30.1.09

Xutos contam novas estórias

Desde o velhinho com 88 anos até ao miúdo da escola primária toda a gente adora Xutos. A reacção é de tal forma unânime que cada vez que falamos de Xutos poderíamos falar da Selecção Nacional ou de Timor.
Os primeiros anos de vida da banda não foram nada fáceis. Ao contrário de fenómenos como Taxi, Rui Veloso, UHF ou Heróis do Mar, os Xutos demoraram 8 anos para conseguirem convencer uma multinacional da sua capacidade comercial.

Os Xutos são actualmente uma máquina fantasticamente oleada. Toda a estrutura que os envolve garante um funcionamento digno de uma empresa de grande dimensão. A popularidade é de tal ordem que existem presidentes de Câmara que acham que os seus concelhos só ficam no mapa depois do grupo lá tocar. Serão poucos – ou nenhuns – os concelhos que não estão no GPS dos Xutos.

Para este ano de festa, que vai culminar no Estádio do Restelo (onde espero estar presente), os Xutos prepararam muitas surpresas, incluindo um novo site mais profissional, mais bonito, mais atraente. E no meio deste passo em frente foi apresentada uma nova “biografia oficial”, muito melhor redigida e com um ênfase digno de um grande grupo. As referências a nomes míticos do rock português como UHF (de quem fizeram a primeira parte no Laranjeiro), Minas & Armadilhas ou Aqui d’el Rock desapareceram para dar lugar a um texto mais cativante e digno de estrelas do rock and roll. Naturalmente que se mantém o destaque dado à abertura feita para Wilko Johnson. Não será certamente por ser um nome estrangeiro, mas, por ser uma referência da música nesse ano de 80.

Durante quase 3 décadas foi considerado relevante aquela primeira parte no Laranjeiro. Agora, em 2009, admitir que houve um tempo em que os Xutos foram mais pequenos do que os UHF não faria sentido. Não me refiro à História, mas às estórias que fazem as lendas e os mitos da geração chiclete onde habitamos.

Neste universo de marketing não ligo muito aos penteados. O realmente importante é o conteúdo dos discos. Tudo o mais é uma dança que não me interessa.

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