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16.10.07

Quem quer ter editora?

Num passado ainda recente, qualquer banda ou artista ambicionava assinar contrato com uma editora discográfica. Actualmente, muitos consagrados estão a desligar-se de compromissos e a assumirem o controlo das edições das suas novas canções. E, cada vez mais, surgem novos talentos que aparecem e se tornam conhecidos através da Internet.

A indústria discográfica, tal como a conhecemos, morreu, mas as editoras ainda não o sabem. Todavia, a certidão de óbito já está passada. Não chegou foi ao conhecimento oficial dos defuntos porque as certidões teimam em permanecer numa qualquer caixa de correio. A atitude tem sido semelhante à de muitos portugueses que não levantam cartas registadas nos correios porque temem más notícias.

Os últimos anos têm sido passados com a indústria dos discos a diminuir receitas e a despedir trabalhadores. Simultaneamente, assistimos, na Internet, a um consumo crescente de música tanto através do recurso a esquemas piratas como a compra de música em formato digital. E, sobretudo, muita gente escuta música gratuitamente nos sites dos próprios artistas ou nos populares youtube ou myspace. Porém, o negócio do disco aproxima-se do momento do “estoiro” em que “dará o berro” aproximando-se da situação das vendas dos discos de vinil para coleccionador comprar.

Muitos músicos já anteciparam esta tendência porque sabem que as possibilidades promocionais da Internet estão anos luz à frente das complicadas guerras de bastidores que ocorrem em corredores de editoras. Agora, os músicos podem controlar toda a actividade, incluindo a promoção, distribuição e comercialização dos seus trabalhos. Numa loja virtual, uma edição via multinacional é igual a uma edição de autor e todos conseguem colocar os seus temas à venda. Mesmo considerando que essas receitas serão menores do que aquelas que no passado se conseguiam com as vendas de discos, as contrapartidas são evidentes se constatarmos a possibilidade de atingir outros públicos e, assim, aumentar o número de concertos ao vivo. O segredo do sucesso e da viabilidade financeira em Portugal passa e sempre passou pelos concertos ao vivo. Quanto mais divulgado for um trabalho, maior o número de concertos e maior a receita que se irá realizar.

A única hipótese das editoras é conseguirem compreender os ventos de mudança e operarem significativas adaptações ao mercado dos dias de hoje. Tal como, em nome da sobrevivência, o negócio da PT se tem diversificado, também as editoras o terão de fazer. É inevitável.

O disco está à beira do fim e eu serei um dos poucos clientes no nicho de mercado dos coleccionadores.


Texto publicado no blogue "Canal Maldito".

25.8.07

O regresso dos Eagles

Existem águias que valem ouro.
Os The Eagles de Don Henley, Glenn Frey, Joe Walsh e Timothy B. Schmit regressam em 29 de Outubro com o duplo CD, "Long Road Out Of Eden", o primeiro álbum de originais desde "The Long Run" de 1979.
Verdadeiras estrelas durante os anos sententa, toda a gente conhece clássicos como "New Kid In Town", "Desperado", "Take It Easy" ou "Hotel California", porém, a qualidade dos seus discos ultrapassa, em muito, o estatuto de meros fazedores de êxitos populares. "Seven Bridges Road" é somente outro exemplo menos evidente.
Para quem não conhece a obra deste grupo, sugiro o duplo "Eagles Live" de 1980.

O tema de apresentação deste "Long Road Out Of Eden" chama-se "How Long".


Mais informações:
Site ou Myspace


ALINHAMENTO DE "LONG ROAD OUT OF EDEN"
DISC ONE
01.No More Walks In The Wood
02.How Long
03.Busy Being Fabulous
04.What Do I Do With My Heart
05.Guilty Of The Crime
06.I Don't Want To Hear Anymore
07.Waiting In The Weeds
08.No More Cloudy Days
09.Fast Company
10.Do Something
11.You Are Not Alone
DISC TWO
12.Long Road Out Of Eden
13.I Dreamed There Was No War
14.Somebody
15.Frail Grasp On The Big Picture
16.Last Good Time In Town
17.I Love To Watch A Woman Dance
18.Business As Usual
19.Center Of The Universe
20.It's Your World Now

5.8.07

Ver para crer

Depois do gozo que foi a paródia feita aos 5 adeptos azuis que esperavam a equipa no aeroporto para festejarem a vitória no Torneio de Casablanca - em contraponto com a ausência de destaque que esta mesma conquista mereceu na sua primeira página - o diário desportivo "Record" permanece em grande com a confusão que promove entre o nome do clube do Restelo e o nome do clube de Barcelos. Repare-se que mesmo um ano após o caso Mateus nas páginas do anuário "Guia de Futebol 2007/2008", ainda existem trapalhadas e pessoas que pretendem colocar o simpático Gil Vicente na Liga.
Estamos na presença de uma anedota, em que precisamos de ver a página 66 desta publicação para acreditarmos.



