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28.1.09

Banco de Ensaio nº 70
Ingrid Michaelson – Be Ok

Ingrid Michaelson nasceu em 1979 e é uma cantora e compositora nova-iorquina que se tem tornado conhecida por ter músicas suas em séries de televisão como Grey's Anatomy e One Tree Hill.
Além de ser o seu segundo álbum, "Be Ok" é um projecto de beneficência em prol da luta contra o cancro e inclui temas gravados ao vivo, com versões de clássicos e canções originais. Ingrid Michaelson é considerada uma das principais promessas dentro da música independente norte-americana e o single "Be Ok" é um bom exemplo das suas potencialidades comerciais.


Banco de ensaio nº 70 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 24/01/2009

Ingrid_Michaelson - Be Ok:

25.1.09

Banco de Ensaio nº 69
Jon McLaughlin – OK Now

O segundo trabalho de Jon McLaughlin é preenchido por temas fortes e melódicos numa linha pop contemporânea.
As influências não deixam margem para quaisquer dúvidas e reconhecem-se traços de Elton John ou Ben Folds.
“Ok Now” foi editado em Outubro de 2008 e promete ser um marco na sua carreira.


Banco de ensaio nº 69 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 17/01/2009

Jon McLaughlin - Beating My Heart (Live at 94.5 PST 7-08)

10.1.09

UHF - A reportagem dos 30 anos

Foi hoje transmitido no Atlântico, da Miróbriga, uma emissão especial sobre os 30 anos de carreira dos UHF. Este especial incluiu uma reportagem realizada na noite de 20 de Dezembro de 2008, na Academia Almadense. Para quem não escutou ou para quem queira voltar a ouvir, disponibilizo a reportagem integral com duração de 50 minutos.

Clicar para escutar a reportagem.

Em alternativa pode fazer o download do ficheiro para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.

Última hora: Como consequência dos inúmeros emails recebidos pelo Atlântico, Bruno Gonçalves Pereira decidiu disponibilizar, para download, a totalidade desta emissão especial de 2 horas. Para obter o programa basta ir ao blogue do Atlântico no espaço dos próximos 8 dias.







Fotografias da autoria de Francisco Rosário.

Esta reportagem foi possível graças à colaboração de:
António Côrte-Real (UHF)
António Manuel Ribeiro (UHF)
Carlos Teixeira (Fonzie)
Cristina Loureiro
Fernando Rodrigues (UHF)
Francisco Rosário
Henrique Salgado
Ivan Cristiano (UHF)
Jaime Pessoa
João Flamino
João Quintela (produtor do espectáculo)
Miguel Ângelo (Delfins)
Nuno Chanoca (assessoria de imprensa)
Renato Gomes (co-fundador UHF)
Tozé Morais (músico convidado: gaita de foles e harmónica)

Um muito obrigado a todos eles e um abraço especial a Bruno Gonçalves Pereira - ao amigo e ao grande profissional de rádio - que aceitou o desafio de transmitir a única reportagem rádio realizada na noite de festa dos 30 anos dos UHF.

7.1.09

Atlântico - Especial 30 anos de UHF

O Atlântico vai transmitir entre as 19h00 e as 21h00 do próximo sábado um especial sobre os 30 anos de carreira dos UHF. Este especial inclui uma reportagem realizada na noite de 20 de Dezembro na Academia Almadense. A não perder este programa da responsabilidade de Bruno Gonçalves Pereira.



Clicar aqui para escutar a emissão em directo.

1.1.09

Banco de Ensaio nº 68
Frida Hyvonen - Silence Is Wild

Frida Hyvönen é uma pianista sueca com um talento ímpar e eu devo ser o maior consumidor dos seus discos neste rectângulo chamado Portugal. Após o CD “Until Death Comes”, de que falei no BdE 05 (18/11/2006), este recente “Silence Is Wild” mantém a chama em alta e confirma todos os predicados positivos do álbum de estreia. Frida é uma excelente artista para descobrir no novo ano de 2009. A propósito... um excelente ano para todos!


Banco de ensaio nº 68 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 27/12/2008

Frida Hyvönen - London (ao vivo em Malmö, Nov/08, registo amador):

22.12.08

Banco de Ensaio nº 67
André Sarbib - This It It!

