25.5.08

k2o3 ao vivo em Alhandra

Quando: Sábado, 24 de Maio de 2008.
Evento: VII Concentração Motard de Alhandra.
Cartaz: k2o3 + Fonzie.
Avaliação da Organização: Excelente.

Quase 500 kms percorridos no dia de sábado até chegar ao local da iniciativa.

Já não assistia a um concerto dos K fazia bastante tempo e, desta vez, tudo fiz para conseguir passar por Alhandra. Mesmo cansado não podia deixar de aparecer. Os amigos, mesmo ausentes, são sempre amigos. A noite ainda me permitiu um reencontro com Bruno dos Revolta e com João Quintela, amigo de longa data e que estava "ao serviço" enquanto road-manager dos Fonzie.

Numa altura em que o novo álbum está praticamente concluído assisti a mais um excelente concerto de k2o3 com a curiosidade de terem tocado 2 temas novos. Para quem conhece a segunda poderei informar que "Ovelha negra" é a "Vaquinha" de 2008.

No passado passei bons momentos com o Ulisses, Chaves, Mini e Nuno. Naqueles tempos, em que os animais falavam e quando eu era (pelo menos tentei ser) uma espécie de manager do grupo. Foram anos de muita dedicação e com o rock à flor da pele. Qualquer descrição do ambiente que se vive nestas coisas é pura perda de tempo. É preciso sentir o pó da estrada para compreender os sentimentos de quem é músico rock. Ainda são assim os k2o3 no presente. Onde quer que cheguem tocam como se fosse o primeiro e o último concerto das suas vidas. E isso é a razão de ainda tocarem juntos. Na realidade este concerto dos k2o3 marcou o regresso do baterista Nuno Costa à banda, após alguns meses de afastamento. As saudades devem ter sido imensas e aposto que o seu regresso foi motivado pelo lado emocional. Os k2o3 são mais do que um projecto musical, são um projecto de vida, são uma família à qual também sinto ainda pertencer.
Quando cheguei tinha o Mini e o Chaves à espera. Na entrada o Mini não hesitou no momento de me identificar perante a organização: "é o nosso manager".
Na realidade deixei de o ser faz muito tempo. Mas, da mesma maneira que não recusei essa função num atribulado concerto em que quando entrei somente era espectador desta vez também não o neguei. Não seria capaz.

Um abraço para os meus amigos Chaves, Mini, Nuno e Ulisses. Tenho a certeza de que o próximo disco vai ser "o tal". Vocês merecem.


Aqui ficam algumas fotos da actuação dos k2o3 deixando a sugestão de uma visita ao myspace dos K.








Este sou eu... Fotografia da autoria de Ulisses instantes antes do início do concerto.

18.5.08

À conversa com Alexandre Rosa
Programa 24

Tenho sentido natural satisfação quando sou abordado em Santiago do Cacém a respeito deste programa. Nos primeiros tempos, o feedback era praticamente nulo o que me levava a pensar se o formato do mesmo estaria a resultar. Porém, aos poucos e poucos, tanto por correio electrónico como por contactos pessoais aos fins-de-semana, têm-me chegado comentários bastante positivos e que me transmitem óbvia motivação com vista ao futuro. Ainda ontem fui abordado em Santiago do Cacém por um ouvinte da Miróbriga que afirmou ser rara a emissão que não escutava. Além de ter tecido algumas considerações genéricas bastante abonatórias para comigo, na verdade, os maiores elogios foram - como não poderia deixar de ser - para o Dr. Alexandre Rosa. As palavras que me transmitiu a respeito do nosso comentador vaguearam entre um "estar muito bem informado sobre tudo o que envolve o Litoral Alentejano" e um "gostar de escutar os comentários porque fico a conhecer melhor o que está a acontecer na região".