Se ampliarem esta última imagem podem verificar qual o site oficial indicado. E ficamos a saber que o Belenenses foi campeão da II Divisão B. Que me recorde nessa época fomos campeões da II Divisão. A letra "B" só surge quando é criada a Liga de Honra. Para uma publicação com estas aspirações é inadmissivel tantos equívocos e tanta falta de rigor. Neste tipo de caderno anual o "Record" ainda "encaixa goleadas" do concorrente "A Bola".

31.7.07

Record offside

A possibilidade de comentar notícias nos jornais on-line é uma ideia bastante interessante, sobretudo, se todos contribuírem de forma correcta e educada.
Dentro desse espírito construtivo inseri 3 (três) comentários a textos publicados no jornal desportivo Record. Não sei o motivo, porém, nenhum desses meus comentários foi publicado. A partir de hoje decretei um "blackout" por tempo indefinido a este jornal desportivo on-line.
A ausência de respeito pelos leitores digitais também pode e deve ser punida.


Nota de rodapé

Como nota de rodapé do absurdo a que chegou o destaque dado pela comunicação social a Benfica, Sporting e Porto, transcrevo uma sondagem on-line disponível no Record:
"Di María vai fazer falta ao Benfica na pré-eliminatória da Champions, caso continue lesionado?
Sim
Não"

Concordo com a possibilidade de se votar "sim" ou "não", porém, onde se encontram as alternativas, tais como, "não sei/não respondo", "sem opinião" ou "quero lá saber de perguntas desse género"...

30.7.07

Hoje quem se ri sou eu

Na noite passada o Belenenses conquistou o importante Torneio Moulay Al-Hassan em Casablanca (Marrocos) e promete bastante para o próximo campeonato 3 + 13 - também conhecido, eufemisticamente, como campeonato da Liga.
Depois de ter vencido uma equipa mista, constituída por jogadores dos rivais marroquinos WAC e Raja de Casablanca, derrotou por 2-0, o vice-campeão africano de clubes, o tunisino Club Africain. Na mesma noite, o Benfica perdeu por 2-1 com o campeão africano de clubes.
Aposto que o destaque dado a este importante triunfo do Belém seja bem inferior às páginas gastas na derrota sofrida pelo Benfica por terras egípcias.
Iremos assistir à dança habitual de dois pesos e de duas medidas.
Felizmente que desta vez sou eu que me estou a rir!

Canção do assobio

Peter Bjorn and John - Writer's BlockNos últimos dias tem-se intensificado a campanha de uma operadora de telemóveis que usa uma canção com um assobio. A dita cuja música começa a entrar nos ouvidos portugueses e poucos são aqueles que já sabem do que se trata. Apesar de ser um tema conhecido por essa Europa fora - incluindo terras americanas - no nosso pacato Portugal não temos rádios mainstream que toquem “Young Folks” do projecto sueco Peter Bjorn and John. O álbum “Writer's Block” foi motivo de destaque no BdE (banco de ensaio) de dia 1 de Abril deste ano. Clicar aqui.

11.7.07

Dia Histórico em Santiago


Decorreu hoje, às 11:30, na Igreja Matriz de Santiago do Cacém, e com a solenidade característica dos grandes acontecimentos, a inauguração da Exposição “No caminho sob as estrelas: Santiago e a peregrinação a Compostela”.
Contando com a presença de representantes, ao mais alto nível, tanto da Galiza como de Portugal, a cerimónia ficou marcada pela presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Até final de Outubro, recomendo, vivamente, uma passagem pela Igreja Matriz de Santiago do Cacém, assim como um olhar e um passeio pelo majestoso e (agora) mais composto Centro Histórico.
Uma palavra de reconhecimento para o Departamento do Património da Diocese e, em particular, para o Comissário da Exposição, Prof. José António Falcão, amigo de sempre da História do Património da nossa terra.
A organização do evento reparte-se entre o Governo Regional da Galiza, a Câmara Municipal de Santiago do Cacém e a Diocese de Beja.

Na sequência deste acontecimento, foi assinado um acordo de geminação entre Santiago do Cacém e Santiago de Compostela.

Ao longo dos próximos meses, a Miróbriga irá continuar a acompanhar e a divulgar adequadamente esta Exposição.

5.7.07

Uma concentração que asfixia

Eles secam tudo e não deixam nada.

O principal campeonato nacional tem 16 clubes, mas, para um cidadão desatento, aparenta possuir somente 3, tal a intensidade de notícias que surgem de Benfica, Sporting e Porto, face ao silêncio sobre os restantes. Esses outros 13 clubes são tratados de forma desatenta e pouco cuidada, própria dos restos que não interessam a ninguém. É que poderia parecer estranho ao mundo um campeonato nacional com, somente, 3 clubes a 10 voltas...