Existem amores à primeira vista e existem discos que nos conquistam desde o primeiro momento. O terceiro álbum de André Sarbib, “This Is It”, é um trabalho que nos faz sonhar mesmo quando estamos, em plena hora de ponta, na confusão apocalíptica do trânsito lisboeta. Navegando por sonoridades jazz, André Sarbib interrompeu um silêncio discográfico de 15 anos e ousou juntar a sua poderosa voz a onze temas de grande fôlego, sendo cinco deles da sua autoria. Além de aconselhar a audição deste CD – que considero um dos melhores registos jazz gravados no nosso país – deixo, a todos, a sugestão de se deslocarem à Casa da Música do Porto no próximo dia 16 de Janeiro de 2009. André Sarbib e os músicos que o acompanham prometem uma noite de jazz inesquecível.


Banco de ensaio nº 67 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 20/12/2008

André Sarbib - La Valse Des Lilás:

17.12.08

Banco de Ensaio nº 66
Greg Camp - Defektor

O álbum de estreia do ex: Smash Mouth, Greg Camp, “Defektor”, editado em Setembro de 2008, vem carregado de energia new wave.







Banco de ensaio nº 66 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 13/12/2008

3.12.08

Banco de Ensaio nº 65
Jenny Lewis – Acid Tongue

O segundo álbum a solo de Jenny Lewis, editado em Setembro de 2008, eleva a fasquia e ultrapassa as excelentes referências passadas. Esta cantora e compositora já com 10 anos de carreira, navega por sonoridades country e rock alternativo. Em “Acid Tongue” abusou da inspiração e chamou vários amigos para perto de si. Elvis Costello é um desses amigos e é ele que surge em “Carpetbaggers”.


Banco de ensaio nº 65 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 29/11/2008

Jenny Lewis & Elvis Costello - Carpetbaggers (ao vivo):

25.11.08

Banco de Ensaio - Edição Especial
João Gil - A entrevista

No dia 14 de Novembro entrevistei João Gil e troquei uma pequena conversa com João Campos - a voz deste novo projecto a solo de Gil.
Estas conversas foram transmitidas numa edição especial do BdE, no passado sábado, no Atlântico da Miróbriga .

Entrevista a João Gil:


Entrevista a João Campos:


Promocional ao programa Atlântico:

18.11.08

Banco de Ensaio nº 64
João Gil – João Gil

Com mais de 30 anos de carreira, João Gil é um dos mais importantes compositores portugueses, tendo deixado marcas visíveis em projectos tão marcantes como Ala dos Namorados ou Trovante. Após uma primeira experiência a solo, em 2001, aquando dos seus 25 anos de carreira, Gil assume a sua própria libertação ao assinar um inédito álbum de originais em nome próprio. Este projecto musical pode ser apreciado na próxima sexta-feira, dia 21 de Novembro, no Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra.


Banco de ensaio nº 64 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 15/11/2008

João Gil explica o novo trabalho:

12.11.08

Banco de Ensaio nº 63
Juliana Hatfield – How to Walk Away

Após a sua saída do trio pop “The Blake Babies”, Juliana Hatfield iniciou uma promissora carreira a solo que rapidamente se transformou numa cruzada independente e solitária. 3 anos depois de “Made in China”, foi editado em 19 de Agosto de 2008 o novíssimo “How to Walk Away”, um disco, quase, autobiográfico.
“The Lonely Love” é um sucesso comercial em potência.


Banco de ensaio nº 63 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 08/11/2008

Juliana Hatfield explica "How to Walk Away":


Juliana Hatfield - “The Lonely Love”

5.11.08

Banco de Ensaio nº 62
Okkervil River - The Stand Ins

Letras negras e profundas numa fusão perfeita com um som forte e caoticamente visionário. “The Stand-Ins” foi editado em 9 de Setembro de 2008 e é a segunda parte das sessões de estúdio que originaram “The Stage Names”.



Banco de ensaio nº 62 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 01/11/2008

Okkervil River explicam "The Stand Ins":

29.10.08

Banco de Ensaio nº 61
Dar Williams - Promised Land

Esta semana ficou marcada pelo arranque de uma nova temporada do "Banco de Ensaio" no Atlântico. Mais uma incursão minha no jornalismo de divulgação musical após uma primeira temporada com 60 edições ao longo de dois anos. Como disse na semana passada ao Bruno Gonçalves Pereira, ficarei satisfeito com uma nova colheita de 30 BdE.
Mas, vamos ao disco deste arranque.
15 anos após a sua estreia com "The Honesty Room", "Promised Land" é já o sétimo álbum de estúdio de Dar Williams. Dona de uma escrita que tem sido comparada a Joni Mitchell e a Joan Baez, encontrou no folk alternativo o seu porto de abrigo e tem deixado marcas nos States.