A 25ª emissão está próxima e é sempre saudável escutar observações e críticas, quer as mesmas sejam positivas ou negativas.
Os ouvintes que queiram entrar em contacto connosco podem utilizar o meu email, bastando para tal clicar aqui.

Boas audições!


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 24 transmitida no dia 17 de Maio de 2008


Programa às sextas-feiras a partir das 18h00 e repetição aos sábados às 12h15.

Mais informações: Blogue da Miróbriga

16.5.08

Fazer de conta (III)
Ler Leis faz bem à saúde

Como pouco tenho que fazer e são imensos os tempos livres, arranjei uma ocupação para algumas horas ao longo da semana. Voltei a ser aluno e é sempre interessante aprender coisas diferentes. Num destes dias, descobri (e li) uma pérola conhecida por “Lei do Tabaco” (Lei n.º 37/2007). Aconselho vivamente a sua leitura a todos os que valoram a vida e a boa disposição. A fumadores, não fumadores e aos outros. Por exemplo, no n.º 1 do Artigo 4.º somos informados que “é proibido fumar:”
“a) Nos locais onde estejam instalados órgãos de soberania, serviços e organismos da Administração Pública e pessoas colectivas públicas”
“b) Nos locais de trabalho”

Ou seja, esta Lei esclarece todos os portugueses que uma coisa é um local onde se trabalha e outra é um organismo da Administração Pública. Parece que a formatação referida noutro texto já chegou a quem fez esta Lei, cujos autores estarão, certamente, incluídos na alínea a). Além de, publicamente, os políticos serem vistos como uns malandros, os funcionários públicos também são uns inúteis que nada fazem e que vivem às custas dos trabalhadores. Desconhecer a realidade e mandar umas pedras a tudo o que mexe é outra fantástica vocação de um povo que outrora deu “novos mundos ao mundo”. Cada época e cada geração tem o que merece.

Regressando à lei maravilha, os momentos culturais vão-se sucedendo e a boa disposição também. Fiquem a saber que – bingo, só apetece gritar, bingo! – também é proibido fumar “nas cabinas telefónicas fechadas”. E se a porta estiver aberta? Irá, por certo, “provocar o envelhecimento da pele” como adverte esta Lei?
Eu decidi continuar a não fumar. Pelo menos enquanto souber que o fumo tem dentro de si coisas com nomes belos, porém indecifráveis como “benzeno, bitrosaminas, formaldeído e cianeto de hidrogénio”. Benzeno? Bitrosaminas? Formaldeído? Cianeto de hidrogénio? Cruzes que eu até era excelente aluno a Química no 12º ano!
Experimentem dizer estes palavrões todos juntos e ao mesmo tempo e depois digam lá se não fumar lhes dá mais fôlego? Deve ser por isto que “os fumadores morrem prematuramente”, “provoca ataques cardíacos e enfartes” e, pasme-se, “provoca impotência”. Está, assim, encontrado o motivo da baixa natalidade em Portugal e do buraco na Segurança Social. A malta prefere fumar e depois não consegue ter filhos. Não sei se pelos efeitos nefastos na saúde ou se pelo dinheiro que investe em tabaco, pouco sobrando para aquisição de fraldas e boiões alimentares.
Porque não, pura e simplesmente, proibir, em absoluto, o tabaco? E, já agora, também podíamos proibir o álcool, os funcionários públicos, os organismos do Estado e os árbitros de futebol.
Por favor, tirem-nos tudo menos os últimos.
Como iria o povo português sobreviver sem árbitros de futebol a quem possamos elogiar as famílias todos os fins-de-semana?







Imagens de colegas enquanto estudam a "Lei do Tabaco". Será que estudar também prejudica a visão? Ou apenas visam ler melhor?