Os demais participantes na Liga só são merecedores de atenção quando jogam contra um dos 3 privilegiados. Funcionam como bobos numa corte viciada e monopolista.

Houve tempos em que o Belenenses teve outro impacto na nossa comunicação social e houve tempos em que o monopólio dos 3 do costume não era tão acentuado (houve até tempos em que o Porto não pertencia aos 3 grandes). Pode-se argumentar que esta concentração é uma consequência directa do interesse da maioria dos cidadãos portugueses, daqueles que compram jornais, escutam rádio ou vêm televisão. Porém, um maior destaque a outros clubes não teria necessariamente de implicar uma diminuição das vendas ou das audiências. Na verdade, todos sabemos que existem outros clubes com adeptos e que muitos adeptos têm simpatia por um segundo emblema. Também sabemos que quanto menor for o destaque dado aos pequenos, menor será a possibilidade destes crescerem – o que só aumenta a dimensão dos actuais gigantes e o esmagamento subsequente.
É a tese da concentração absoluta sem possibilidade real de se vislumbrar o crescimento de mais nenhum.

Curiosamente, a lógica da dimensão e da popularidade associada não é aplicada para diferenciar os restantes 13 clubes. Poderemos concordar que Benfica, Sporting e Porto têm maior quantidade de adeptos, porém, é inegável de que Académica ou Belenenses têm, igualmente, maior quantidade de adeptos do que Beira-Mar ou Naval. Ora, se isto é verdade, porque motivo todos os 13 têm tratamento semelhante? Porque não são feitos estudos de mercado para que se compreenda a dimensão real de cada um dos outros?

Além de uma quantidade mínima noticiosa que protegesse os interesses dos participantes na Liga principal, não seria exigível que existisse um grupo intermédio, entre os muito e os pouco populares? Não se justificaria que esses clubes tivessem direito a 2 ou 3 páginas nos diários desportivos?

Clubes que já ficaram nos 3 primeiros lugares do campeonato ou que já participaram em mais do que 50 campeonatos nacionais da 1ª Divisão são instituições que mereceriam outro tipo de tratamento do que aquele que lhes é prestado. Igualmente, clubes que estivessem nos lugares cimeiros da Liga deviam ter um destaque diário superior.

Os critérios que indiquei contemplariam emblemas como Belenenses, Boavista, V. Setúbal, Académica, V. Guimarães e Sporting de Braga. Da mesma forma que os 3 grandes não têm todos o mesmo tamanho, também sabemos que dentro deste lote existem uns maiores do que outros, com o Belém a liderar este pelotão intermédio. Todavia, um maior destaque a estes clubes permitiria gerar mais competitividade nos media e maior diversidade informativa, ficando todos a ganhar. Também sabemos que as relações entre estes clubes por vezes é cinzenta porque todos eles pretendem ser "menos" pequenos do que os outros, mas, o interesse comum de crescimento devia sobrepor-se à competição pelo prémio do concurso de beleza ou pelo prémio da terminação de 10 em 10 anos.
Mesmo assim, e sem qualquer concertação, o Belém - como clube mais prejudicado e com maiores razões de queixa porque é o único com real implantação nacional e com um curriculo que se situa numa ilha entre os 3 maiores e os 4 ou 5 que lhe sucedem em conquistas - podia e devia saber ser mais exigente no que concerne à reinvidação do direito ao seu espaço nos media.

É que, sem espaço nos media, nenhum destes clubes vai conseguir dar o salto de maneira a se aproximar dos 3 grandes. Pelo contrário, todos estes clubes quando imaginam que se aproximaram, destapam a carta que os obriga a regressar à "casa partida".



A realidade da blogosfera mostra a relevância popular de outros clubes fora do circulo de Benfica, Sporting e Porto. Por exemplo, o Belenenses tem blogues construídos por adeptos com um número de visitas superior a 500 mil.

3.7.07

Belém na Champions?

O meu Belém, após a fantástica e inesperada temporada passada (5º lugar na Liga e finalista na Taça de Portugal), conseguiu manter os seus principais jogadores, dispensou os menos utilizados e tem vindo a contratar nomes muito prometedores.
Só fico algo apreensivo por não ter ainda assistido a um encaixe financeiro significativo com a venda de um dos nossos jogadores. E como é sabido que as nossas finanças (e a dos demais clubes portugueses) não são muito fortes...