Banco de ensaio nº 61 transmitido no programa Atlântico da Miróbriga em 25/10/2008

Dar Williams no YouTube:
http://www.youtube.com/user/darwilliamsmusic

Dar Williams explica "Promised Land":

20.10.08

Novamente no Atlântico da Miróbriga

BANCO DE ENSAIO - SEGUNDA TEMPORADA
O REGRESSO NO PRÓXIMO SÁBADO

Para apresentar a segunda temporada do BdE estive este fim-de-semana no Atlântico à conversa com Bruno Gonçalves Pereira.
Santiago do Cacém, Sines, Odemira, Grândola e Alcácer do Sal irão continuar a conhecer grandes sucessos internacionais com meses de antecedência?
O meu objectivo, quando escolho os álbuns, é de somente mostrar trabalhos de qualidade e que possam agradar ao auditório, porém, se voltar a acertar em sucessos futuros não irei ficar triste! Nesta vertente comunicacional e noutras matérias, só lamento que as mais-valias regionais não sejam aproveitadas por quem de direito. De que vale a nossa região ter personalidades com imenso valor profissional se, depois, muitas delas são ostracizadas?
Bruno Gonçalves Pereira, que se encontra na RTP e que já passou pelos grupos Renascença e MediaCapital, é um bom exemplo desta ausência de visão regional.

Uma referência final para uma novidade do Atlântico.
A partir desta semana está disponível a emissão integral do programa no blogue do Atlântico. A não perder!


Apresentação do BdE no programa Atlântico de 18/10/2008

13.10.08

BdE - 2ª temporada

Em breve no Atlântico!



DISCOS DA PRIMEIRA TEMPORADA:

1. The Decemberists - The Crane Wife (21/10/2006)
2. Enigma - A Posteriori (28/10/2006)
3. Chantal Kreviazuk - Ghost Stories (04/11/2006)
4. Badly Drawn Boy - Born in the U.K. (11/11/2006)
5. Frida Hyvönen - Until Death Comes (18/11/2006)
6. My Chemical Romance – The Black Parade (25/11/2006)
7. Dierks Bentley – Long Trip Alone (09/12/2006)
8. Nellie McKay – Pretty Little Head (16/12/2006)
9. Pilot Speed – Into the West (13/01/2007)
10. +44 – When Your Heart Stops Beating (20/01/2007)
11. ...And You Will Know Us By The Trail Of Dead - So Divided (27/01/2007)
12. Monta - The Brilliant Masses (03/02/2007)
13. Julie Doiron - Woke Myself Up (10/02/2007)
14. The Holmes Brothers - State Of Grace (17/02/2007)
15. The Broken West - I Can't Go On, I'll Go On (24/02/2007)
16. Dustin Kensrue - Please Come Home (03/03/2007)
17. UHF – Canções Prometidas (raridades volume 1) (10/03/2007)
18. John Mellencamp - Freedom's Road (17/03/2007)
19. Youth Group - Casino Twilight Dogs (24/03/2007)
20. Peter Bjorn and John - Writer's Block (31/03/2007)
21. The Shins - Wincing the night away (14/04/2007)
22. Modest Mouse - We Were Dead Before the Ship Even Sank (21/04/2007)
23. Anaïs Mitchell - The Brightness (28/04/2007)
24. Mêlée - Devils & Angels (05/05/2007)
25. John Mayall and the Bluesbreakers - In the Palace of the King (12/05/2007)
26. Jesse Sykes & the Sweet Hereafter - Like, Love, Lust & the Open Halls of the Soul (19/05/2007)
27. Trabalhadores do Comércio – Iblussom (26/05/2007)
28. Bright Eyes - Cassadaga (02/06/2007)
29. Brandi Carlile - The Story (09/06/2007)
30. Feist - The Reminder (16/06/2007)
31. Paul McCartney - Memory Almost Full (30/06/2007)
32. Mark Olson - The Salvation Blues (07/07/2007)
33. Rufus Wainwright - Release the Stars (21/07/2007)
34. Toby Keith - Big Dog Daddy (28/07/2007)
35. Abra Moore - On the Way (04/08/2007)
36. Zazie - Totem (11/08/2007)
37. Porter Wagoner - Wagonmaster (18/08/2007)
38. Christophe Willem - Inventaire (25/08/2007)
39. Manic Street Preachers - Send Away the Tigers (15/09/2007)
40. Jimmy Jansson - Sån E Jag (22/09/2007)
41. Peter Himmelman - The Pigeons Couldn't Sleep (29/09/2007)
42. Colbie Caillat - Coco (06/10/2007)
43. Tegan and Sara - The Con (13/10/2007)
44. Blue Rodeo – Small Miracles (20/10/2007)
45. Rascal Flatts – Still Feels Good (27/10/2007)
46. Joe Henry - Civilians (03/11/2007)
47. David Jordan - Set the Mood (24/11/2007)
48. Patti Scialfa - Play it as it lays (09/12/2007)
49. Bruce Springsteen - Magic (15/12/2007)
50. Shout Out Louds - Our Ill Wills (22/12/2007)
51. The Eagles - Long Road Out Of Eden (29/12/2007)
52. UHF – Canções Prometidas (raridades volume 2) (02/01/2008)
53. OneRepublic - Dreaming Out Loud (12/01/2008)
54. Duran Duran - Red Carpet Massacre (19/01/2008)
55. Jordin Sparks – Jordin Sparks (26/01/2008)
56. Jamie Scott & The Town - Park Bench Theories (02/02/2008)
57. Sara Bareilles - Little Voice (09/02/2008)
58. Laura Critchley - Sometimes I (16/02/2008)
59. Pat Monahan - Last of Seven (23/02/2008)
60. Yael Naim - Yael Naim (01/03/2008)