13.5.08

Fazer de conta (II)
Europa das regiões





Um participante visivelmente irritado grita que não lhe estão a responder a uma pergunta. A cena sucede num (óptimo) evento que assinalou o “dia da Europa” em Setúbal e onde se debateram e se aprofundaram matérias relacionadas com a descentralização e a regionalização.
Em Portugal, vai ser muito complicada uma regionalização enquanto a emoção descontrolada guiar o rumo das nossas decisões. Neste aspecto, na dita Europa evoluída, poucos nos compreendem. É normal. Será que nós próprios nos compreendemos? Eu, raramente, o sei e, praticamente, nunca o admito. Enquanto as “raízes das coisas” não forem o rastilho da “causa das coisas” não passaremos do jogo entre gato e rato.
Por entre discursos demagógicos, frases feitas e a velha apetência nacional para deitar abaixo qualquer ideia – por muito boa que seja ou sobretudo se o for – torna-se penoso conseguir avançar.
No século e milénio passado, em 1987, entrevistei o então vocalista dos Taxi, João Grande (não é gralha, o nome do grupo é mesmo sem acento), e, quando lhe perguntei sobre a “mensagem” que procuravam transmitir nas canções do primeiro álbum, levei como resposta um “não existe qualquer mensagem porque só queremos divertir as pessoas”. Ainda bem e eu bem me diverti em 1981 e 82 com este disco. Quando lhe mostrei alguns exemplos ("TVWC", "É-me Igual" ou "Vida de Cão"), ele admitiu que não gostava era mesmo da palavra “mensagem”, mas que sim, que procuravam ser críticos em relação a uma série de questões do dia-a-dia, mais a crítica social e etc e tal. Chamar “mensagem” é que não, se faz favor, que não gostava.
Regressando a esta questão das Regiões. Aquando do Referendo, há 10 anos, eu tinha muitas dúvidas e admito que, tal como João Grande, também eu não aprecio certas palavras. A expressão “regionalização” sempre foi uma palavra de difícil digestão. Vá-se lá saber por quê. Manias minhas. Tirando esse detalhe, parece-me cada vez mais urgente que o povo compreenda o real sentido dessa reorganização. É que isto da comunicação social viver num paraíso mediático super-concentrado em que se criam e formatam mentalidades é coisa deveras inquietante. As associações intermunicipais são muito importantes, mas não chega. É preciso ir mais longe. E não me venham com essa dos políticos serem todos uns malandros que querem arranjar mais tachos… Se calhar por isso é que certos políticos deixaram de ser “parvos” e preferiram ir ganhar bastante mais em empresas privadas.



Luís Silva do Ó entrevista Eduardo Cabrita, Secretário de Estado da Administração Local.


Luís Silva do Ó entrevista Vitor Ramalho, deputado socialista.


O texto apresentado é uma crónica de opinião. As entrevistas realizadas são peças jornalisticas da minha autoria e cedidas à Miróbriga enquanto trabalho final.


Links:
Blogue da Miróbriga (1)
Blogue da Miróbriga (2)
Blogue da Miróbriga (3)

12.5.08

Fazer de conta (I)
O futebolês não aprende línguas

Gritos, choro e lágrimas foram coisas que não terão faltado aos adeptos e sócios do Boavista. E berros, muitos berros de um Valentim Loureiro em plena televisão a ver o que construiu a ir por água abaixo. É triste e temos pena. Temos pena do que está a suceder e temos (ainda mais) pena das arbitragens “estranhas” que pude presenciar em vários jogos entre azuis e quadradinhos. Coisas do arco-da-velha que, se calhar, eram mais do que isso.
Por causa de um desses jogos estive algum tempo sem meter os pés no Restelo. Isto de pagar bilhete e assistir a outros jogos tem limites.
Seja como for é mais um capítulo de uma ascensão e queda vertiginosa com dívidas colossais que devem atirar este histórico do desporto nacional para a extinção. Além de eventuais actos de má gestão, existiu, pelo meio da aventura, a construção de um novo estádio do Bessa. Parece ter sido o fim.
O meu Belenenses era um dos maiores clubes portugueses até que algum iluminado do antigamente se lembrou de nos “empurrar” das Salésias e nos atribuir uma pedreira que deu origem a um elefante branco chamado Restelo. Como resultado chegámos a ser despejados. Despejados no sentido real do termo. Com taças dentro de caixas no meio da rua. Não conseguiram extinguir o Belenenses, contudo, nunca mais deixámos de ser um “clube mais pequeno do que já fomos”. A quem não conheça sugiro uma visita à sala de troféus do Belém. Vai ter uma enorme surpresa.
Vamos ver se um dia isto muda em definitivo e regressamos ao nosso lugar. Não fosse o juridicamente absurdo “caso Meyong” e as escandalosas arbitragens em certos jogos (Marítimo, Porto, etc.) e esta temporada teríamos estado a lutar por um surreal 2º lugar. E vamos ver se o futebol em Portugal consegue evoluir e banir quem o transformou numa maçã podre.