Mendonça (24 anos, extremo-direito, internacional angolano da selecção A), Devic (23 anos, defesa central, internacional sérvio de sub-21), Gabriel Gómez (23 anos, médio, internacional panamiano da selecção A), João Paulo Oliveira (21 anos, avançado, brasileiro), Rafael Bastos (22 anos, médio ofensivo, uma das revelações do último campeonato baiano), Hugo Leal (27 anos, médio, internacional português que dispensa apresentações) e Evandro Roncatto (21 anos, avançado, internacional brasileiro de sub-21, 49 internacionalizações nas selecções jovens e uma das maiores esperanças do futebol brasileiro) são os novos craques contratados para esta temporada e é possível que ainda venham mais 2 ou 3.

Hoje, na apresentação do jogador Roncatto, foi divulgada uma ambição ainda não assumida publicamente. Vejamos as declarações ao blogue "Belém até Morrer":

"Belém até Morrer - Quais são as tuas ambições no Belenenses?

Evandro Roncatto – A meta que tenho, e a que combinei com o presidente e o treinador, é a da gente chegar na Champions League.


No futebol a bola é redonda e nunca se sabe o que vai suceder, porém, admito alimentar elevadas ambições para o meu Belém em 2007/08. Chegar à Champions League? Jorge Jesus saberá, como ninguém, o que está a construir...

Ora como o sonho comanda a vida...

22.6.07

EMI deixa Portugal

O poder de Portugal no mundo da música continua a diminuir e tirando Tózé Brito (Universal) já não temos por cá mais nenhuma multinacional dos discos.
Foi sem surpresa (mas com choque) que tomei conhecimento da saída de David Ferreira da EMI, num momento em que esta multinacional passa a ter sede ibérica em Madrid. Foram muitos os debates e as discussões sobre a música portuguesa no Canal Maldito. Infelizmente, muitas das previsões sombrias que escrevemos acabaram por se verificar. A última crónica que escrevi e onde "batia" nos "grupos de telenovela" chamava-se "Mais pregos para o caixão" (6 de Agosto de 2006).

David Ferreira deu-me a honra de ser leitor e participante activo no blogue tendo sempre demonstrado uma enorme capacidade argumentativa e um superior amor à música portuguesa. Neste momento encontra-se envolvido na campanha autárquica para a Câmara de Lisboa, mas, valores como ele são raros na nossa música e não podemos correr o risco de os perder.

A EMI foi para a Espanha mas David Ferreira permanece em solo luso.
Lá para Setembro aguardo pelo regresso de David para derrotar o Golias.


Como curiosidade sugiro a audição do "Pano para mangas" de João Gobern (Antena 1)

20.6.07

O jogo da asneira

Durante a campanha eleitoral para os órgãos sociais do Belenenses, os candidatos alternativos alertaram e alarmaram os sócios e simpatizantes com um anunciado iminente colapso financeiro. Em Abril, o clube deixaria de cumprir os seus compromissos dada a situação calamitosa a que o presidente tinha conduzido o Belém. O mês de Abril passou, os ordenados foram pagos e a época terminou com um 5º lugar e uma presença na final da Taça de Portugal. Da profecia desgraçada nada se viu.

Poucos meses decorreram entre esta história e o momento presente. Mas eis senão quando, os tenebrosos momentos de angústia regressaram ao seio dos adeptos azuis, coincidindo com declarações desses mesmos candidatos derrotados. Ficámos todos assustados com nova profecia de que o clube não iria participar na Liga entre outras desgraças de somenos importância. Perante tamanha desgraça, alguém quereria saber de um Javier ou de uma taça UEFA??

Mais uma vez, a história se repete e nada parece dar razão a esses senhores candidatos derrotados. Afinal, que se passará nas cabeças destes senhores que se querem afirmar enquanto alternativas? Terão eles fontes de informação, tão pouco credíveis, de maneira a se espalharem ao comprido nestas profecias?

No final das contas, imagino que as culpas sejam do actual presidente por não ter conseguido cumprir estas "promessas" vindas a lume nos últimos dias. Ironias à parte, com sócios que vivem o “ser azul” com tanto empenhamento e intensidade, não me admiro mesmo nada se não formos campeões nem daqui a 100 anos.

Haja paciência para chegar a casa e ver (ao ler) tantos tiros disparados de dentro do bote de borracha. Qualquer dia um desses tiros acerta em cheio, o clube pode precisar de ajuda dos sócios e ninguém vai acreditar. Eu, pelo menos, já não acredito em nada de caótico que venha a ser afirmado por certos senhores.

E consequências, vão existir? Ou vamos permanecer, bimestralmente, no jogo da asneira?

9.6.07

Quem sabe nunca esquece

Sérgio Valadares, Armando José Guerreiro e Jacinto Maria do Ó

As palavras de Cabral Ferreira sobre Mendonça levaram-me a pensar que seria peça fora do baralho para a próxima época. O meu pai, Jacinto do Ó, na parte final da emissão deu a sua leitura noutro sentido. Confirmou-se ontem, 8 de Junho, que tinha toda a razão!


