson, e Rick White, pela primeira vez desde “Purple Blue” (1996).
A simplicidade e eficácia pop é uma constante neste “Woke Myself Up”.


Banco de ensaio nº 13 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 10/02/2007

Site: www.juliedoiron.com

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4.2.07

Banco de Ensaio nº 12
Monta - The Brilliant Masses

Monta - The Brilliant MassesMonta é o projecto unipessoal de Tobias Kuhn, músico inglês que foi estudar para a Alemanha e que em 1992 formou a banda de rock alternativo Miles.
Depois do EP “Always Altamont” e do bem sucedido CD, “Where Circles Begin”, Tobias Kuhn lança em 9 de Fevereiro de 2007, o trabalho “The Brilliant Masses” .
Neste álbum encontramos 12 temas construídos tendo por base histórias e vivências pessoais. Melódico e deliciosamente pop este disco é lançado pela sua própria editora, a Labelmate, em parceria com a austríaca Klein Records. Ao contrário de muitos outros trabalhos divulgados no Banco, este álbum tem direito a distribuição em Portugal através da Zona Música – a quem agradecemos o facto de nos terem enviado o CD.

Por uma mera questão organizativa os vídeos encontram-se no blogue do Banco, sendo referenciados directamente nestes textos.


Banco de ensaio nº 12 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 03/02/2007

Site: www.monta.org

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Este CD é distribuído pela Zona Música e encontra-se à venda em Portugal.

29.1.07

Matateu - A emissão

O lançamento do livro de Fernando Correia dedicado a Matateu ocorreu a 24 de Novembro. Da reportagem realizada, resultou uma emissão especial do programa Atlântico da Antena Miróbriga transmitida em 2 de Dezembro de 2006.

A primeira edição do livro esgotou rapidamente e amanhã, sábado, no Restelo, pelas 19 horas, vai estar disponível a segunda edição com nova sessão de autógrafos com a presença do autor Fernando Correia e de Argentina, filha de Matateu.

Com uma vénia de agradecimento ao meu amigo e responsável pelo Atlântico, Bruno Gonçalves Pereira, aqui ficam as duas horas da emissão dedicada ao lançamento do livro.

Neta, Filha e Irmão de Matateu com Fernando Correia e Cabral Ferreira


Programa Atlântico da Antena Miróbriga - 1ª Hora (02/12/2006)


Programa Atlântico da Antena Miróbriga - 2ª Hora (02/12/2006)

28.1.07

Banco de Ensaio nº 11
...And You Will Know Us By The Trail Of Dead - So Divided

...And You Will Know Us By The Trail Of Dead - So DividedOriundos do Texas, os ...And You Will Know Us By The Trail Of Dead desenvolvem rock alternativo e independente, tendo construído uma carreira credível, tanto em estúdio como ao vivo.
Aclamados por público e crítica, o álbum anterior desiludiu e era com certa expectativa que se aguardava por este “So Divided”.


Banco de ensaio nº 11 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 27/01/2007

Site: www.trailofdead.com

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23.1.07

Música Sacra em Beja

O 3º Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo continua a cumprir o seu calendário e a produzir excelentes momentos culturais. A organização deste evento pertence ao muito dinâmico Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e decorre até dia 24 de Março.

Próximos concertos:
Almodôvar - 3 de Fevereiro
Alvito - 3 de Março
Santiago do Cacém - 24 de Março

Também para breve, aguardam-se novidades escaldantes acerca de uma exposição de grande envergadura promovida pelo Departamento e que ligará Santiago do Cacém a Santiago de Compostela.


22.1.07

Banco de Ensaio nº 10
+44 – When Your Heart Stops Beating

+44 – When Your Heart Stops BeatingDa suspensão de actividades dos Blink 182, surgem os projectos Angels and Airwaves de Tom DeLonge e +44 de Mark Hoppus e Travis Barker. Estes últimos lançaram, em Novembro de 2006, o trabalho “When Your Heart Stops Beating”, numa linha musical que segue o percurso lógico do projecto anterior com pop-punk, rock alternativo e uma pitada de electrónica. As canções têm letras de um teor mais pessoal e as músicas possuem uma forte componente melódica.

O “Banco de ensaio”, a partir desta semana, vai começar a inserir vídeos relacionados com os trabalhos que apresenta e que estejam disponíveis no YouTube.


Banco de ensaio nº 10 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 20/01/2007

Site: www.plusfortyfour.com

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14.1.07

Banco de Ensaio nº 09
Pilot Speed – Into the West

Pilot Speed – Into the WestFormados no ano 2000, os Pilate lançaram dois trabalhos de sucesso no Canadá, Japão e Austrália. Fruto desse êxito decidem apostar no mercado americano e mudam o nome do projecto para Pilot Speed, lançando em Setembro de 2006 o seu álbum de estreia “Into the West”.
A banda do neo-zelandês Todd Clark pratica um rock melódico onde é fácil identificar referências sonoras de U2 ou Radiohead.
“Into the West” não tem edição nem distribuição em Portugal e é constituído por canções melancólicas que parecem desenhadas com o fim de nos atingirem directamente no coração.