11.5.08

À conversa com Alexandre Rosa
Programas 13 a 23

Na passada 6ª feira foi emitido o 23º programa e tem sido com enorme satisfação que tenho vindo a participar no mesmo. Conforme escrevi recentemente o formato está a ultrapassar as minhas melhores expectativas sendo os temas escolhidos muito interessantes. A fluidez de ideias e de discurso do comentador Alexandre Rosa têm feito a diferença.
Se tivesse que escolher de entre estes 23 programas optaria pela emissão dedicada ao 25 de Abril (nº 21) assim como não poderia omitir a emissão nº 20.

"À conversa com Alexandre Rosa" é um programa semanal de comentário aos grandes acontecimentos regionais, nacionais e internacionais. Os jingles e promocionais deste programa foram preparados por Bruno Gonçalves Pereira, meu amigo de sempre e profissional de excelência. Neste post estão reunidas as emissões 13 a 23.

Boas audições!


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 23 transmitida no dia 09 de Maio de 2008


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 22 transmitida no dia 02 de Maio de 2008


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 21 transmitida no dia 25 de Abril de 2008


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 20 transmitida no dia 18 de Abril de 2008


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 19 transmitida no dia 11 de Abril de 2008


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 18 transmitida no dia 28 de Março de 2008


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 17 transmitida no dia 21 de Março de 2008


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 16 transmitida no dia 14 de Março de 2008


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 15 transmitida no dia 07 de Março de 2008


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 14 transmitida no dia 29 de Fevereiro de 2008


"À Conversa com Alexandre Rosa", emissão nº 13 transmitida no dia 22 de Fevereiro de 2008

Programa às sextas-feiras a partir das 18h00 e repetição aos sábados às 12h15.

Mais informações: Miróbriga

28.4.08

Miróbriga - As novidades

A Miróbriga tem-se assumido, cada vez mais, como uma rádio regional de grande qualidade e onde os temas locais são aprofundados de uma forma séria e pertinente. O programa de entrevista "Grande Plano", recentemente iniciado, tem constituido um sucesso e tenho de me curvar perante a qualidade do mesmo. Teresa Duarte e Paulo Ferreira são os responsáveis por mais este grande momento que acontece na esplanada da Miróbriga todas as 5ªs feiras entre as 18h00 e as 19h00.

Mas, se o Alentejo Litoral é a nossa prioridade, tal não impede que estejamos atentos ao mundo global a que pertencemos. Somos pioneiros em mostrar temas musicais talhados para o sucesso, apostando em canções que, semanas ou meses mais tarde, são sucesso nas rádios de âmbito nacional.

Exemplos de grande impacto, que só recentemente foram "descobertos" pelas rádios nacionais, temos os casos de "Tattoo" (Jordin Sparks), "Love Song" (Sara Bareilles) e de "Bubbly" (Colbie Caillat).

Como aperitivo deixo um tema com grande potencial que circula na Miróbriga e que foi recentemente editado nos Estados Unidos.

Tristan Prettyman - Madly


Escutar a Miróbriga.