Excerto onde Jacinto do Ó fala de Mendonça.

No meio de tanta especulação sobre contratações a blogosfera azul assistiu de maneira distante a esta excelente emissão onde o Clube de Futebol "Os Belenenses" saiu prestigiado. A excepção foi o blogue "Futuro Belenenses" que apreciou o trabalho e elaborou dois muito interessantes textos:

Bradar no deserto

Reflexão


Aproveito para sublinhar que a Miróbriga mostrou ser uma rádio dinâmica e cheia de vida no passado fim-de-semana. Além do "Especial Taça" existiram muitos directos da Santiagro - numa constante reportagem de enorme qualidade. Parabéns!

7.6.07

O adeus de Marta Ferreira

Pequeno texto inserido hoje no blogue Canal Maldito:

O blogue Canal Maldito encontra-se em estado de hibernação, porém, tendo ocorrido hoje o inesperado falecimento de Marta Ferreira, irmã de Kalu e manager dos Xutos & Pontapés, não queria deixar de prestar uma pequena e insignificante homenagem. Contactei de perto com a Marta durante o período em que os k2o3 gravaram o seu primeiro CD - editado pela El-Tatu - e realizaram algumas primeiras partes de Xutos.
Tenho dela a visão da manager exemplar e principal responsável pelo ressurgimento da carreira dos Xutos - reporto-me aos tempos seguintes à edição de “Gritos Mudos” (1990) e ao período conturbado que os Xutos internamente viveram.

A última vez que com ela estive pessoalmente foi na noite de 17 de Março de 2006, no decurso do espectáculo da “Febre de Sábado” em Matosinhos. Posteriormente, ainda trocámos alguns emails. Ao Kalú, ao Kabeca, à família e aos Xutos & Pontapés transmito um abraço com o meu profundo pesar.

Marta Ferreira esteve para os Xutos como Brian Epstein esteve para os Beatles.

Eternamente insubstituível.

Até sempre.
Luís Silva do Ó


Mais informações.

13.5.07

Jesus, uma estrela em Belém

Último jogo no Restelo para o fantástico e inesperado campeonato que o Belenenses tem feito na 1ª Liga deste ano. O resultado final terminou com uma vitória azul por duas bolas a zero e cada vez é maior o número de adeptos presentes. A uma jornada do fim permanecemos em luta pelo 4º lugar (o 5º já está garantido) e estaremos na Final da Taça de Portugal. Dady, o nosso goleador, mantém-se na corrida à "Bola de Prata" encontrando-se a um golo do sportinguista Liedson. Além disso, no próximo ano regressaremos às competições europeias, marcando presença na UEFA. O principal responsável por esta surpresa chama-se Jorge Jesus e é treinador de futebol.

Um agradecimento e abraço especial ao João Pela. Sem ele teria visto os últimos encontros com pior visibilidade!

Imagem do pontapé de saída no encontro entre o Belenenses e o Marítimo.

Existem guarda-redes que marcam épocas e gerações. Não sei se o Imperador azul Marco Aurélio teve hoje o último jogo oficial com a camisola do Belenenses. Foi efusivamente aplaudido ao longo de todo o encontro e recebeu um banho de carinho no final da partida. Se não ficar no próximo ano iremos sentir saudades das suas defesas e da sua presença entre os postes.

29.4.07

Goleada de Cabral Ferreira

Ficou confirmada a percepção que publiquei no meu texto anterior e que tanta polémica levantou nos blogues “Futuro Belenenses” e “Canto Azul ao Sul”.
Cabral Ferreira goleou os adversários na noite eleitoral de ontem, ficando com mais do dobro dos votos do segundo classificado, Gouveia da Veiga. Isto, apesar de ter obtido uma vitória com uma percentagem inferior à eleição de 2005 (67,4% na altura, contra 62,5% de agora). Todavia, mesmo assim, viu aumentar o número de votos de 6567 para 7103, nas mais concorridas eleições dos últimos tempos. Votaram 2130 associados e mais não o fizeram porque existem regras que impossibilitam a participação de sócios com menos de um ano.

No dia seguinte ao desta eleição, espero que o desejo que expressei na minha crónica “O Belém somos nós” se concretize. Precisamos de um clube unido e que inclua em vez de excluir. E precisamos de ver quem participou ou apoiou as listas B e C a deitar para trás das costas rivalidades e a assumir a sua dedicação ao clube da cruz de Cristo.

A convite de João Pela, fiz para o “Futuro Belenenses” uma pequena cobertura da noite eleitoral de ontem. Fomos os primeiros a mostrar resultados da decisiva mesa 1 e isso deixa-nos felizes. Somente uma observação para reflexão futura. Fará sentido que os sócios presentes no Pavilhão não tenham tido oportunidade de tomar conhecimento dos resultados parciais, sobretudo quando a equipa de reportagem da Rádio Sesimbra (parabéns pela cobertura) divulgava, de forma privilegiada, números atrás de números?