9.9.08

Reserva do rock (12)
Heróis do Mar – Heróis do Mar

Os Heróis do Mar – último grande grupo a surgir na vaga do rock português em 1981 – reunia músicos já com alguma experiência.
O baterista, António José Almeida, pertenceu à formação original da banda de rock progressivo Tantra.
Recorde-se que os Tantra, foram o mais importante grupo português, na fase que antecedeu o boom do nosso rock, e, dele faziam parte conceituados nomes como Manuel Cardoso, Armando Gama e Pedro Luís, mais tarde cara-metade dos Da Vince.
O cantor Rui Pregal da Cunha veio de um projecto experimental chamado Colagem Urbana.
Pedro Ayres Magalhães, baixista, e, Paulo Pedro Gonçalves, guitarrista, haviam fundado, em 1977, o primeiro grupo punk português, os Faíscas, que influenciaram nomes como Xutos & Pontapés.
Com a dissolução dos Faíscas em 79, estes dois elementos, juntamente com o teclista Carlos Maria Trindade, formam os Corpo Diplomático.
Em Março de 1981, estes cinco músicos juntaram-se num projecto comum, onde os valores da história e da cultura portuguesa fossem primordiais.
O nome da banda também não foi um acaso, sendo inspirado no hino nacional.
Após poucos meses de ensaios, em Agosto, os Heróis do Mar lançam um single, com os temas “Saudade” e “Brava Dança dos Heróis”, que também viriam a integrar o seu primeiro LP.

“Heróis do Mar” – o álbum – sai ainda nesse ano de 1981 e rebenta a polémica em torno dos alegados ideais fascistas com que são conotados.
O visual da banda, com fardas militares, e as letras das canções, num imaginário colonial, nostálgico e histórico, geram a confusão num Portugal em que a Revolução dos Cravos estava, ainda, bem recente.
Nacionalistas ou patriotas, a dúvida sobres os ideais fascistas ou neo-nazis dos Heróis do Mar, prolongou-se no tempo, apesar das explicações veementes dos seus elementos e da mudança visual operada meses depois.
Lá fora, em Inglaterra, acontece história semelhante com os Spandau Ballet.
A somar às raízes portuguesas, os Heróis foram beber, musicalmente, a sonoridades electrónicas de vanguarda e à corrente neo-romântica dos Duran Duran e dos referidos Spandau Ballet.
Gravado no Angel Studio, em Setembro e Outubro de 81, este trabalho foi produzido pelo mais requisitado produtor de então, António Pinho, responsável, entre outros, pela produção dos primeiros álbuns dos Taxi e de Rui Veloso.
Para além de “Saudade” e de “Brava Dança dos Heróis”, outros temas como “Olhar no Oriente” ou “Amantes Furiosos” marcam este LP, que divide a crítica de então e que não obtém nenhum sucesso significativo junto do público.
O reconhecimento popular vem em Junho do ano seguinte, através do máxi-single “Amor”, um mega-sucesso que obriga à criação do conceito de disco de platina no nosso Pais.
A seguir a um LP sem grande impacto comercial, seguiu-se um pequeno formato com um tema de grande calibre popular.
Por vezes, estes fenómenos acontecem, mas, no caso dos Heróis do Mar, esta foi, apenas, a primeira vez, numa estranha e permanente continuidade futura.
Separar este disco do máxi-single “Amor” seria, manifestamente, errado.
Até porque, com os Heróis do Mar, em rádio, as melodias dos singles ultrapassam as canções contidas nos álbuns.
“Heróis do Mar” – o LP – apresentou-nos um dos mais inovadores grupos nacionais.
Arrojados, polémicos, criativos, sofisticados e com génio.
Com bom ou mau génio serão sempre recordados com “Amor”.