19.4.08

Pequeno lapso

Pequeno lapso sem qualquer importância que confunde o Belenenses com o Sporting de Braga. Algo absolutamente normal quando só existem 3 clubes em Portugal. Só espero que este erro não seja sinónimo de desejos ocultos da parte de quem os pratica. Para que conste, na época passada, o resultado no Funchal foi precisamente de 4 a 1,mas ao contrário.

15.4.08

José Cid de regresso ao Maxime

Cada espectáculo de José Cid transforma-se numa festa de grandes dimensões. Foi o que sucedeu nesta passada 6ª feira, dia 11 de Abril de 2008, no excelente espaço do Maxime em Lisboa. O concerto durou 2 horas exactas numa sala cheia e balançou entre temas mais comerciais e outros menos conhecidos com especial destaque para "Rock Rural" e "Mellotron" do mitico trabalho "10000 anos depois entre Vénus e Marte".
Tozé Brito e Herman José saltaram para o palco e foram outros dos heróis da noite.
A Miróbriga esteve presente e neste post encontram-se reunidos os directos realizados e outro material gravado a seguir ao concerto - emitido na rádio entre a planície e o mar durante esta semana.

Entrevista a Tozé Brito:


Entrevista a José Cid:


Excerto do Programa "Terminal 21" da Miróbriga (directos de 11/04/2008):


Mais informações em:
Miróbriga
Miróbriga Parte 1
Miróbriga Parte 2
Miróbriga Parte 3

As fotografias da noite:





E o vídeo que mostra a grande festa vivida:


Agradecimentos finais para os responsáveis do Maxime pelas facilidades concedidas na realização desta reportagem.

7.4.08

UHF na Aula Magna - O rescaldo



Rescaldo no "Terminal 21" da Miróbriga em 31 de Março e que incluiu diversos apontamentos, nomeadamente, uma entrevista a António Manuel Ribeiro registada poucos minutos após o concerto.
"Terminal 21" é um programa de Luís Silva e que contou com participação especial de Paulo Ferreira e deste vosso bloguista.

Igualmente o nosso amigo Bruno Gonçalves Pereira realizou no programa "Atlântico" um especial, na sua última emissão, transmitida no sábado passado entre as 19h00 e as 21h00.

Clicar para escutar o rescaldo dedicado à Aula Magna dos UHF.

Em alternativa pode fazer o download do ficheiro para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.

5.4.08

Ares e bares de mau rapaz

Estive na Aula Magna e compartilho do sentimento que João Morales teve a gentileza de partilhar connosco. Mais do que a um espectáculo, assisti a uma celebração que gerou – pela primeira vez na história dos UHF – uma unanimidade em toda a crítica presente. Porém, neste texto, não irei dedicar-me a analisar o concerto mas procurarei olhar, noutro prisma, para uma carreira coerente e determinada e em simultâneo, repleta de erros, de decisões a quente, de afrontamentos aguerridos e das boas e más decisões inerentes a uma vida preenchida por atitudes destemidas, sem medos de entrar em choque e em guerra com tudo e todos ao mesmo tempo.

Se fosse realizado um estudo para determinar a empatia, antipatia e indiferença que o público nutre pelos nossos artistas, António Manuel Ribeiro teria um resultado ínfimo no item indiferença. Raras são as pessoas com mais de 20 e menos de 50 anos que sentem indiferença quando a personalidade se chama António Manuel Ribeiro. Provavelmente, a quantidade daqueles que gostam bastante de UHF seria semelhante à daqueles que os odeiam. No início dos anos 90, cheguei a pensar colocar em estúdio um fã e um “anti-fã” para conversarem em directo com o António. A coisa esteve quase a concretizar-se, contudo, à última hora, a pessoa que detestava UHF roeu a corda. Teria sido sociologicamente interessante, além de esteticamente agradável – o ataque viria do género feminino.