Como pequeno brinde, ficam aqui umas curtas imagens de Cabral Ferreira, numa primeira reacção, para a Rádio Sesimbra, acerca da sua vitória eleitoral.


Além dos parabéns a Cabral Ferreira pela vitória e de um cumprimento a Gouveia da Veiga pela excelente campanha eleitoral que realizou, gostaria de enviar um abraço a todos aqueles com quem contactei nestes últimos dias de vida azul, nomeadamente, Henrique R., Telmo Carvalho, Marques da Silva, Luís Oliveira, Luís Lacerda, Luciano Rodrigues, Miguel Amaral, Miguel Barreiros, Pedro Lourenço, F. Valente, Paulo Jesus, João Pela, entre outros.

21.4.07

Dia seguinte

Este meu pequeno (e quase anónimo) blogue registou ontem a sua maior afluência de sempre com mais de 200 visitantes diferentes. Igualmente, ontem, o video do momento do golo decisivo foi o 36º mais visto na variante desportiva do popular site youtube, tendo sido visualizado em mais de 1200 vezes!
O Belenenses está na final da Taça de Portugal e a festa que se viveu no Estádio do Restelo foi de grande intensidade. Provavelmente aconteceu coisa semelhante quando em determinado jogo decisivo para o título de campeão nacional se começaram a lançar foguetes antes de terminado o encontro. Felizmente, desta vez, a história foi diferente e não tivemos um banho de água fria. Na verdade, cheirou a Lisboa, cheirou a classe e às glórias antigas do Belém. E não estamos a ver a RTP Memória, mas, a viver as conquistas do presente. Agora, que estamos no Jamor, "o caneco é nosso"!



10.4.07

A emenda e o soneto

Cartão de Associado de Luís Silva do ÓDesde há algum tempo que recebo os SMS’s informativos do Clube de Futebol “Os Belenenses”. Excelente a ideia desta Direcção de manter os associados e adeptos subscritores desse serviço gratuito por dentro das actividades, do quotidiano e dos resultados desportivos do clube do seu (meu) coração.
Aproximando-se as eleições para os órgãos sociais do Belenenses, as lutas internas e demais movimentações próprias de uma campanha eleitoral começam a surgir.

Vem isto a propósito de, hoje de manhã, ter sido surpreendido por um SMS com o seguinte teor:
“Bom dia! Por analogia com a decisão do Sr. Presidente da Assembleia Geral, que suspendeu, a pedido das Listas B e C candidatas às eleições de 28 de Abril, a distribuição do Jornal dos Belenenses, fica também suspenso este serviço informativo. Obrigado pela aderência”

Ora que bonito. Estamos em campanha, logo não temos serviço informativo.

Mas o dia não acabou aqui em termos de SMS’s. Recebi, agora, outro que é lapidar. Vem informar-me que, em vez de receber as informações do Clube, vou passar a receber as informações das 3 listas concorrentes! Ou seja, os meus dados pessoais foram transmitidos a terceiros para que possam encher-me o telemóvel com propaganda. Não sei se foi o Sr. Presidente da Assembleia Geral a autorizar esta violação de privacidade, mas não posso deixar de sorrir.

Já agora, porque será que não posso votar nem assistir às Assembleias Gerais (ainda sou associado recente) e posso receber SMS’s da Campanha Eleitoral?

Ora bolas, ou melhor, ora bolas para dentro das balizas adversárias, por favor!

23.3.07

Um Mandato Agitado

João Pela e Luís Silva do ÓConheci João Pela – responsável do blogue "Futuro Belenenses" – na penúltima Assembleia Geral do Clube de Futebol "Os Belenenses" e voltámos a encontrarmo-nos na festa de lançamento do livro escrito por Fernando Correia e dedicado a Matateu. Dono de uma acutilância invulgar, consegue ser incrivelmente mordaz, detendo uma capacidade argumentativa invulgar. Na semana passada, recebi um email a desafiar-me para que escrevesse um texto de balanço a respeito do mandato de Cabral Ferreira, presidente do clube da Cruz de Cristo, que se encontra a chegar ao fim. Tentei responder afirmativamente a este desafio e daí resultou o seguinte texto hoje publicado no blogue "Futuro Belenenses".
Ao João Pela, um abraço e as minhas felicitações pelo excelente blogue que mantém.