8.9.08

Reserva do rock (11)
Sétima Legião – A Um Deus Desconhecido

Para além do punk e da new-wave, a onda cinzenta de Manchester chegou a Portugal em força.
Nomes como Joy Division ou Echo and The Bunnymen, dignos representantes do pós-punk, influenciaram o aparecimento de diversos grupos portugueses, numa fase posterior ao do boom de 1980/81.
Os Sétima Legião são um desses casos, cantando, nesta fase, em inglês.
Rodrigo Leão, Pedro Oliveira e Nuno Cruz formam o grupo em 1982 e são, claramente, influenciados por esta corrente musical, usando, inclusive, nas actuações ao vivo, gabardinas, verdadeiro símbolo da corrente urbano-depressiva.
Concorrem à “Grande Noite do Rock” e, pouco depois, são reforçados com as entradas de Susana Lopes e de Paulo Marinho.
Simultaneamente, Francisco Menezes inicia uma colaboração com o grupo, na escrita das letras das músicas. É abandonada a língua inglesa e as canções passam a ter um cariz mais lusitano.
Logo no ano seguinte, são contratados pela independente Fundação Atlântica e gravam o single “Glória”, com letra de Miguel Esteves Cardoso, um dos donos da editora.
Como em muitos outros casos, o disco é aplaudido pela crítica e desprezado pelos animadores dos programas de rádio, passando despercebido.
Ainda antes de iniciarem as gravações do primeiro LP, Susana Lopes abandona o grupo.
Verdadeira pérola no catálogo da Fundação Atlântica, “A Um Deus Desconhecido” é editado em Julho de 1984 e torna-se uma referência obrigatória da nova música portuguesa.

A ligação com o mar e as letras fortes e nostálgicas, conjugadas com um ambiente sonoro muito intenso, transformam os Sétima Legião num caso muito sério no panorama da música moderna portuguesa.
Musicalmente, ainda se notam claras influências do pós-punk, mas começa a sobressair um sentir tipicamente português conjugado com uma valiosa utilização da gaita de foles.
O produtor de “A Um Deus Desconhecido”, Ricardo Camacho, identificando-se com o projecto, passa a integrar os Sétima Legião.
Com o encerramento da editora Fundação Atlântica, os Sétima Legião assinam contrato com a EMI – Valentim de Carvalho e “A Um Deus Desconhecido” entra na categoria de raridade.
Raridade que, rapidamente, se transforma em mito, só comparável ao álbum Independança dos GNR.
Para colmatar esta falha no catálogo dos Sétima Legião, a EMI decide recuperar este trabalho e edita-o em CD, no ano de 1990, integrando, no mesmo, como bónus, as 2 canções do primeiro single, “Glória” e “Partida”.
A carreira dos Sétima Legião ganhou um novo impulso com a edição deste LP em 1984.
O grupo foi beber o seu nome à Sétima Legião Romana que esteve na Lusitânea.
Também eles tiveram um percurso lento de realizar, mas cheio de histórias essenciais para a nossa História.
“A Um Deus Desconhecido” abriu caminho para novas descobertas e para novas experiências.
Para uma busca que sempre esteve presente no espírito do grupo.
Em passos seguros e inovadores.
Como um “Mar d’Outubro”, encantado, numa “Aguarela” eterna.
Como uma “Vertigem” carregada de “Glória”.
Sem “Partida” pois “Deus Assim o Quis”.