Numa sociedade normal, estes indicadores amor/ódio seriam interessantes porque quem gosta gosta e quem desdenha ao menos não sente indiferença – ou pode querer comprar e, por receio de não ser popular gostar de UHF, afirmar não gostar. Não nos esqueçamos que os Duran Duran foram devastados por aqueles que anos mais tarde os glorificaram. Vêem estes considerandos a propósito daquilo que me palpita ser o motivo da ausência dos UHF das playlists das rádios com maior airplay. Ou seja, suspeito que os UHF não passam não por uma questão de popularidade dos temas, mas devido à impopularidade que se retira dos resultados dos estudos. Isto é, se 40% de pessoas adoram uma canção, 20% a consideram razoável, 20% não a apreciam e os restantes 20% a detestam é muito provável que seja incluída na playlist. Não obstante, se 60% de pessoas gostam de um tema e 40% o dizem detestar é, também, altamente provável que essa canção nunca faça parte da playlist. Isto porque é valorizado o risco da perda de auditório do lado dos 40%, enquanto se desvaloriza a mais valia junto da maioria de 60% que afirmam gostar. Os méritos de uma eventual vitória da indiferença são, no mínimo, estranhos. No entanto, palpita-me que possa estar a ocorrer no que respeita a um número considerável de canções. Esta lógica aplicada às eleições Legislativas poderia implicar a situação caricata de um partido vencer, mas acabar por perder no cruzamento entre o positivo e o negativo – na mesma linha das sondagens referentes à popularidade dos nossos políticos.

Esta é, somente, uma teoria tão absurda ou verdadeira como outra qualquer. Na realidade, nunca conheci um artista português cuja apreciação seja tão emocional como a que existe em torno de António Manuel Ribeiro. O caso é tão evidente que, depois do concerto na Aula Magna, o baterista Ivan – que está nos UHF vai para 10 anos – dizia-me, para os microfones da Miróbriga, que o António merece ter amigos. Num momento de euforia e de contentamento indescritível, podia ter aproveitado para dizer mil coisas diferentes, mas, 5 minutos após sair do palco, as suas palavras foram inteirinhas para o mérito e para a amizade que tem com António Manuel Ribeiro.

Nestes 30 anos de carreira, os UHF estiveram sempre em guerra dentro do mercado e nunca desistiram das suas convicções. António Manuel Ribeiro pode até ter dores nas costas, porém nunca se juntou a brigadas do reumático para aumentar a conta bancária. Podia tê-lo feito e, certamente, se entrasse no jogo das concessões, teria, hoje, outro estatuto, outra empatia mediática, outra carreira, mas, no fundo, seria outro. E, se fosse “outro”, teria algum interesse, teria algum valor ou seria, apenas, um somatório de vazios com uma carreira que nem para nota de rodapé serviria daqui a 30 anos?

A rebeldia, o afrontamento, a forma muito rock’n’roll como se esteve nas tintas para o politicamente correcto levaram-no a coleccionar uma lista de antipatias superior ao que seria desejável num meio que vive muito dos conhecimentos, das aparências, das grandes digressões que se esgotam nalgumas cidades e dos copos que antigamente se bebiam em determinados bares de Lisboa. Todavia, não se pense que faltaram copos às dezenas de músicos que passaram pelos UHF. Com os UHF, beber copos não era uma questão estética de estar na moda, mas sim, um mergulhar no mesmo espírito de Ramones ou de Jim Morrison. Outros seguiam tendências etílicas mais próximas da new-wave ou do pós-punk em que o copo segurado na mão também servia como adorno.

Como seria possível uma História diferente se até no beber existiam visões e atitudes inconciliáveis?


Luís Silva do Ó


(crónica publicada no blogue canal maldito)

29.3.08

A Miróbriga esteve em directo da Aula Magna
A reportagem da festa dos UHF

A Miróbriga através do programa Terminal 21 esteve ontem em directo da Aula Magna no acompanhamento do concerto de arranque da digressão que celebra os 30 anos de carreira dos UHF.