Texto publicado no blogue "Futuro Belenenses":

A minha paciência com quem gosta de colocar rótulos em cima de pessoas que, somente, ousam expressar as suas opiniões materialmente desinteressadas é manifestamente reduzida. Tão reduzida como o tempo de que disponho para discussões pueris, improdutivas e sem sentido. Ao receber o convite do amigo João Pela para emitir uma opinião, em jeito de balanço, a respeito deste mandato, oscilei entre a recusa baseada no pragmatismo do pouco tempo livre de que disponho e a tentação de jogar cá para fora qualquer coisa que, inevitavelmente, vai ser sinónimo de rótulo…

Mesmo antes de tentar dizer alguma coisa de jeito, terei de assumir já ter sido um adepto azul mais doente. Enquanto criança e adolescente, sofria do vício profundo que atinge a maioria dos nossos cada vez menos associados de sangue azul da cruz de Cristo. Para cúmulo da paciência dos meus familiares e amigos, até autocolantes desenhei para colocar ao peito de toda a gente que apareceu na festa do meu 12º aniversário: "Obrigado pelos parabéns e como cá estás toma lá este autocolante".

Os anos foram voando, os jogos passaram a ser em horários impróprios para deslocações ao Restelo e outras prioridades foram-se estabelecendo. Pelo meio, aterrei, em mau momento, na outrora famosa ML do Belenenses, numa época de confrarias alentejanas e de lá saí sem saudades. Regressei com maior assiduidade a Belém no momento em que descemos (mas não descemos) de divisão. Género "toque a rebate", senti que não podia ficar mais tempo afastado e, finalmente, tornei-me associado (no passado foram várias as tentativas e os falhanços de quem estava a 150 km. de distância e se via confrontado com um carente serviço de relações públicas). A propósito, campanhas de novos associados precisam-se.

Antes do caso Mateus, do presidente do clube apenas sabia o nome, pois não compro e tampouco leio, jornais desportivos dedicados a Benfica, Porto e Sporting.
Que a situação económica e financeira é má, que a época desportiva anterior foi catastrófica, que o clube permanece a perder associados ou que nada de estruturante foi executado, já toda a gente sabe e nem vale a pena perder tempo com balanços. Porém, durante o caso Mateus e na actual época futebolística, apreciei a actuação do presidente.
Na minha óptica, é importante, este ano, ganharmos a Taça de Portugal e irmos à UEFA ficando no melhor lugar possível no campeonato. Porém, ficaria muito mais confiante no futuro do clube se visse passos em frente na construção de um projecto estruturante. A componente imobiliária, a expansão para o concelho vizinho, a parceria com um grande clube europeu (temos laços históricos com o Real Madrid que urge potenciar), a recuperação das Salésias e do complexo desportivo, o repensar do Bingo, a formação e prospecção de novos talentos, a aposta no marketing, imagem e modernidade, o profissionalismo, etc., etc.
Não quero com isto, jamais, dizer que as conquistas do futebol não são importantes. São tão importantes que se bem aproveitadas poderão acelerar (bastante) o nosso crescimento.

O meu balanço final não será do agrado da linha de pensamento maioritária na blogosfera azul e que crucifica Cabral Ferreira, género vilão responsável por não sermos campeões nacionais desde 1946 (com todo o respeito, o titulo da 2ª Divisão não conta para as minhas estatísticas). Tive oportunidade de o conhecer em rápidos momentos e não poderei acrescentar mais nada ao que toda a gente reconhece acerca da sua simpatia e cordialidade. Antes do caso Mateus, a avaliação seria negativa. Todavia, após essa altura, parece ter existido um bom trabalho na gestão do dia-a-dia e nas opções da nossa equipa de futebol. Os resultados, até ao momento, são uma surpresa, a equipa joga à bola como não se via desde os velhos tempos de Marinho Peres e Jorge Jesus é, em si mesmo, uma revolução crescente e que se deve saber aproveitar.
Seja como for, eu não irei votar. Não porque não queira ou por ter quotas em atraso, mas porque os Estatutos não me atribuem esse direito. Sou associado recente e quiçá perigoso.
Enquanto nos mantivermos preocupados com o acessório, dificilmente chegaremos ao essencial. Mesmo assim, continuo a acreditar que o nosso futuro pode (se quisermos) ser bem azul.




PS: Este foi o meu balanço possível. A respeito das eleições que se aproximam, apreciei o projecto que pude ler da autoria da candidatura de Gouveia da Veiga e, ainda sem conhecer nem nomes ou projecto, considero muito improvável que a vitória fuja a Cabral Ferreira.

PS2: Já depois de ter "fechado" este texto, surgiram novos dados positivos para o actual presidente azul. A entrevista de Cabral Ferreira ao jornal "A Bola" e o anúncio da parceria com o Real Madrid – facto importante que interessa conhecer em detalhe.