5.9.08

Reserva do rock (10)
Xutos & Pontapés – 78/82

A música rock portuguesa começava a tentar gatinhar no final dos anos setenta.
O movimento punk estava no auge.
Em finais de 1978, Zé Pedro e Zé Leonel decidem constituir uma banda e colocam um anúncio no jornal.
São bem sucedidos, encontrando Kalú e Tim.
A base dos Xutos & Pontapés estava, assim, constituída.
Zé Pedro na guitarra, Tim no baixo, Kalú na bateria e Zé Leonel como vocalista.
13 de Janeiro de 1979 marca o primeiro concerto, nos Alunos de Apolo, numa comemoração dos 25 anos do Rock’N’Roll
Os espectáculos vão sendo uma constante, destacando-se, em 1980, uma primeira parte dos UHF, no Laranjeiro, e de Wilko Johnson Solid Senders, no Pavilhão d’ “Os Belenenses”.
Pouco depois, em Fevereiro de 1981, os Xutos & Pontapés recrutam o guitarrista Francis.
Outra mexida logo a seguir, esta com grande importância para a história dos Xutos.
Zé Leonel vai para o Brasil e Tim assume as funções de vocalista.
Estamos em pleno boom do rock português e os concertos multiplicam-se, assim como, a necessidade de chegarem à edição de um disco.
Surge, então, a oportunidade de gravarem para a independente Rotação e entram em estúdio em Novembro de 81, com o objectivo de registarem músicas para 2 singles.
Estas sessões de estúdio resultam na gravação dos temas “Sémen”, “Toca e Foge”, “Quero Mais”, e “Papá Deixa Lá”.
O Rock Rendez Vous testemunha o lançamento do primeiro single, “Sémen”, em Dezembro de 81.
As coisas começam a mexer e alcançam o primeiro lugar do top de música portuguesa da Rádio Renascença e o décimo lugar no programa de Luís Filipe Barros, “Rock em Stock”, da Rádio Comercial.
Em Março de 1982, é lançado o outro single, “Toca e Foge”, e entram em estúdio para a gravação do primeiro álbum.
Dele constam muitas canções de referência dos Xutos & Pontapés.

A sonoridade de “78/82” vai beber no rock e no punk, sendo possível constatar que a génese do som característico dos Xutos & Pontapés já aqui se encontra.
Sem ambições literárias, as letras correspondem ao esperado para uma típica banda de punk-rock.
Considerados uma das melhores bandas ao vivo, os Xutos recebem, no final de 1982, várias nomeações e prémios da imprensa escrita e de programas de rádio.
Apesar desta boa receptividade, acrescida de diversas idas à televisão e entrevistas a rádios e a jornais, “78/82” enfrentou alguns problemas promocionais, pois, “Mãe” e “Sémen” foram proibidas de passar na Rádio Renascença e, na própria Rádio Comercial, é pedido para que “Mãe” não seja emitida.
Mas, os problemas não se ficam por aqui.
Em Agosto, a editora ainda não pagara os direitos ao grupo, pelo que acabam por rescindir o contrato.
Mesmo sem o retorno financeiro esperado, o LP rende os seus frutos.
O fenómeno de banda de culto continuava a ganhar peso nos meios alternativos.
Os concertos continuavam a bom ritmo.
“78/82” é o cartão de visita que fez aumentar o número de fãs do grupo, rumo a um futuro que se adivinhava brilhante.

4.9.08

Reserva do rock (9)
Jafu-Mega – Estamos Aí

1980.
Estamos Aí.
Jafu-Mega.
Meses antes de “Ar de Rock”.
O primeiro álbum deste – excelente – grupo do Porto é editado pela Metro-Som.
Em inglês.
Um caso claro de insucesso comercial aquando da sua edição.
Praticamente desconhecido do grande público, “Estamos Aí”, antecede temas tão marcantes como “Ribeira” ou “Latin’America”, assim como, antecede o salto para a multinacional PolyGram.
Grupo constituído por seis elementos, de onde se destacavam os três – famosos – irmãos Barreiros, Eugénio, Pedro e Mário, e o vocalista Luís Portugal.
Os Jafumega são, reconhecidamente, a banda com maior qualidade instrumental no início dos anos 80.
A voz marcante de Luís Portugal torna-se inconfundível.
Com grandes conhecimentos de Jazz, os Jafumega apresentam-nos um primeiro álbum muito sólido e com dois temas fortes: “My Daddy’s Rock” e “There You Are”.