Num programa realizado e apresentado em directo dos nossos estúdios por Luís Silva a reportagem na Aula Magna foi assinada por mim e por Paulo Ferreira.

A este trabalho falta ainda acrescentar o material gravado no backstage da Aula Magna.

Vão existir mais actualizações a este post ao longo dos próximos dias.

A Miróbriga sempre na linha da frente!

Clicar para escutar primeira parte da reportagem.

Clicar para escutar restante reportagem (vários directos).

Em alternativa pode fazer o download dos ficheiros para o seu computador. Para tal deve posicionar o cursor do rato no link desejado e clicar com o botão direito escolhendo a opção "save target as..."ou "save link as..." dependendo do browser utilizado.


António Manuel Ribeiro e os UHF a poucos segundos de entrarem em palco.


António Manuel Ribeiro e Renato Gomes num dos grandes momentos da noite: Cavalos de Corrida.


António Côrte-Real enquanto solava na canção "Uma valsa/Uma dança".





















O maestro António Vitorino de Almeida deu espectáculo durante Sarajevo.





















António Côrte-Real em mais um grande momento bastante ovacionado pelo público presente.




















Fotos: Luís Silva do Ó.

Excerto da última música do concerto:


Mais detalhes e reportagem em: mirobrigablog.blogspot.com

18.3.08

Um grande, grande amor

A semana já me estava a correr suficientemente mal mas começa a transformar-se em algo de calamitoso. O meu filho pode ainda não saber falar mas Bebe Lily é o seu primeiro amor. Espero um casamento em breve... por mim está mais do que aprovado.

4.3.08

Belém em pé de guerra

A recente decisão do Conselho de Disciplina da Liga de Futebol Profissional em penalizar o Belenenses em 6 pontos foi motivo de uma firme tomada de posição por parte da SAD do clube azul.

Aqui deixo algumas fotos, gentilemente cedidas pelo amigo Luís Lacerda, de uma sala de imprensa esgotada.

Para quem queira o audio basta clicar no play ou carregar aqui com o botão direito do rato de seleccionar "gravar como".


Pode assistir ao video da conferência de imprensa (da autoria de Alcides Silva) em Belém até Morrer.

Alcides Silva e Luís Lacerda:



Minuto arrepiante

O minuto de silêncio em memória de Cabral Ferreira foi um momento de enorme emoção. Pouco depois jogadores e equipa técnica conseguiram dedicar a vitória no encontro "ao seu Presidente".


(Vídeo publicado por Miguel Amaral no blogue CFBelenenses)

26.2.08

Um dia negro

A notícia já era infelizmente esperada.

Armando Cabral Ferreira faleceu hoje vítima de doença prolongada.

Paz à sua alma e os meus mais sinceros pêsames à sua família.

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Um muito obrigado a Cabral Ferreira pelo esforço que fez à frente do nosso Belenenses.
A doença prolongada foi sempre combatida ao leme do clube e a dedicação não será nunca esquecida.
Morreu um Homem bom que tive o privilégio de conhecer neste último ano e que lutou por um futebol honesto e integro.
Apreciava quando o escutava dizer que pertencia a uma nova geração de dirigentes. Infelizmente a doença não o deixou avançar no projecto que tinha pensado para o Belenenses.
Mesmo assim uma presença na UEFA, um excelente 5º lugar, uma presença na final da taça de Portugal e na época presente construiu uma equipa que não fossem os incidentes de sábado estaria no 5º lugar a 1 ponto do Sporting.
Um grande bem haja e um abraço bem azul.


Este foi o vídeo que registei na noite da vitória eleitoral em 2007:

25.2.08

Bola ao centro

E como foi analisado o jogo Belenenses - Marítimo na Miróbriga?