28.2.07

Raridades em disco

UHF em 1993 nos tempos de Santa Loucura. Fernando Pinho, Rui Dias, Renato Jr, António Manuel Ribeiro e eu próprio. Todos bem mais novinhos...O momento é histórico para amigos e admiradores do trabalho da mais determinante banda do rock português surgida aquando do boom de 1980.
Brevemente vai estar disponível no mercado um primeiro volume de raridades dos UHF e são bastantes os pontos de interesse. É natural que o apetite seja superior por canções da época inicial dos UHF e de um período que se prolongou até à edição do álbum ao vivo "Julho, 13" (1990). Porém, não deixa de ser curioso que outros dois momentos altos sejam a versão acústica da "Lágrima" (2004) e um inédito, "Canção de Roubar o Amor" (2005), que poderia ser o hit de um futuro trabalho de originais!

Os UHF na noite do Coliseu de Lisboa em 2006.A propósito de notícias sobre a actualidade dos UHF escrevi um pequeno texto no Canal Maldito, do qual transcrevo a parte que se relaciona com o referido disco de raridades:

Não será este o post correcto para analisar o alinhamento e a oportunidade da edição, mas não resisto a louvar a iniciativa, destacando, como principal curiosidade, o tema inédito da dupla AMR/Carlos Peres ("Deste lado do rio"), assim como a versão (?) desconhecida de "Estou de Passagem", ambas gravadas em 1979.
Sublinho, ainda, o destapar da versão longa de "Nove Anos" (a letra completa já tinha sido incluída no single "Na tua cama"/"Nove anos") e a versão de "Jorge Morreu" (1982) realizada em época muito alta da carreira dos UHF.
Motivo de regozijo, ainda, para a inclusão da música gravada ao vivo em 13 de Julho de 1990, "Geraldine", a qual, apesar de estar verdadeiramente diabólica, não havia sido seleccionada para o alinhamento do disco ao vivo "Julho, 13".
Em todos os discos dos UHF existe o designado "tema forte" e neste - o mais forte - chama-se "Canção de Roubar o Amor".



Nota: A primeira fotografia deste post foi tirada no stand da associação Procris no decurso de uma Feira/Festa da Juventude em Santiago do Cacém (1993). Os UHF estiveram lá a dar autógrafos no nosso stand e ainda houve oportunidade de estrear nacionalmente na Antena Miróbriga temas tão marcantes como "Sarajevo" ou "Menina estás à Janela". A segunda fotografia, já divulgada neste blogue, foi tirada após o espectáculo dos UHF no Coliseu de Lisboa em 2006.

9.1.07

Marcha das importações

O silêncio dos últimos meses tem sido difícil de interromper. O Canal Maldito nasceu com uma equipa pequena, mas acutilante, para debater a música e os seus arredores. Com a ausência de quase todos, a motivação para permanecer a remar - vagamente acompanhado - não tem existido. A verdade é que os grandes debates e as crónicas que motivaram acesas polémicas também nunca me estimularam por aí além, sobretudo pelos problemas que foram causando do lado de fora do monitor. Prefiro recantos mais íntimos e menos expostos, de que são exemplos os meus quase anónimos blogues “O outro lugar” e “Banco de ensaio”.
O encantamento do silêncio tem um mistério muito próprio e nem sempre compreensível.

Deste lado da net e mesmo sem crónicas continuam a existir visitas e visitantes! Foi no que deu este legado de textos que todos os que aqui escrevem ou escreveram deixaram. Ora, se eu estava tão bem num profundo distanciamento porque decidi colocar esta crónica “no ar”?

Num dos últimos meses, o nosso conhecido colega e amigo, Bruno Gonçalves Pereira, convidou-me para assumir um espaço no seu programa Atlântico. Desse desafio saiu o “Banco de ensaio”, através do qual, todas as semanas divulgo um novo álbum.
E não é que voltar a fazer rádio me fez mergulhar não somente nas novidades, mas, também, nos preços dos discos que faço questão de ir adquirindo para o meu espaço?
E não é que tenho tido grandes surpresas ao constatar o preço de lançamento de alguns desses trabalhos?
Deixo-vos pequenos exemplos de algumas das minhas compras através da Amazon:
Badly Drawn Boy - “Born in the U.K.” - € 10,32
Dierks Bentley - “Long Trip Alone” - € 10,89
Nellie McKay - “Pretty Little Head” (CD2) - € 9.60
O que divulgarei no próximo sábado ficou-me em € 4,36!

Naturalmente que estes foram preços de lançamento… a “nice price”. Hoje, são mais caros.
Recuperando escritas antigas, porque motivo não adoptamos um sistema parecido em Portugal?
Sinceramente, não acredito que dê mais gozo descarregar um CD pela net do que ter um disco original nas mãos a preços como aqueles que vos mostrei.
Estes preços promocionais de lançamento não seriam outra alternativa no combate anti-pirataria e no fomento de um top de vendas mais dinâmico e menos cheio daquele tipo de música que não desgruda jamais?


Texto publicado no blogue Canal Maldito