Banco de ensaio nº 09 transmitido no programa Atlântico da Antena Miróbriga em 13/01/2007

Site: www.pilotspeed.net

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9.1.07

Marcha das importações

O silêncio dos últimos meses tem sido difícil de interromper. O Canal Maldito nasceu com uma equipa pequena, mas acutilante, para debater a música e os seus arredores. Com a ausência de quase todos, a motivação para permanecer a remar - vagamente acompanhado - não tem existido. A verdade é que os grandes debates e as crónicas que motivaram acesas polémicas também nunca me estimularam por aí além, sobretudo pelos problemas que foram causando do lado de fora do monitor. Prefiro recantos mais íntimos e menos expostos, de que são exemplos os meus quase anónimos blogues “O outro lugar” e “Banco de ensaio”.
O encantamento do silêncio tem um mistério muito próprio e nem sempre compreensível.

Deste lado da net e mesmo sem crónicas continuam a existir visitas e visitantes! Foi no que deu este legado de textos que todos os que aqui escrevem ou escreveram deixaram. Ora, se eu estava tão bem num profundo distanciamento porque decidi colocar esta crónica “no ar”?

Num dos últimos meses, o nosso conhecido colega e amigo, Bruno Gonçalves Pereira, convidou-me para assumir um espaço no seu programa Atlântico. Desse desafio saiu o “Banco de ensaio”, através do qual, todas as semanas divulgo um novo álbum.
E não é que voltar a fazer rádio me fez mergulhar não somente nas novidades, mas, também, nos preços dos discos que faço questão de ir adquirindo para o meu espaço?
E não é que tenho tido grandes surpresas ao constatar o preço de lançamento de alguns desses trabalhos?
Deixo-vos pequenos exemplos de algumas das minhas compras através da Amazon:
Badly Drawn Boy - “Born in the U.K.” - € 10,32
Dierks Bentley - “Long Trip Alone” - € 10,89
Nellie McKay - “Pretty Little Head” (CD2) - € 9.60
O que divulgarei no próximo sábado ficou-me em € 4,36!

Naturalmente que estes foram preços de lançamento… a “nice price”. Hoje, são mais caros.
Recuperando escritas antigas, porque motivo não adoptamos um sistema parecido em Portugal?
Sinceramente, não acredito que dê mais gozo descarregar um CD pela net do que ter um disco original nas mãos a preços como aqueles que vos mostrei.
Estes preços promocionais de lançamento não seriam outra alternativa no combate anti-pirataria e no fomento de um top de vendas mais dinâmico e menos cheio daquele tipo de música que não desgruda jamais?


Texto publicado no blogue Canal Maldito

8.1.07

Fim de semana = Descanso?

Os fins-de-semana são usualmente sinónimo de descanso, passeio, convívio e demais sorrisos próprios de domingo de Reis. A propósito, o "Bolo Rainha" da pastelaria Évian em Benfica é claramente recomendável.

Regressando ao fim-de-semana. O meu foi dedicado a trabalhar arduamente no espaço "Banco de Ensaio" (sábado) e em trabalho pendente que quis adiantar no sossego do lar (domingo). Um documento extenso quase concluído e três sessões do "Banco" gravadas e fechadas são um bom balanço de dois dias de "descanso".

Aproveito para manifestar simpatia pelo sucesso de ontem do meu antigo vizinho de quando habitava no Alto de Santo Amaro. Refiro-me ao Atlético Clube de Portugal que foi o "tomba gigantes" nesta eliminatória da Taça, derrubando um Futebol Clube do Porto que não valorizou o adversário apresentando-se com muitos reservistas. A vitória do Atlético nas Antas merece um forte aplauso a fazer reviver tempos gloriosos do passado da equipa da Tapadinha. E, naturalmente, um sorriso maior pela vitória do meu Belém em Paredes. Jesus, ao contrário de Jesualdo, não facilitou e apresentou a equipa na máxima força. Foi inteligente porque mesmo assim foi necessário prolongamento.

Uma boa semana de trabalho para todos.

4.1.07

Sem comentários

“Acusados de burla no caso Ruben: Os pais de Ruben Cunha, o menino que morreu electrocutado num semáforo de Lisboa em 1997, processaram a sua primeira equipa de advogados: António Pinto Pereira e João Perry da Câmara, vice-presidente da Ordem dos Advogados, por duplicarem honorários. Uma perícia pedida pelo tribunal confirmou esta acusação.”
in Revista Sábado de 4 de Janeiro


Durante anos carreguei no fatídico botão deste semáforo que fica situado entre a Faculdade de Ciências e o Caleidoscópio. O mesmo que foi fatal para o pequeno Ruben. Nunca mais, desde 1997, voltei a carregar em qualquer botão de semáforos.

Dado o teor insólito da notícia que aqui transcrevi, creio que a mesma não carece de comentários. Cada um de vós que faça o seu juízo…