Pequeno excerto do programa "Bola ao centro", transmitido hoje na Miróbriga e com comentários de Jacinto do Ó e de Sérgio Valadares. A conduzir a emissão encontra-se o Susano. Este programa é transmitido às 2ªs feiras entre as 18h00 e as 19h00.


Excerto do programa "Bola ao Centro" transmitido hoje na Miróbriga

Nota de rodapé:
Sérgio Valadares é benfiquista enquanto Jacinto do Ó é adepto do Belenenses.

24.2.08

Duplo cartão vermelho

O povo azul que assistiu ao encontro de ontem entre Belenenses e Marítimo, no Restelo ou via SportTV, encontra-se, passadas 24 horas, em estado de choque.
O restante povo permanece indiferente e muitos jornalistas e comentadores até consideram que está tudo correcto!

É a vida e as histórias do costume.

As imagens transmitidas durante o encontro são elucidativas, mas, no resumo transmitido pela RTP, não existe a preocupação de esclarecer o que sucedeu neste jogo.

O futebol português permanece igual a si próprio. Aqui fica uma pequena amostra do que sucedeu ontem no Restelo. Que mais podemos dizer?



Quem quiser saber a verdade sobre o jogo pode carregar aqui e ler esta excelente peça de Miguel Amaral.

O futebol é vida, é competição, é desporto, é estádios cheios. Por cá já foi. Era.
Era o inverso daquilo em que o transformaram.

Como nota final, devo dizer que senti ontem no Restelo a ausência de Cabral Ferreira. Não fui o único. Muita gente falava no seu nome. Muitos queriam uma vitória azul este fim-de-semana para dedicar ao Homem que teve o azar de um dia ser eleito presidente e de ter afrontado "o monstro" do sistema e de o ter derrotado no seu tentáculo chamado Mateus.
Internado em estado grave no SAMS, é com profundo pesar que tenho acompanhado os diversos desenvolvimentos que têm vindo a público e, sobretudo, os outros que circulam em privado.

20.2.08

BdE - 52 a 55

Para não sobrecarregar este blogue deixo-vos as capas dos álbuns e os espaços que realizei ao longo destas semanas, sugerindo uma visita ao blogue irmão. Vale a pena conhecer melhor estes trabalhos, tanto numa vertente sonora como de imagem.

Aqui ficam as capas e o convite para um passeio ao BdE.

UHF – Canções Prometidas - Raridades volume 2Menos de um ano depois do primeiro volume, foi editado este mês em exclusivo para as lojas FNAC, o segundo álbum de raridades dos UHF. Este trabalho repete o sucesso do volume anterior.

OneRepublic - Dreaming Out Loud“Dreaming Out Loud”, editado em Novembro de 2007 é preenchido por temas fortes e eleva este grupo ao estatuto de revelação. Timbaland que o diga...

Duran Duran - Red Carpet MassacreNeste novo álbum canções como “Falling Down”, “Zoom In” ou “Last man standing” são bons exemplos do reencontro evolutivo com as origens sonoras dos Duran Duran.

Jordin Sparks – Jordin SparksJordin Sparks lançou em Novembro de 2007 o seu homónimo álbum de estreia. Disco vincadamente pop de onde se destaca “Tattoo”.

19.2.08

Miróbriga: Criamos Sucessos

A Miróbriga tem-se assumido, cada vez mais, como uma rádio regional de grande qualidade e onde os temas locais são aprofundados de uma forma séria e pertinente. Contudo, tal não impede que estejamos atentos ao mundo global a que pertencemos. Somos pioneiros em mostrar temas musicais talhados para o sucesso, apostando em canções que, semanas ou meses mais tarde, são sucesso nas rádios de âmbito nacional.
O último exemplo de grande impacto, que só recentemente foi "descoberto" pelas rádios nacionais, chama-se "Bubbly" e circula no éter da Miróbriga desde Outubro de 2007.
Para mais detalhes ver aqui.