Em “Estamos Aí”, Eugénio Barreiros surge como vocalista principal em 3 dos 8 temas.
A produção esteve nas mãos de Branco de Oliveira, patrão da editora Metro-Som.
Pouco depois, a Polygram abriu os ouvidos e o formato dos Jáfumega subiu o degrau que os tornaria famosos.
“Estamos Aí”, ainda em inglês, mostra-nos a génese, a essência, a maravilha do estado embrionário que, muito raramente, temos oportunidade de conhecer.
Mostra, também, que os jovens músicos portugueses tinham iniciado uma cruzada de afirmação que os levaria, no ano seguinte, ao grande público e à sua consagração.
“Estamos Aí”, o LP, esse é seminal.

3.9.08

Reserva do rock (8)
Rui Veloso e a Banda Sonora – Ar de Rock

Se, nos anos 60, as bandas com uma bateria, baixo e uma ou duas guitarras eram uma constante, os anos 70 vivem tendo por base os “Super Grupos” como Genesis ou Pink Floyd.
Apenas em 1977, com a onda punk, regressa a certeza de se poder fazer música com parcos recursos.
Pouco depois, a new wave mostra que se podem ter temas melódicos, frescos e populares.
Do punk dos Six Pistols à new wave dos Police.
Mas isto era lá fora, no estrangeiro.
Portugal sempre foi um caso muito particular...
O final dos anos 70 é vivido no reflexo cultural do pós 25 de Abril.
Por um lado, a música de intervenção e, por outro, a música pop/ligeira.
José Afonso ou José Cid.
A juventude portuguesa raramente conseguia adquirir um disco condizente com a sua geração.
Os mais informados ouviam a BBC ou buscavam edições sempre esgotadas (!) dos novos discos de Bruce Springsteen.
A Musica & Som, a melhor revista de música que existiu algum dia em Portugal, trazia as novidades, contudo, encontrá-las era bem mais difícil...
No entanto, algo mexia por cá.
Depois de Tantra, Psico ou Go Grall Blues Band começam a aparecer outras edições.
Aqui D’El Rock e UHF gravam, em 1979, com letras em português.
Os Jafu-mega editam, no início de 1980, um álbum ainda todo cantado em inglês.
Especulava-se que o rock não podia ser cantado na nossa língua...
A resposta chega em Julho de 1980 editada pela Valentim de Carvalho.
Rui Veloso e a Banda Sonora rebentam com toda a indústria musical.
“Ar de Rock” – O nome do álbum.
“Chico Fininho” – O rastilho de tão tremendo terramoto.
A letra de “Chico Fininho” é uma ironia ao rock escrito em português.
Contudo, a maior das ironias, é que todo o LP “Ar de Rock” teve de ser reescrito para português, porque Rui Veloso tinha apresentado as maquetes em língua inglesa.

“Ar de Rock”, apesar do marco que representou, não é um disco rock.
A balada de sucesso “Sei de uma Camponesa” ou o tema que abre o disco, “Rapariguinha do Shopping”, não são mais que uma excelente amostra de swing bebendo inspiração nos blues.
Rui Veloso nunca foi um compositor ou cantor rock. Sempre assumiu publicamente as suas influências.
Introvertido, Rui torna-se o “Pai” e o responsável máximo por uma nova geração de músicos.
“Ar de Rock” chega a disco de prata.
Produzido por António Avelar de Pinho, apresentava Carlos Tê, o grande génio da escrita e cara-metade do projecto de Rui Veloso.
Os músicos de suporte, Zé Nabo e Ramon Galarza, formavam a célebre Banda Sonora.
Antes, trabalharam com José Cid e estiveram no mítico “10.000 anos depois entre Vénus e Marte”.
Os trabalhos seguintes provaram que Rui Veloso não é “Chico Fininho”.
Mas “Chico Fininho” foi tão seminal como “Rock Around The Clock” de Bill Halley.
A linguagem, essa, é directa.
Coisas tão banais como “cheio de speed”, “freak”, “shooto”, “curtindo uma trip”, “fareja a judite” ou “flipados” surgem em “Chico Fininho” de uma forma pioneira.
A conversa de rua chega aos discos.
A facilidade de comunicar também.
Nada voltou a ser como era.
“Ar de Rock” foi um estoiro.
“Ar de Rock” marcou o início, definitivo, do Rock Português.